12 de agosto, de 2021 | 05:40

Preço da gasolina acumula alta de 51% este ano

Aumento de preços de derivados de petróleo sustenta lucro e dividendos históricos para acionistas da Petrobras

Com informações da Petrobras e agências
A gasolina já está 3,5% mais cara nas refinarias. O novo aumento entrou em vigor à 0h desta quinta-feira (12), conforme anúncio feito ontem pela Petrobras. Com esse aumento, o preço médio da gasolina das refinarias fica em R$ 2,78 o litro. Sobre esse valor incidem impostos federais, estaduais (ICMS), valor do custo de distribuição, frete e margem de lucro dos revendedores.

No Vale do Aço o preço da gasolina já atinge R$ 6,24 o litro, em algumas redes de postos. Com os seguidos aumentos, a gasolina já acumula alta de 51% somente neste ano. Já os preços do diesel e do gás de cozinha permanecem sem alteração dessa vez.

Esse é o segundo aumento praticado pela estatal na gestão de Joaquim Silva e Luna. O último reajuste foi realizado no início de julho, quando o diesel aumentou 6,3%, a gasolina foi reajustada em 3,7% e o gás de cozinha 6%.

Justificativa

O aumento acompanha a alta do petróleo no mercado internacional, que vem operando no patamar de US$ 70 o barril. O aumento no consumo é relacionado ao arrefecimento da pandemia de covid-19 e a retomada global da atividade econômica.

"Os preços da companhia buscam o equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo", informou a Petrobras, em nota.

A paridade internacional dos preços internos nos derivados de petróleo existe no Brasil deste outubro de 2016, quando o governo Michel Temer (MDB) resolveu implementar o Preço de Paridade de Importação (PPI).

E os preços dos combustíveis podem subir ainda mais. Apesar dos aumentos que têm atingido o orçamento dos brasileiros, a defasagem em relação ao preço praticado no mercado internacional ainda é de 13%, conforme cálculos da corretora Ativa Investimentos.

Aumento de preços sustenta lucro e dividendos histórico para acionistas

Os resultados operacionais e financeiros da Petrobras, no segundo trimestre de 2021, divulgados semana passada, apontaram lucro líquido de R$ 42,9 bilhões.

O aumento da receita de vendas dos derivados, sobretudo o diesel, a gasolina e o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o popular gás de cozinha, foi o principal responsável pelo lucro líquido. O resultado, nada interessante para o consumidor, foi muito bem visto pelos acionistas, que receberão R$ 31,6 bilhões em dividendos.

Essa é a maior distribuição de remunerações para os seus acionistas na história da companhia. O último recorde até então tinha sido de R$ 29,5 bilhões em 2009.