04 de setembro, de 2021 | 10:20

Ciranda do Nordeste vira patrimônio cultural nacional

Paulo Maia/Acervo Iphan
Expressão cultural democrática e de divertimento coletivo, a manifestação recebeu o título em reunião do ConselhoExpressão cultural democrática e de divertimento coletivo, a manifestação recebeu o título em reunião do Conselho

Uma das mais originais e autênticas manifestações populares do país, a Ciranda do Nordeste foi reconhecida como “Patrimônio Cultural do Brasil”. A decisão foi anunciada pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo. A partir de agora, o Brasil tem, em sua lista, 50 bens registrados como patrimônio imaterial.

“Com esse registro, reconhecemos a relevância da Ciranda do Nordeste em âmbito nacional, na medida em que aporta elementos importantes para a memória, a identidade e os grupos formadores da sociedade brasileira”, declarou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. “Os saberes, modos de fazer e valores dessa expressão coletiva estão sendo constantemente reiterados, transformados e atualizados, o que constitui uma tradição vital enquanto canal de expressão e fortalecimento de laços de pertencimento”, completou.

Muitos significados

A Ciranda do Nordeste é uma forma de expressão que une música, poesia e dança de roda, e é vivenciada como modo coletivo de celebrar a vida, sem distinções pessoais, delimitações e temporalidades rígidas. Na região nordestina, especialmente, possui singularidades estéticas, poéticas e musicais que a diferenciam de outras modalidades de ciranda praticadas no Brasil, como o baile popular de Paraty (RJ).

A ciranda está rodeada de significados que envolvem o balanço do mar, os ciclos da vida e as brincadeiras de criança. A dança é um elemento central e, em geral, acontece com os dançantes dando as mãos em um círculo fechado e dançando em uma única direção. Existem variações de passos complexos, porém o mais importante no “cirandar” não é a dificuldade dos passos, mas a simplicidade e a união. A roda pode acontecer em diferentes contextos, como carnaval, casamentos, festejos populares, em espaços abertos ou fechados, como ruas, bares e praças. O importante em roda de ciranda é manifestar os sentimentos de celebração a um lugar ou uma história.
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