19 de junho, de 2021 | 10:27

Viola completa três anos como patrimônio de Minas

Iepha-MG já recebeu mais de dois mil cadastros de violeiros e fazedores de violas presentes na cultura mineira

Arquivo Iepha-MG
Em todas as regiões de Minas, os violeiros encantam a cultura popular e mantêm tradiçõesEm todas as regiões de Minas, os violeiros encantam a cultura popular e mantêm tradições

Violeiros e violas estão presentes na vida de todos os mineiros, por meio de festas religiosas, festejos comunitários e cultura popular. Em todas as regiões do estado, fazem parte de diversas tradições que se desenvolveram, e ainda hoje ocorrem, nas cidades mineiras, como celebrações, manifestações sagradas, expressões e ritmos de folias, congados, rodas de viola e catiras, em distintos cenários socioculturais.

Há pouco mais de três anos “os saberes, as linguagens e as expressões musicais das violas” foram reconhecidos como patrimônio cultural de Minas Gerais, resultado de pesquisa e estudos realizados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Até aqui, 1.816 violeiros e 122 fazedores de violas (luthiers) já integram o cadastro, que permanece disponível em www.iepha.mg.gov.br. A região do Vale do Aço possui apenas 13 violeiros cadastrados na última atualização do site, espalhados em seis cidades: Coronel Fabriciano (5), Ipatinga (4), Açucena (2) e Jaguaraçu e Belo Oriente, com um registro cada.

Destaques

Três municípios mineiros possuem o maior número de cadastros de violeiros: Uberaba, Uberlândia e Sete Lagoas. Já Conselheiro Lafaiete, São Francisco e Patos de Minas estão entre as cidades com mais fazedores de violas cadastrados. “O reconhecimento formal do patrimônio de natureza imaterial, de saberes e expressões culturais, cria um caráter vinculante, fazendo com que o poder público passe a atuar na construção de políticas que protejam e promovam o bem cultural”, destaca o presidente do Iepha-MG, Felipe Pires.

No caso do Registro dos Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da Viola, acrescenta Pires, o resultado é a extensa documentação, a partir de "diversos meios, tais como texto, vídeos e áudios, de modo a garantir que aquela forma de expressão não seja perdida e que possa continuar a ser transmitida às novas gerações de violeiros e luthiers”, completa. 

Arquivo Iepha-MG
A fabricação de rabecas também é valorizada nos registros do Iepha-MGA fabricação de rabecas também é valorizada nos registros do Iepha-MG
Caderno e vídeo 

As tradições que envolvem a viola caipira mineira são destacadas na série “Cadernos do Patrimônio” e em um documentário. A publicação impressa reúne fotografias, textos e trechos de entrevistas coletadas ao longo da pesquisa por técnicos no instituto. O exemplar sobre as violas está disponível, em versão digital, no site do Iepha-MG.

Já o documentário foi elaborado ao longo do ano de 2018, com conteúdo de entrevistas com violeiros, violeiras e fazedores de diversas regiões de Minas Gerais, além de momentos festivos em que as violas estão presentes, como em eventos de folias, congados, catiras e rodas de violas. Também estão contempladas no filme as trajetórias de alguns dos principais nomes da viola em Minas Gerais: Tião Carreiro, Zé Coco do Riachão e Renato Andrade. O documentário está disponível no canal do Iepha-MG no Youtube, para ser assistido e compartilhado.

Arquivo Iepha-MG
Todo tipo de manifestação popular tradicional é valorizada: patrimônio e memória culturalTodo tipo de manifestação popular tradicional é valorizada: patrimônio e memória cultural
Cadastros registram mais de 4 mil bens culturais no Estado

Cerca de 4.300 bens culturais do patrimônio cultural já foram identificados por meio de formulários disponíveis no site do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). O portal disponibiliza, permanentemente, diversos cadastros do patrimônio e da memória cultural.

O objetivo é identificar e reunir informações relacionadas a todo tipo de manifestação popular tradicional: as folias de Minas, as violas, a arte em barro, os moinhos de milho e as casas de farinha, assim como o sistema agrícola original das comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas de Minas Gerais.

A constante atualização do cadastro no site do Iepha-MG é de absoluta importância, para o entendimento da distribuição e ocorrência desses bens culturais no estado e para a formulação de políticas de salvaguarda. Para fazer cadastros e saber a atualização das listas, clique aqui.

Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário