08 de outubro, de 2021 | 06:40

Procon considera desumana venda de ossos e pede que mercado faça doação

Reprodução Twitter
Comerciante disse ter ficado chateada com repercussão do caso e agora vai nem doar nem vender ossos Comerciante disse ter ficado chateada com repercussão do caso e agora vai nem doar nem vender ossos

A polêmica causada por uma foto, em que um açougue anuncia que “ossos são para vender e não para doar”, levou o Procon Estadual de Santa Catarina a fazer um apelo para que comerciantes doem os ossos (bovinos e suínos) e não os vendam.

O caso que motivou a polêmica ocorreu no começo da semana. Um estabelecimento afixou um cartaz com o preço de R$ 4 o quilo do osso.

O caso “viralizou” e nesta quinta-feira, o Procon de Santa Catarina e a Associação Catarinense de Supermercados (Acats) pediram que os estabelecimentos evitem esse tipo de prática.

“No momento de crise que estamos vivendo, é até desumano que esses estabelecimentos estejam cobrando por ossos”, disse Tiago Silva, diretor do Procon-SC.

A proprietária do açougue afirmou à imprensa local que sempre doou ossos de boi, mas que a cobrança passou a ser praxe entre os açougues da região ultimamente. A comerciante disse ter ficado “muito chateada” com a exposição que o estabelecimento teve. “Eu já doei muito, e todos vendem, agora não vamos mais vender nem doar", disse.
Alex Ferreira/Arquivo DA
Carne de primeira, que custava em média R$ 19 em 2019 hoje custa acima de R$ 30 o quilo Carne de primeira, que custava em média R$ 19 em 2019 hoje custa acima de R$ 30 o quilo

Economistas afirmam que a valorização do dólar frente ao real gerou dois efeitos imediatos sobre os preços das carnes, tanto a branca (aves) quanto a vermelha (bovina e suína).

Primeiro, os insumos ficaram mais caros para os produtores. É preciso lembrar que a soja é uma commodity (produto de origem primária comercializado nas bolsas de mercadorias e valores de todo o mundo) cotada em dólar e também exportada. Depois, os grandes frigoríficos viram na exportação melhores oportunidades. Com isso, preferiram exportar em vez de abastecer o mercado interno.

Como resultado, em 12 meses, a carne vermelha acumula alta de 30,7%, o que fez com que o consumo do alimento caísse 14% em 2021, no mercado interno. Este é o menor nível de consumo de carne bovina no Brasil em 26 anos.

A carne ficou inacessível para as famílias de baixa renda, que têm procurado substitutos para o alimento, optando por partes menos nobres, como pé e pescoço de frango. Ovos e outras fontes de proteína foram adotadas, mas também enfrentam o aumento de preços. Sobraram os ossos.

No Rio de Janeiro, um caminhão com restos de carne e ossos no bairro da Glória, na Zona Sul da cidade, virou ponto de distribuição para moradores que têm fome. A imagem foi parar na primeira página do jornal Extra e teve repercussão internacional.

Primeira página do jornal Extra, do RJ, repercutiu no Brasil e no exterior Primeira página do jornal Extra, do RJ, repercutiu no Brasil e no exterior

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Comentários

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Amadeu

08 de outubro, 2021 | 12:04

“Boa tarde.
Olha o ponto em que chegamos, enquanto o presidente gastando rio de dinheiro com o cartão corporativo e a papulação comprando osso pra alimentar.
Dá pra doer o coração....
Vamos Mudar isso”

Marcelo Costa

08 de outubro, 2021 | 10:11

“Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém seu rico dinheiro aplicado no exterior, a inflação teve alta de 1,16% em setembro, a maior para o mês desde 1994, quando o índice foi de 1,53%. Com isso, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, acumula altas de 6,90% no ano e de 10,25% em 12 meses. A informação foi divulgada hoje - 8/10 - pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).”

Shesheu

08 de outubro, 2021 | 09:30

“Enquanto isso, nosso digníssimo Ministro da economia, mantém suas contas nós paraísos fiscais, lucrando, e muito, com o dólar no valor que está.
E tem pessoas que ainda vão as ruas para defender uma situação desta.
Triste ver o próximo nesta situação.”

Paulo

08 de outubro, 2021 | 07:54

“O brasileiro aprendeu a lucrar na tragédia, por isso diante de todo esse sofrimento que estamos vivendo, temos o menor grau de empatia para com o próximo. Para manter e defender o mito, o Cristão abandonou um dos maiores mandamento, amar ao próximo como a ti mesmo. Tudo isto em nome de um falso conservadorismo, que empobrece e desune a família.”

Marcos

08 de outubro, 2021 | 07:24

“E a culpa é de quem dessa vez??????

Agro é tudo! Viva o Agro!
Temos a honra de alimentar 1/4 do mundo, mas nosso povo tem fome. A Politica do livre mercado e a não intervenção Estatal criou um tipo de comércio onde come quem pode e quem não pode , passa fome.
Depois, estes mesmos boçais engrossam o coro de vozes para criticar os Governos do PT, que embora houvesse corrupção ( e também no atual), mas que não deixava o povo passar fome.
O Brasil exporta quase tudo o que produz, e o que fica no país não é suficiente para a Nação se alimentar e esse arroubo já chegou nos bolsos de quem bate cartão. Uma simples compra do mês que ficava em 500 reais, hoje beira 1000,00 reais.
Trabalhamos mal mal para comer e graças a Deus que ainda temos saúde.
Bolsonaro, pede pra sair!
Quem bate cartão não vota em Patrão e nem em Burgues.”

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