08 de outubro, de 2021 | 09:46
Jornalistas receberão o prêmio Nobel da Paz por trabalho pela liberdade de expressão
Reprodução
Os jornalistas, Maria Ressa (Filipinas) e Dmitry Muratov (Rússia) ganharam o Prêmio Nobel da Paz por sua luta em defesa da liberdade de expressão

Os jornalistas, Maria Ressa e Dmitry Muratov, vão receber Prêmio Nobel da Paz de 2021. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (8) pelo comitê responsável. A dupla conquistou a honraria "por sua corajosa luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia", enfatizaram os responsáveis pela indicação.
Maria Ressa tem 58 anos, é filipina e diretora executiva do Rappler, um veículo crítico ao presidente da extrema direita, Rodrigo Duterte. Dmitry Muratov, de 59 anos, é russo e lidera o jornal independente Novaya Gazeta.
"O jornalismo livre, independente e baseado em fatos atua na proteção contra abuso de poder, mentiras e propaganda de guerra", disse Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Norueguês do Nobel, ao anunciar o prêmio em Oslo.
"Sem liberdade de expressão e de imprensa será difícil promover com sucesso a fraternidade entre as nações, o desarmamento e uma ordem mundial melhor".
Na justificativa do prêmio é afirmado que Ressa demonstrou ser uma defensora destemida da liberdade de expressão ao comandar a cobertura crítica na controversa e assassina campanha antidrogas do regime de Duterte. O pais decretou pena de morte a pessoas que são presas e processadas por tráfico de entorpecentes.
"Ressa e Rappler também documentaram como as mídias socais estão sendo usadas para espalhar notícias falsas, assediar adversários e manipular o discurso público", destacou o Nobel.
O Comitê afirmou ainda que a Novaya Gazeta é "o jornal mais independente da Rússia hoje, com uma atitude fundamentalmente crítica em relação ao poder”. Foi criado em 1993 e já publicou reportagens sobre corrupção, violência policial, prisões ilegais e fraudes eleitorais na Rússia.
Por causa desse trabalho, seis repórteres do jornal Novaya Gazeta foram mortos, mas apesar dos assassinatos e ameaças, o editor-chefe Muratov recusou-se a abandonar sua política independente.
O jornalismo baseado em fatos e a integridade profissional do jornal o tornaram uma importante fonte de informação sobre aspectos censuráveis da sociedade russa raramente mencionados por outros meios de comunicação", disse o comitê do Nobel da Paz sobre o veículo comandado por Muratov.
(Com informações de agências)
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