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12 de outubro, de 2021 | 21:57

Jornalista é agredido na cobertura da visita do presidente Jair Bolsonaro ao Santuário de Aparecida

Reprodução Twitter
''Amigos e amigas, já faz um bom tempo que nós do jornalismo estamos convivendo com ofensas, ameaças e agressões. Hoje a vítima fui eu''Amigos e amigas, já faz um bom tempo que nós do jornalismo estamos convivendo com ofensas, ameaças e agressões. Hoje a vítima fui eu", escreveu o cinegrafista Matozo

Em nota publicada na noite desta terça-feira, 12 de outubro, o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, afirma que o repórter cinematográfico Leandro Matozo, da Globonews, foi atacado fisicamente por um homem, enquanto o profissional trabalhava na cobertura das festividades do Dia da Padroeira do Brasil em Aparecida do Norte (SP). A PM teria se negado a levar o agressor para a Delegacia de Polícia, apesar do flagrante. A entidade cobra explicações e a apuração desse e de outros casos de agressão física a profissionais da imprensa.

Conforme a entidade de classe, o repórter cinematográfico Leandro Matozo, da Globonews, foi agredido por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro na tarde desta terça-feira (12) no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo.

Em sua conta no Twitter, Matozo explicou o que ocorreu: “No final da tarde, nossa equipe decidiu gravar na parte externa da igreja, quando fomos surpreendidos por um apoiador do Presidente Bolsonaro. Ele nos abordou com xingamentos contra a TV e não parou. Em um determinado momento, disse: se pudesse mataria vocês".

“Após essa ameaça, meu parceiro Victor Ferreira gritou para os policiais que estavam próximos. O agressor continuou me insultando e, em seguida, deu uma cabeçada no meu rosto. Meu nariz sangrou muito na hora”, explicou o cinegrafista.

O jornalista Victor Ferreira escreveu que já trabalhou em denúncias graves e cobriu tragédias com o cinegrafista e não esperava que a cobertura no dia do feriado religioso fosse terminar dessa forma. “Hoje, no que deveria ser uma cobertura mais tranquila, dentro do Santuário de Aparecida, um apoiador de Bolsonaro nos abordou para insultar e deu uma cabeçada no meu amigo Matozo”.



Repúdio

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo lamenta o ocorrido e afirma que "o agressor se chama Gustavo Milsoni e trabalha como professor na Escola Estadual Cid Boucault, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo".

Matozo estava acompanhado pelo repórter Victor Ferreira, também da Globonews. Eles estavam se preparando para fazer um link ao vivo para a emissora quando foram abordados pelo agressor.

O agressor ofendeu a equipe com xingamentos e afirmou: “se eu pudesse, matava vocês”. Diante de policiais militares que faziam a segurança do evento, se aproximou de Matozo e deu uma cabeçada em seu rosto. O repórter cinematográfico teve sangramento no nariz, mas passa bem

Os policiais militares conduziram o agressor e os jornalistas até uma companhia da PM e registraram apenas uma Notificação de Ocorrência. Não quiseram levar o agressor para a delegacia, apesar do flagrante do ato. E ainda levaram o agressor de volta ao santuário em uma viatura.

"O ato covarde se insere num contexto de intimidação cada vez mais recorrente de profissionais de imprensa que estão nas ruas para cumprir a função social de levar informação às pessoas", afirma o sindicato em nota publicada na noite de hoje.

Ainda segundo a entidade, "a agressão é um ato de ataque à liberdade de imprensa. Atinge a ponta mais exposta nesse processo, que é o profissional da comunicação. Um trabalhador que, no Dia das Crianças, deixou seu filho em casa para trabalhar e é agredido de maneira covarde".

"O Sindicato dos Jornalistas exige da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e do governo de João Doria que esta agressão não seja relativizada ou negligenciada para que, desta forma, o agressor responda judicialmente na medida de seus atos. Exige, ainda, que episódios como esses sejam investigados com rigor e que os responsáveis sejam punidos. É urgente que se interrompa essa escala de violência contra os trabalhadores da comunicação antes que algo mais grave aconteça", enfatizou.

Outra ocorrência de agressão

No dia 8 de outubro, outra equipe de TV, que cobria a visita presidencial em Guarujá, litoral de São Paulo, também foi agredida. Conforme o relato da própria empresa, jornalistas da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista e no Vale do Ribeira, foi ofendida por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro. O homem, identificado como Armando Izzo, chegou a bater contra a câmera de um repórter cinematográfico, que conseguiu gravar toda a ação. Na gravação o homem também afirma que iria ao carro buscar sua arma para matar.

A repórter Thaís Rozo escreveu que o homem estava na porta do Forte dos Andradas e quando viu a equipe da imprensa, afirmou que, se fosse a Globo, não iria deixar gravar.

"Quando ele virou para o lado, viu nosso microfone e começou a gritar que éramos lixo, e todo o resto que dá para ouvir no vídeo. Estamos trabalhando, fazendo o nosso melhor para informar a população, e temos ainda que ouvir coisas assim. É um absurdo e uma situação horrível. Além de tudo, ele nos ameaçou, disse que tinha bala e iria voltar para 'dar bala' na gente", detalhou. Segundo os jornalistas, a Polícia Militar foi acionada, mas ouviu o homem e o liberou.
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Comentários

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Bom

13 de outubro, 2021 | 12:12

“Governo covarde, pior ainda esses seguidores fanáticos, estão iguais aos bandidos que nos pertubam todo dia, agindo como os abutres.
Esse governo só precisava trabalhar, o que não fez até agora.”

Paulo

13 de outubro, 2021 | 08:34

“A seita de pitbus não aceita a verdade, querem uma mídia adestrada falando bem de quem só faz o mal. Lamentável onde chegamos, a barbárie institucionalizada como forma de governo.”

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