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09 de setembro, de 2021 | 10:00

Suspensão de exportação de carne para China pode durar de 15 a 30 dias

Minas Gerais exportou 15 mil toneladas de carne bovina no mês de agosto

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento reforça que o período de suspensão das exportações para a China será curto, podendo durar de 15 a 30 dias, e que o real efeito dessa suspensão só poderá ser verificado nos meses seguintes. No Vale do Aço, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), cuja sede regional fica em Coronel Fabriciano, afirma que não há alterações na produção dos frigoríficos da região já que a inspeção é permanente.

O fechamento do mercado de venda de carne para o país asiático ocorreu após a confirmação de um caso da doença conhecida como Vaca Louca, registrado em um frigorífico de Belo Horizonte e confirmado no sábado (4). Um segundo caso também foi registrado em um frigorífico de Nova Canaã do Norte, no Mato Grosso. Os órgãos responsáveis no Brasil afirmam não haver riscos para a saúde humana e nem de transmissão para animais de outras espécies.

Segundo informações envidas pelo IMA ao Diário do Aço, as exportações mineiras de carne bovina para a China vêm mantendo crescimento no período de janeiro a agosto de 2021, em relação ao mesmo período do ano passado. Neste intervalo de tempo, o valor da carne bovina exportada alcançou US$ 390,5 milhões. O volume registrado é de 73 mil toneladas do alimento, com crescimento de 6%. Somente em agosto de 2021, o volume exportado de carne bovina mineira para o mercado chinês foi de US$ 89 milhões, com o embarque de 15 mil toneladas.

Caso atípico

O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou que a ocorrência da doença, registrada em Minas, é um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) em um bovino fêmea de aproximadamente 10 anos de idade.

A confirmação do diagnóstico ocorreu no dia 3 de setembro de 2021, após emissão de resultado pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), localizado no Canadá. A EEB atípica ocorre em bovinos de forma aleatória, espontânea e esporádica, e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados.

Uma das formas de vigilância da doença é a análise de material do Sistema Nervoso Central (SNC) de bovinos encaminhados para o abate de emergência. O animal positivo foi submetido a esse tipo de abate, em frigorífico com Inspeção Federal, sob a responsabilidade do Mapa. Os frigoríficos com inspeção federal e estadual (IMA) realizam rotineiramente a retirada de todo o material especificado de risco para EEB, como uma das formas de prevenção da doença.

Investigação

O IMA disse ainda ter iniciado imediatamente as investigações epidemiológicas na propriedade de origem do animal positivo, com a realização da interdição da mesma. Todas as ações sanitárias sob a responsabilidade do IMA, evolvendo análises de trânsito e manejo, necessárias para a conclusão do caso, foram realizadas, com o objetivo de mitigar o risco de disseminação da doença. “Trata-se de procedimentos de investigação de rotina, que ocorrem sempre que houver uma suspeita de doença, demonstrando-se assim, ao mercado interno e externo, a constante e necessária atenção veterinária das instituições responsáveis, reafirmando nossa seriedade e credibilidade no mercado”, diz a nota do IMA.

Após a emissão do resultado final pelo laboratório de referência, o Brasil notificou oficialmente à OIE e aos países importadores o caso de Minas Gerais, conforme estipulado nas normas internacionais.

A doença

A Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida como “Doença da Vaca Louca”, é causada por um príon infectante, surgiu na década de 1980 na Europa como uma nova doença nos rebanhos bovinos e, desde então, estão sendo tomadas várias ações para sua prevenção e controle. É uma enfermidade degenerativa, crônica e fatal que atinge o Sistema Nervoso Central de bovinos. A infecção tem duas formas: atípica e clássica.

A EEB atípica não tem relação com o consumo de alimento proibido e ocorre de forma espontânea e isolada em bovinos, acometendo principalmente bovinos com idade superior a oito anos.

A EBB clássica é provocada pela forma infectante de uma proteína (príon) presente nos restos mortais de bovinos que manifestaram a doença. A principal forma de contaminação do bovino pelo agente causador da EEB, na sua forma clássica, é por meio do consumo de alimento contendo proteína e gordura de origem animal, o que é proibido.

Animais sadios contraem a doença pela ingestão de alimentos que contêm farinhas de ossos, carnes e carcaças de animais infectados. Devido a isso, é proibida a alimentação de bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos com produtos de origem animal, incluindo a cama de aviário e dejetos de suínos.
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