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12 de julho, de 2021 | 13:46

Cartórios de Minas registram 1º semestre com mais óbitos e menos nascimentos da história

Arquivo DA
Diferença entre nascimentos e óbitos é a menor já registrada desde o início da série históricaDiferença entre nascimentos e óbitos é a menor já registrada desde o início da série histórica

A pandemia da covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população mineira. Além das mais de 533 mil vítimas fatais atingidas pela doença, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil de Minas Gerais, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Em números absolutos, os cartórios mineiros registraram 103.181 óbitos até o fim do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 70,8% maior que a média histórica de óbitos no Estado, e 54,6% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses no Estado. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 59,4%, aponta a Arpen.

Com relação aos nascimentos, Minas Gerais registrou o menor número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o fim do mês de junho foram registrados 125.736 nascimentos, número 8,9% menor que a média de nascidos no Estado desde 2003, e 2,64% menor que no ano passado. Com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 6,76% em Minas Gerais.

O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no Estado, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 77.605 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 22.555 mil em 2021, uma redução de 70,9% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 63,8%, e em relação a 2019 foi de 67,8%.

"O Portal da Transparência vem sendo usado por toda a sociedade para ter um retrato fiel do que tem acontecido no Estado neste momento de pandemia", explica Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen-Brasil. "Os números mostram claramente os impactos da doença em nossa sociedade e possibilitam que os gestores públicos possam planejar as diversas políticas sociais com base nos dados compilados pelos Cartórios", completa.

Natalidade e casamentos

Embora não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade em Minas Gerais, o que deve fazer com que os nascimentos ainda demorem um pouco a serem retomados, já que no primeiro semestre de 2021 o Estado registrou o quarto menor número de casamentos desde o início da série histórica.

Embora 5% menor que a média histórica de casamentos no primeiro semestre em Minas Gerais, o número de matrimônios em 2021 mostra uma boa recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença. Até junho deste ano os Cartórios celebraram 43.039 casamentos civis, número 54,3% maior que os 27.899 matrimônios realizados no ano passado, mas ainda 0,7% menor que os 43.329 casamentos celebrados em 2019.
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