16 de setembro, de 2021 | 20:21

Bandidos rendem vítimas e estouram cofre de igreja no Centro de Ipatinga

Quatro criminosos levaram o terror ao manterem seis pessoas, entre elas o pastor, sob a mira de arma de fogo

Um ousado assalto praticado em uma igreja evangélica localizada na avenida João Valentim Pascoal, a cinquenta metros da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, no Centro de Ipatinga, é investigado pela polícia. Quatro homens armados renderam seis pessoas no templo religioso na manhã desta quinta-feira (16) e fizeram o terror com as vítimas para que o cofre fosse aberto. O valor roubado não foi divulgado.

A ação perpetrada pelos criminosos começou por volta das 8h, quando os bandidos se passaram por doadores de alimentos para pessoas carentes. Dois deles abordaram duas zeladoras da Igreja do Evangelho Quadrangular, uma mulher de 61 e a outra de 51 anos, após chamá-las pelo interfone e mostrar a elas uma caixa com gêneros alimentícios.

Os marginais pediram às zeladoras para chamarem o pastor a fim de “abençoar a doação”, o que fez o pastor, de 43 anos. No momento em que o evangélico fazia a oração, os outros dois comparsas tocaram o interfone. Um dos marginais que estava no interior da igreja sacou uma arma de fogo e anunciou o roubo.

Três dos bandidos subiram até a secretaria da igreja e renderam a secretária, de 50 anos, alegando que seriam policiais e estavam investigando uma denúncia de dinheiro ilícito. Porém, eles viraram as câmeras de vigilância para o teto, quando a vítima percebeu que não eram policiais.

Todas as vítimas foram amarradas com fios elétricos e fitas adesivas na sala do pastor. Enquanto isso, um dos assaltantes pegou as chaves na mesa e abriu a sala onde fica um cofre. Eles já sabiam onde estavam o cofre, escondido por objetos que ocultam o compartimento.

Um dos ladrões chegou a buscar ferramentas, marreta e talhadeira, para arrombar o cofre. Havia um quinto elemento no telefone, que orientava os seus comparsas sobre o que fazer na igreja. Todos os objetos pessoais das vítimas foram retirados e seus aparelhos celulares destruídos a marretadas.

Tortura psicológica feita pelos marginais

Em um certo momento, os criminosos apontaram a arma de fogo, ora para a cabeça, ora para o joelho do pastor e diziam: “queremos o dinheiro do cofre, é só abrir que vamos embora”. O pastor informou que não tinha o segredo, então um dos autores passou o telefone para a vítima e o marginal passou a ameaçá-lo e também seus familiares.

Em uma espécie de tortura psicológica, o criminoso dizia onde morava a mãe do pastor e, se ele não cooperasse, arrancaria um dos dedos do filho do pastor. Os criminosos também jogaram álcool nas vítimas durante o tempo em que mantiveram todas sob guarda na igreja.

Um dos bandidos era mais agressivo, os outros dois mais calmos. Estes diziam que ficariam tudo bem, que elas estavam “na bênção” e não tinham o que temer. Após arrombarem o cofre, eles encherem com o dinheiro duas bolsas cinzas que eles trouxeram. Pouco antes deles saírem, chegou a quinta vítima, de 46 anos, que tocou o interfone.

Enquanto ninguém atendia os chamados no interfone, uma sexta vítima chegou. Funcionário da igreja, um idoso de 75 anos tinha as chaves do templo. Quando os dois homens entraram, eles foram surpreendidos pelos assaltantes armados. Estas pessoas foram amarradas em seguida e colocadas junto às outras quatro vítimas.

Bandidos ficaram duas horas no interior da igreja

Antes de fugirem, cerca de duas horas depois de iniciada a ação criminosa, os bandidos alegaram que era para as vítimas esperarem até o meio-dia, pois alguém iria à igreja para libertá-las. Eles também levaram o aparelho que registra as imagens das câmeras de segurança. Um deles se chamaria Ricardo e o outro Diogo, mas todos estavam com máscaras.

Além do montante em dinheiro pego no cofre, em valor não divulgado, pois dependeria ainda de uma contabilidade, os bandidos acessaram aplicativos bancários nos celulares do pastor e da secretária antes de destruírem os telefones. Cerca de R$ 430 foram recolhidos em poder do pastor.

Logo depois que as vítimas conseguiram se libertar e acionaram a polícia, equipes de policiais civis e militares foram para o local iniciando as investigações. A igreja foi periciada e feito o levantamento de características físicas dos autores do assalto. As buscas continuam para a prisão da quadrilha.