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18 de setembro, de 2021 | 12:01

Brutal assassinato de Bryan Acácio Gonçalves é julgado em Coronel Fabriciano

Irmãos Paulino e mais dois réus foram absolvidos depois de dois dias de sessão no Tribunal de Júri no Fórum Orlando Milanez

Arquivo DA
Brayan Acácio foi torturado e assassinado no mato, na Serra dos Cocais, em 13 de julho de 2016Brayan Acácio foi torturado e assassinado no mato, na Serra dos Cocais, em 13 de julho de 2016

Em julgamento no Tribunal do Júri da Comarca de Coronel Fabriciano, na semana que passou, foram absolvidos os irmãos Paulino, Elias Paulino da Costa, de 24 anos, e Eliel Paulino da Costa, de 32, e ainda os réus Patrick de Castro Costa, de 26, e Cléber Rodrigues do Carmo, de 27 anos. A sessão do Tribunal do Júri foi iniciada na quarta e encerrada somente na quinta-feira (16). Os quatro responderam pela acusação do homicídio de Bryan Acácio Gonçalves, de 21 anos, ocorrido em 13 de julho de 2016.

Consta na denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que os réus teriam participado no assassinato praticado na noite de 13 de julho em uma área entre o bairro Caladão e a localidade de Cocais, na zona rural de Coronel Fabriciano. Bryan morreu atingido por tiro, depois de ser torturado e ainda teve o corpo enterrado em uma cova rasa.

As investigações na época indicaram que os suspeitos abordaram Bryan no bairro Manoel Maia. Os irmãos Paulino estariam armados e forçaram a vítima a entrar em um Ford Fiesta de cor prata. Em seguida, eles levaram o jovem para a zona rural do município onde teriam praticada a tortura agredindo-o violentamente.

O corpo de Bryan só foi localizado depois de três dias de buscas realizadas por policiais militares, civis, familiares e o Corpo de Bombeiros. A localização do corpo da vítima foi acompanhada na época pelo Diário do Aço em um local de difícil acesso em meio à mata na margem da estrada para Cocais dos Arrudas.
Arquivo DA
Buscas foram feitas por equipes dos Bombeiros Militares e Policiais Militares, no meio do mato, na Serra dos Cocais Buscas foram feitas por equipes dos Bombeiros Militares e Policiais Militares, no meio do mato, na Serra dos Cocais

Droga apreendida pela PM teria motivado o crime

Ainda segundo a denúncia do Ministério Público, Bryan teria sido morto por causa de uma droga apreendida pela PM em poder dele dias antes. O entendimento da investigação é que os irmãos Paulino, donos do entorpecente, queriam que o jovem pagasse o prejuízo e, como não houve o ressarcimento, resolveram matá-lo, conforme as investigações da época. As prisões dos investigados começaram logo depois da descoberta do crime.

Para o MPMG, ficou evidenciado que o não pagamento da droga foi o motivo torpe que ensejou a morte da vítima. O crime teria sido praticado mediante asfixia, tortura e meio cruel. Os autores usaram uma fita de tecido para enforcar Bryan, além de diversas pancadas no tórax e na cabeça do jovem, que teve “sofrimento intenso e desnecessário”.

Forte esquema de segurança no julgamento



O julgamento dos réus começou na manhã de quarta-feira (15) sob forte esquema de segurança, com policiais militares e policiais penais fazendo o cerco em torno do Fórum Orlando Milanez, inclusive, o acesso à rua ficou restrito. Os irmãos Paulino são considerados de alta periculosidade pela polícia e são investigados em outros crimes.

Eliel encontra-se recolhido na Penitenciária de Unaí, no Noroeste de Minas Gerais, e o seu irmão em um presídio em outra parte do Estado. Os outros dois réus estavam presos na região do Valo do Aço, conforme informou o advogado Thiago Xavier de Souza ao Diário do Aço.
Thiago Xavier defendeu Cléber Rodrigues. Já o réu Patrick foi defendido pelo advogado José Constantino Filho, Coronel, de Timóteo.

O advogado Rodolfo Correa Reis fez a defesa de Elias Paulino, O irmão de Elias, o Eliel Paulino, foi defendido pelo advogado Pedro Henrique Pinto Saraiva.
Arquivo DA
Brayan foi preso e com ele foram apreendidos entorpecentes; Investigação apontou que traficantes quiseram se vingar por causa do prejuizo Brayan foi preso e com ele foram apreendidos entorpecentes; Investigação apontou que traficantes quiseram se vingar por causa do prejuizo

O defensor explicou os motivos da demora para o julgamento. No primeiro dia foram ouvidas as testemunhas e os policiais que participaram do caso. As oitivas terminaram por volta das 22h de quarta-feira, quando o juiz de Direito Paulo Sérgio Vidal, presidente do Tribunal do Júri, decidiu suspender os trabalhos e recomeçá-los no dia seguinte.

Os jurados foram levados em uma van para um hotel e tiveram seus celulares recolhidos. Oficiais de Justiça ficaram no hotel para fiscalizar e manter a incomunicabilidade dos jurados, como prevê a legislação. Eles não podem conversar com outras pessoas ou ter informações externas.

Depois de quase 33 horas, a absolvição

O Tribunal do Júri voltou à sessão na manhã de quinta-feira quando os acusados foram ouvidos e voltaram a negar a participação no crime. Em duas horas e meia, o promotor Célio Dimas Esteves Ruas sustentou a acusação contra os quatro réus. Neste mesmo tempo, os advogados defenderam a negativa de autoria por falta de provas.

No fim da tarde, os jurados do Conselho de Sentença se reuniram para votar os quesitos. Eles decidiram pela negativa de autoria de todos os réus. O juiz leu a sentença de absolvição e expediu alvará de soltura para todos. Se não tiver nenhum impedimento em outros processos na Justiça, eles poderão ser soltos.
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Comentários

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Justiça

18 de setembro, 2021 | 15:10

“PORQUE FOI MONTADO UM FORTE ESQUEMA DE SEGURANÇA NA PORTA E NAS RUAS PROÇIMO AO FORUM LOCAL. SENDO QUE ESTES MARGINAIS IRAO SER SOLTOS. E A SEGURANÇAS DAS PESSOAS DO BEM, ESTES ELEMENTOS E CALCULISTA PEGA SEUS AFETO E LEVAM PARA UM LOCAL ERMO PARA EXECUTAR-LOS, E LOGICO QUE NUNCA VAI TER PROVAS CONTRAS OS MESMOS, INFELISMENTE. ELES VAI CONTINUAR MATANDO E FIM DE PAPO.”

Sincerao

18 de setembro, 2021 | 12:52

“Infelizmente acredito que os jurados n julgaram conforme a verdade dos fatos.. Os réus são pessoas perigosas e isso pode ter influenciado. deveria ter sido desafadorado esse júri pra uma comarca distante..”

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