
16 de setembro, de 2021 | 10:00
Parque Estadual buscará título de patrimônio mundial
Pleito junto à Unesco será um dos trabalhos a ser desenvolvido pela Oscip escolhida para implementar melhorias no Perd
Alex Ferreira
Busca de título da Unesco será uma das ações a serem realizadas por meio do termo de parceria para apoio às ações de consolidação da unidade de conservação
(Silvia Miranda - Repórter do Diário do Aço)
O Parque Estadual do Rio Doce (Perd) vai pleitear o reconhecimento como sítio do Patrimônio Natural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A iniciativa será uma das ações a serem realizadas por meio do termo de parceria para apoio às ações de consolidação da unidade de conservação do parque e que está em fase final.
Conforme já anunciado pelo Diário do Aço, o Instituto Ekos Brasil, com sede em São Paulo, é o primeiro colocado na análise de projetos inscritos, conforme divulgado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), e será responsável por implementar melhorias no Perd. O edital da licitação para celebrar o convênio prevê investimentos de R$ 21 milhões em infraestrutura, proteção e preservação dos recursos naturais e da biodiversidade do Perd.
Título
A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) selecionada deverá apoiar o IEF na estruturação de pleito de reconhecimento do Perd como sítio do Patrimônio Natural Mundial pela Unesco e em todas as etapas necessárias à efetivação da candidatura do Perd, a qual engloba a elaboração de um dossiê para efetivação do pleito.
O gerente do parque, Vinicius Moreira, explica que o título é importante para consolidar o reconhecimento do Perd e possibilita uma projeção nacional e internacional, trazendo uma série de benefícios que contribuirão para o alcance dos objetivos da unidade de conservação, como maior atratividade de visitantes à unidade de conservação e a possibilidade de ampliação da realização de acordos de cooperação técnica”.
Cimar Martins
Novas áreas devem ser inseridas ao território da unidade de conservação

Outras demandas
Além do pleito para o título mundial, a instituição vencedora do edital terá como missão organizar um plano de fomento científico para sistematizar todos os dados do parque. A implantação de um sistema de videovigilância na unidade de conservação, de monitoramento aéreo por drone e do uso de câmeras trap (para registro de animais selvagens com menor interferência humana), como forma de fortalecer as ações de proteção, conservação, fiscalização e monitoramento do Parque.
Vinicius Moreira lista, ainda, a atualização do plano de manejo, plano de sustentabilidade, reforma das estruturas prediais, compra de veículos, barcos, elaboração do plano de sustentabilidade financeira, pesquisa científica, plano de gestão tática e operacional, plano de uso público de visitação e plano de comunicação e marketing. Teremos também com este edital a contratação de 40 guarda-parques, para enfrentamento de incêndios florestais, cinco analistas ambientais para auxiliar nesse plano de trabalho e uma torre de observação de aves, a exemplo do museu da Amazônia”, complementou.
Inserção de novas áreas
Como parte do item de regularização fundiária previsto neste edital, o gerente do Perd conta que está previsto a inserção de novas áreas ao território da unidade de conservação. Entre elas a compra de uma propriedade de 12 hectares localizada nas proximidades da Ponte Queimada e um outro terreno conhecido como Fazenda do Ganhô, no município de Dionísio. Nestes dois locais serão construídos uma casa de guarda-parques e um posto de fiscalização e provavelmente se tornar mais uma via de acesso para o parque, facilitando o deslocamento dentro da unidade”.
Estudo de Concessão
Segundo o IEF, a possibilidade de concessão de parte dos serviços prestados pelo Perd, conforme o Programa Concessão de Parques Estaduais (PARC), é especificamente para aqueles relacionados à visitação e de atividades de ecoturismo, que está em fase de estudo e não prejudica a celebração do termo de parceria em andamento. Vinicius Moreira esclarece que a concessão é diferente de privatização. A possibilidade de concessão dos serviços dentro do parque faz parte de um estudo do BNDES que está em andamento e pode viabilizar vários serviços turísticos como tirolesa, trilhas guiadas, travessias de longo curso e que hoje não é possível gerir, devido à falta de servidores públicos suficientes, então, a concessão é uma forma de atender a essa demanda”, enfatizou.
Recursos
O dinheiro a ser investido é uma compensação pelos estragos ambientais causados pelo rompimento da barragem de Fundão, da Mineradora Samarco, em 2015, em Mariana. O termo prevê o investimento de R$ 93 milhões, a longo prazo, em ações de consolidação do Parque do Rio Doce. Os R$ 21 milhões da primeira etapa em andamento fazem parte do primeiro aporte.
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