17 de junho, de 2021 | 16:29
Refugiados venezuelanos no Vale do Aço são tema de documentário
Divulgação
No lançamento do filme, foi entregue o ''Prêmio de Ajuda Humanitária'' às pessoas engajadas e que já contribuíram com o Projeto Acolhida
No lançamento do filme, foi entregue o ''Prêmio de Ajuda Humanitária'' às pessoas engajadas e que já contribuíram com o Projeto Acolhida A saga de 37 famílias venezuelanas que optaram pela imigração para municípios do Vale do Aço é tema do documentário Refugiados Vai Ficar Tudo Bem”, produzido pela Vídeo-Plus e dirigido por Sávio Tarso, com assistência de direção de Matícia Alves, divulgou os realizadores.
O média-metragem, produzido com recursos da Lei Aldir Blanc, narra em 41 minutos a aventura dos venezuelanos que, por meio do Projeto Acolhida do Governo Brasileiro, atravessaram as fronteiras do país e seguiram para o interior de Minas Gerais.
O lançamento ocorreu nesta semana, no salão cultural da Igreja de Jesus Cristo do Santos dos Últimos Dias no Centro de Ipatinga, em exibição exclusiva para a equipe, entrevistados e equipe da produção.
Motivação
Durante o lançamento, foi entregue o Prêmio de Ajuda Humanitária”, oferecido pela igreja às pessoas engajadas e que já contribuíram com o Projeto Acolhida.
O diretor Sávio Tarso explicou a motivação para filmar essa temática. No ano de 2019, me deparei com várias famílias venezuelanas embarcando para Ipatinga na rodoviária de BH. Logo quis saber o que estava por trás daquela cena incomum”.
De acordo com o diretor, a primeira indagação era porquê aquelas famílias optaram pelo interior do Brasil. E após vários contatos com os próprios refugiados, a equipe do documentário chegou até os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias que, em conjunto com outras instituições internacionais como a Cruz Vermelha e a Caritas Internacional, participou do Projeto Acolhida do Governo Federal.
O objetivo do projeto do Governo era dar assistência para as milhares de famílias venezuelanas que atravessaram as fronteiras de seu país fugindo do caos humanitário, dando uma nova oportunidade aos refugiados que se encontravam em precárias condições de vida no estado de Roraima, redirecionando-os para outros estados do Brasil.
A partir daí, membros da igreja em Ipatinga se prontificaram em amparar os venezuelanos em diversas cidades, como Mesquita, Santana do Paraíso, Coronel Fabriciano, Timóteo e Ipatinga.
Heriton Santos Campos, líder regional da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias, conta que a história inicial da igreja nos Estados Unidos, país de origem da religião, tem a ver com a imigração. É uma benção poder participar dessa ajuda humanitária, ou seja, colocar em prática as lições do nosso mestre Jesus Cristo”, disse.
Além da igreja, empresários locais, entidades regionais como a Fiemg, Rotary Club e voluntários apoiaram a missão de acolher os refugiados. Mutirões de solidariedade se formaram para alugar imóveis, mobilhar casas, providenciar roupas, alimentos e remédios para os recém-chegados.
Documentário bilíngue
Umas das principais dificuldades para gravar cenas e os depoimentos foi a barreira linguística. Apesar da proximidade com o espanhol, os imigrantes apontaram o aprendizado do português como o primeiro grande desafio ao entrarem no Brasil. Para obter profundidade nas entrevistas, o documentário contou com a assistência de direção da geógrafa Matícia Alves que acompanhou de perto o drama dos refugiados.
Vai ficar tudo bem
O roteiro do documentário se baseia no sonho de um personagem em especial. O jovem Jonathan Mendonza, de 19 anos. Antes de viajar ao Brasil, ele estava apreensivo com a aventura de deixa a sua terra natal rumo ao desconhecido. Certa noite, após muitas orações, sonhou que na chegada foi recepcionado por uma mulher gentil que o abraçou e disse a seguinte frase: vai ficar tudo bem”.
Após um calvário com longas viagens de ônibus, esperas intermináveis e ponte áreas até chegar a Ipatinga, Jonathan se surpreendeu com o acolhimento da sua família ao se deparar com o casal de membros da Igreja de Jesus Cristo, Patrícia e Odilon Faria.
Ele chamou o seu pai para uma conversa particular, lhe confidenciou o seu sonho. E recordo que nessa noite sonhei com muitas pessoas que eu não conhecia, nunca as havia visto. E, além disso, falavam uma língua que eu não entendia. Imediatamente eu pensei: é algo novo, português. E, depois de um tempo no sonho, conheci uma mulher. Falei com ela. Quando acordei tomei a decisão de vir com a minha família para o Brasil. Depois de um tempo, quando cheguei em Ipatinga, conheci a Patrícia. Eu imediatamente a reconheci. Ela era a mulher que estava no meu sonho me dizendo: vai ficar tudo bem!”
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Comentarista
18 de junho, 2021 | 10:03Falta informar onde podemos ter acesso ao documetário.”