25 de setembro, de 2021 | 09:58

Dogecoin, a 'moeda-meme': saiba o que é e os riscos de investir

Rafael Schmidt *

Provavelmente uma das maiores surpresas do mercado financeiro mundial recentemente foi a relevância da qual recebeu a criptomoeda Dogecoin, acompanhada de sua impressionante valorização.

Como consequência de uma série de eventos, essa valorização pode ser explicada principalmente pelo apoio do bilionário e polêmico Elon Musk, porém é importante entender também outros fatores que levaram a moeda-meme a alcançar tamanha notoriedade e quais são os principais riscos atrelados a ela.

Essa Altcoin, uma espécie de criptomoedas alternativas ao Bitcoin, foi criada em 2013 pelos programadores Billy Markus e Jackson Palmer, inspirada pelo meme “Doge”. A intenção era criar um sistema divertido, que pudesse atingir um público mais amplo do que o Bitcoin. Logo, o Dogecoin tornou-se popular naquele momento devido à praticidade do seu uso e passou ser utilizado. Seu valor era praticamente irrisório e por isso a moeda era utilizada de maneira simbólica, para presentear alguém na internet por algum conteúdo ou comentário postado, de toda forma, o Dogecoin já passava a ser utilizado de forma especulativa no mercado financeiro de criptos.

Mas foi a partir de 2020 que a cripto passou a ganhar ainda mais relevância, principalmente após o bilionário Elon Musk, que possui cerca de 60 milhões de seguidores no Twitter, soltar, de forma frequente, tweets sobre a moeda em sua conta oficial, gerando ainda mais especulação e alta volatilidade na cripto. Outro fator importante para a valorização do Dogecoin foi o movimento de uma comunidade do Reddit chamada SatoshiStreetBets, que elevou o preço da moeda a partir de um esforço coordenado, assim como ocorreu no short squeeze da Gamestop.

“É fato que criptomoedas estão
em alta e o mercado está cada
vez mais acostumado a lidar
com esses tipos de ativos”


A consequência disso tudo foi que até abril de 2021 o Dogecoin já havia valorizado cerca de 6000% no ano, superando o valor de mercado de gigantes brasileiras como Ambev, Bradesco e Petrobras.

Porém, essa influência sobre a moeda não representa apenas aspectos positivos. Prova disso é que após a participação de Elon Musk no programa Saturday Night Live, a moeda acumulou uma desvalorização de quase 80% em poucas semanas, isso porque Elon fez uma piada dizendo que o Dogecoin se tratava de um golpe.

É importante ressaltar que os riscos vão além do aspecto especulativo, já que essa cripto tem um código fonte pouco complexo, não possui lastro e os tokens são ilimitados, ou seja, diferente do Bitcoin ela é inflacionária. Outro ponto que preocupa é a concentração da moeda, já que 45% de sua circulação total encontra-se nas mãos de 10 usuários, o que representa uma vulnerabilidade básica para a especulação.

É fato que criptomoedas estão em alta e o mercado está cada vez mais acostumado a lidar com esses tipos de ativos. Investidores estão começando a tratar boas criptomoedas como reserva de valor e defesa contra a inflação, porém em um mercado com tantas opções o investidor corre o risco de comprar moedas extremamente voláteis, supervalorizadas e sem fundamentos.

É possível que o Dogecoin seja uma dessas moedas ou que realmente seja uma moeda com verdadeiro valor de uso. De toda forma, é preciso entender seus riscos e investir com consciência.

* Assessor de investimentos da Atrio investimentos

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