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29 de junho, de 2021 | 17:28

Tribunal calcula dívida do Estado com Ipatinga e demais municípios na Saúde

Divulgação
Material foi divulgado pelo TCE nesta terça-feira (29)Material foi divulgado pelo TCE nesta terça-feira (29)

O Estado de Minas Gerais deve aos municípios mineiros um valor de até R$ 6,8 bilhões em transferências relacionadas à área de saúde, previstas nos orçamentos de 2009 a 2020, e que não foram quitadas e inseridas em restos a pagar. O cálculo foi feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCEMG) e informado nesta terça-feira (29) ao governo e à Associação Mineira de Municípios (AMM). O valor devido a Ipatinga é, segundo o levantamento, de R$ 112 milhões.

O valor inicial é de R$ 5,3 bilhões e leva em conta as despesas empenhadas e liquidadas, ou seja, que tiveram recursos reservados e com o direito ao recebimento atestado. Entretanto, outros R$ 1,5 bilhão podem ser adicionados, se consideradas as despesas apenas empenhadas, os restos a pagar não processados, que vão requerer uma análise individual para saber se serão consideradas.

A grande maioria dos débitos são transferências entre o Fundo Estadual de Saúde e os fundos municipais que não se efetivaram. Levando em conta ambos os montantes, os maiores credores seriam os fundos municipais de saúde de Belo Horizonte (R$ 431 milhões), Uberlândia (R$ 178 milhões), Juiz de Fora (R$ 169 milhões), Governador Valadares (R$ 151 milhões), Contagem (R$ 149 milhões), Montes Claros (R$ 127 milhões), Ipatinga (R$ 112 milhões), Betim (R$ 110 milhões), Divinópolis (R$ 82 milhões) e de Uberaba (R$ 82 milhões).

Entre os vários orçamentos estaduais em questão, os maiores valores se referem aos anos de 2019 (R$ 2,9 bilhões), 2017 (R$ 1,5 bilhão), 2020 (R$ 1,3 bilhão) e 2018 (R$ 1,0 bilhão). Também foi levantada outra dívida, de R$ 196 milhões, com entidades sem fins lucrativos da área de saúde, como associações e fundações.

O trabalho foi realizado por iniciativa da Coordenadoria de Fiscalização e Avaliação da Macrogestão Governamental do Estado (Cfamge), que acabou por receber um pedido da AMM no mesmo sentido durante o procedimento. A Associação já está negociando com o Governo para o pagamento dessa dívida.

Entrega

O Tribunal de Contas fez a entrega oficial do estudo, na terça-feira, em cerimônia na sua sede, em Belo Horizonte. Estavam presentes, do TCEMG, o conselheiro- presidente José Alves Viana; o chefe de gabinete da presidência do TCEMG, Carlos Pavan; o chefe de gabinete do gabinete do conselheiro, Licínio Dayrell Filho; e o diretor-geral, Paulo Figueiredo. E, da AMM, o presidente Julvan Lacerda e o superintendente-executivo, Luiz Paulo Caetano.

O presidente José Alves Viana, afirmou que “com esse documento, a AMM tem como negociar com o governo do Estado e assim a justiça ser restabelecida, com os acertos devidos na área de saúde. Para que as nossas ações de estado sejam efetivas, é preciso que o benefício se volte para o cidadão mineiro, que é o objetivo de todo trabalho público”, afirmou.

Julvan Lacerda reconheceu que foi importante o Tribunal fazer essa contribuição, porque existia uma divergência de entendimento sobre os valores. E o TCE, com sua expertise e conhecimento profundo das contas de Minas Gerais, trouxe o resultado consolidado e certificado, que vai ser de grande valor na construção desse acordo que faremos com o estado.

“Esse dinheiro pertence ao cidadão, que pagou o imposto, e tem que voltar em forma de serviço público. E esse serviço muitas vezes não voltou, porque o estado se omitiu em seu dever. Ou, noutro momento, até voltou, mas com o município deixando de cumprir outras responsabilidades dele, para atender a saúde”, salienta.
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