10 de outubro, de 2021 | 09:00
Ex-jogador do Cascavel é um dos destaques de time inglês formado somente por brasileiros
Ailton Moreira Jr.
Além de disputar o Acesitano, Ronald Henrique também tem passagens por América e Avaí

O atacante Ronald Henrique, de 21 anos, nascido em Belo Horizonte e criado no bairro Amaro Lanari, em Coronel Fabriciano, é um dos destaques do Merseyside FC, clube amador localizado na cidade de Liverpool, no Noroeste da Inglaterra. A curiosidade da equipe é que ela é formada somente por brasileiros, numa cidade apaixonada por futebol e que tem um dos clubes mais vitoriosos do país: o Liverpool Futebol Clube.
Quando ainda estava no Brasil, Ronald passou pelas categorias de base do Cascavel de Timóteo, Avaí, Linhares-ES, Oeste-SC e América. O atleta conta, em entrevista ao Diário do Aço, que aos 14 anos deixou o Vale do Aço para seguir o sonho de se tornar jogador de futebol. Fui jogar em Santa Catarina em um time da Terceira Divisão. Me destaquei e fui para o Avaí, onde fiquei muito tempo. Depois dessa passagem voltei para Minas e joguei no América, após isso atuei pelo Linhares. Também disputei o Campeonato Acesitano pelo Cascavel”, detalhou o atacante, que tem como inspirações Neymar e Messi.
Em busca de melhores oportunidades na vida, Ronald Henrique partiu para a Inglaterra há dois anos, na companhia de um amigo. O que eu busco aqui é poder levar conforto para mim e minha família quando eu voltar para casa”, disse o jovem jogador, contando que os familiares ainda vivem no Amaro Lanari.
Enquanto está longe da família, Ronald se adapta ao novo estilo de vida e trabalho. Os ingleses jogam de uma forma diferente. Eles têm mais raça e nós temos mais técnica, o que faz com que eles admirem nossa equipe”, destacou o atleta. Nossa equipe está forte para disputar esse novo campeonato. Temos um bom elenco e jogadores de muita qualidade, ou seja, temos de tudo para fazer nosso nome nesse campeonato”, concluiu Ronald.
Merseyside
O time montado há cerca de seis meses surgiu de encontros entre amigos. Brasileiros que vivem em Liverpool se reuniam todas as segundas-feiras para jogar futebol e confraternizar, daí surgiu a ideia do clube, fundado por Tiago Moreira. A princípio, a recém-nascida agremiação ganhou o nome de Imigrantes FC, mas depois mudou para Merseyside, nome do condado onde está localizada a cidade de Liverpool.
Ailton Moreira Jr.
Merseyside FC só tem brasileiros em sua delegação

Ainda amador e com pouco tempo de estrada, o Merseyside foi convidado pela FA - Football Association, órgão regulador do futebol inglês, para integrar a federação. Conforme explica o gerente de futebol do clube, Tom Moreira, o clube foi convidado por sua notoriedade, já que está se destacando na liga amadora que disputa, a FA Liverpool Premier League, referente à Segunda Divisão do campeonato regional”. No site do clube, é possível ver o resultado dos últimos jogos disputados, recheados de placares largos, como 9 x 1, 7 x 1 e 4 x 2.
A FA Liverpool Premier League é dividia em categorias, e o Merseyside está na Segunda Divisão dela. Ganhando essa divisão, iremos para a Primeira Divisão, isso no amador. A partir daí passaríamos a integrar o profissional e disputar campeonatos estaduais e nacionais, atuando no que seria uma Série C do Campeonato Brasileiro”, detalhou Tom.
Manutenção do trabalho
Por enquanto, a equipe caminha com recursos dos próprios jogadores, com treinos sendo realizados em quadras alugadas. Porém, como agora o Merseyside é federado, a FA vai disponibilizar um campo para os treinamentos e jogos oficiais.
Atualmente, o clube conta com 22 jogadores, além do técnico, gerente de futebol e preparador físico. Desse elenco, somente de Minas Gerais, há jogadores de Belo Horizonte, Teófilo Otoni, Ouro Branco e Coronel Fabriciano.
As conquistas do clube brasileiro na Inglaterra estão sendo rápidas, além de ganharem o título de federado, o técnico e fundador da equipe, Tiago Moreira, foi convidado a fazer uma especialização no Liverpool FC, equipe comandada pelo alemão Jurgen Klopp. O Tiago não tinha experiências anteriores como técnico. Foi uma descoberta também para ele, que é um fanático pelo Guardiola”, lembrou Tom.
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