01 de agosto, de 2021 | 10:30

''Ninguém conseguiu provar que a urna foi fraudada'', pondera Zema

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), opinou sobre o assunto que tem movimentado a mídia e especialistas em Direito Eleitoral: o voto impresso. Questionado pelo Diário do Aço, durante sua passagem pelo Parque Estadual do Rio Doce, na sexta-feira (30), Zema foi enfático ao dizer que, se existe, nenhuma fraude na urna eletrônica foi comprovada até hoje e que outros meios de conferência podem ser adotados, mas não o papel. O governador também admite que há prejuízos na tensão entre as instituições, mas acredita que a democracia se sobressai.

Romeu Zema ponderou que as Eleições Gerais ainda estão longe e que ainda não é momento de se falar em processo eleitoral. Mas avaliou que a urna eletrônica, como é sabido, participou de diversos pleitos no Brasil e ninguém conseguiu provar que foi fraudada até agora. “Eu não imprimo os meus extratos bancários e nem a fatura do cartão de crédito, acredito que como a maioria de vocês, já temos sistemas digitais que foram testados por décadas e que asseguram uma confiabilidade. Pode acontecer uma fraude? Pode, mas talvez não seja o voto impresso que vai evitá-la, é você ter condições de fazer uma auditagem digital, já existe recurso para isso. Não é impressão que vai resolver uma possível fraude”, enfatizou.

De forma clara, o governador resumiu que é contrário a criação de mais papel e mais conferência manual. “Temos de ir para um mundo cada vez mais moderno.

Indagado a respeito das supostas ameaças à democracia brasileira, o governador mineiro admitiu que há tensão e isso tem causado prejuízos: “Vejo nossas intuições muito sólidas e me preocupo com a tensão grande entre elas e que acaba dificultando as reformas. Mas temos uma democracia que julgo bem consolidada”, pontuou.

Em xeque

Ao longo dos últimos meses, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), tem apontado possíveis fraudes no processo eleitoral, mas não apresentou nenhuma prova a respeito. No mês de junho, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luis Felipe Salomão, chegou a determinar que qualquer autoridade pública que tenha relatado ou que venha a relatar a ocorrência de fraudes ou inconformidades no processo eleitoral brasileiro apresentasse, no prazo de 15 dias, evidências ou informações sobre os fatos.

Na última semana, a Secretaria de Comunicação e Multimídia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esclareceu que as urnas brasileiras e o sistema eletrônico de votação têm sido continuamente atualizados e modernizados, desde sua implantação no país, em 1996.

Ainda conforme o TSE, em 2021, o sistema eletrônico de votação completou 25 anos de funcionamento sem nenhum registro de fraude comprovado. De lá para cá, o sistema passou por constantes evoluções. Uma delas foi a criação do Registro Digital do Voto (RDV), que permite, a qualquer tempo, a recontagem dos votos da urna eletrônica por partidos políticos e coligações.

Live

No dia 29, em uma transmissão ao vivo com a presença de alguns jornalistas convidados, Bolsonaro disse não ter provas, como havia prometido, para embasar suas denúncias de fraudes eleitorais, mostrando apenas vídeos antigos divulgados na internet com eleitores reclamando de problemas na hora de votar e um outro vídeo sobre suposta manipulação da urna eletrônica, questão que já foi negada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Após convocar a imprensa para acompanhar sua transmissão semanal, o presidente reconheceu que tinha apenas indícios, que circularam na internet desde as eleições de 2018, mas que já foram rebatidos pelo TSE como falsos.