28 de julho, de 2021 | 09:57

Saritur assume compromisso com Sinttrocel e nega que deixará de operar no Vale do Aço

Divulgação
Caso a situação não evolua, novas paralisações poderão ocorrer no Vale do Aço, a exemplo da que houve no dia 7 de julhoCaso a situação não evolua, novas paralisações poderão ocorrer no Vale do Aço, a exemplo da que houve no dia 7 de julho

A empresa Saritur, concessionária de transporte coletivo que presta serviço nas cidades de Ipatinga, Timóteo e Coronel Fabriciano, assumiu compromisso com o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Coronel Fabriciano (Sinttrocel) de cumprir com alguns termos da negociação trabalhista. Tal deliberação foi tirada de encontro ocorrido na segunda-feira (26) e uma nova reunião está agendada para a próxima terça-feira (3), às 10h, em Belo Horizonte.

Na reunião ocorrida na segunda-feira entre a diretoria do Sinttrocel e os representantes da Saritur, a empresa assumiu o compromisso de pagar o abono; a segunda parcela das horas-extras do banco de horas; horas-extras feitas no mês de julho de 2021. O pagamento será feito com o salário do mês de julho deste ano, efetuado no quinto dia útil do mês agosto.

“Na verdade, esperávamos que na reunião conseguíssemos concluir os pleitos dos trabalhadores, mas como a empresa demonstrou abrir diálogo e temos muita coisa para avançar, teremos uma reunião na terça-feira, onde esperamos evoluir na negociação”, vislumbrou o presidente do Sinttrocel, Marlúcio Negro.

Na reunião de semana que vem, o objetivo é discutir acerca da anotação integral das horas trabalhadas pelos motoristas e cobradores; ticket de alimentação - a empresa está descontando o atestado médico; entendimento sobre o caso de trabalhadores que ainda recebem o anuênio (anuênio ou quinquênio é um percentual sobre o salário a ser pago ao empregado por tempo de serviço prestado a uma mesma empresa) e a Saritur parou de pagar sem negociação com o Sindicato; definição da situação de trabalhadores que há mais de dois anos atuam como motorista de ônibus, porém, recebem salário de motoristas de micro-ônibus, dentre outros pontos.

Manifestações

Caso a empresa não cumpra com o combinado até o quinto dia útil de agosto, a direção do Sinttrocel irá convocar os trabalhadores para novas manifestações e paralisações. “O estado de greve permanece e mesmo com a reunião de segunda-feira, como não conseguimos avançar em todos os pleitos, o estado de greve está mantido, com possibilidade de paralisações em todo o Vale do Aço”, alertou Marlúcio.

No dia 7 de julho, em Coronel Fabriciano e Timóteo, os trabalhadores rodoviários da Saritur cruzaram os braços numa paralisação que deixou as duas cidades sem a prestação do serviço durante algumas horas. O ato foi para protestar contra o atraso no pagamento de direitos.

Encerramento de atividades

Nesta terça-feira (27), o Diário do Aço apurou que haveria a possibilidade de a Saritur deixar de operar na região. A informação foi negada pelo gerente administrativo da empresa, Anivair Dutra. “Temos contrato no Vale do Aço por muito tempo ainda. Desconhecemos esse dado”, declarou. Sobre a situação, Marlúcio Negro reiterou e disse não proceder.

“A situação financeira das empresas que trabalham nessa área está de fato complicada, diante de vários concorrentes ilegais no transporte, além do desemprego, que diminuiu a quantidade de gente circulando, houve sim grande evasão de passageiros durante a pandemia. Se os governantes não fizerem nada para discutir sobre o transporte, provavelmente a maioria das cidades vai ficar sem o serviço”, alertou.

O presidente lembrou que, em Teófilo Otoni, uma empresa (a Viação Vale do Mucury) já anunciou que não tem como seguir com as atividades e mais de 150 trabalhadores serão atingidos. “Então, é uma situação iminente. No Vale do Aço são quase 650 pais e mães de família ligados ao setor e que estão sob risco, neste cenário”, pondera.

Audiência

Em audiência pública sobre a situação do transporte coletivo, ocorrida no dia 6 de julho, em Coronel Fabriciano, a procuradora da Saritur, Janine Ramalho, fez uma explanação sobre as dificuldades e desequilíbrio financeiro da empresa, causado principalmente pela pandemia e os altos gastos para manter o sistema funcionando, totalizando um total de prejuízo no valor de R$ 3,6 milhões desde o início da situação sanitária. No relatório apresentado, a profissional apontou que o valor da tarifa deveria ser de R$ 8,03 para pagar o custo operacional em Fabriciano; Hoje, o valor da passagem é R$ 4,10.

Além da redução da demanda e consequente diminuição da oferta, a empresa também aponta como responsável pelo prejuízo a gratuidade da passagem para alguns grupos da sociedade, sendo atualmente no total de 18%. E ainda os impostos, sendo Fabriciano uma das poucas cidades em que ainda há a cobrança de ISS de 4% em cima da passagem.
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