12 de junho, de 2021 | 09:00

Infectologista aponta: ''Ainda não é o momento de abandonar a máscara''

Arquivo DA
Carmelinda alerta que cenário ainda não permite relaxar com medidas de proteção Carmelinda alerta que cenário ainda não permite relaxar com medidas de proteção

Após o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), levantar a possibilidade de desobrigar o uso de máscara no país, a reação foi de questionamento por muitas pessoas. A declaração foi dada na quinta-feira (10), quando Bolsonaro informou ter pedido ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um parecer neste sentido, para quem estiver vacinado contra a covid-19 ou por quem já tiver contraído a doença, ficar livre da obrigação do uso da máscara. Para a infectologista ipatinguense e atuante quando o assunto é a doença causada pelo coronavírus, Carmelinda Lobato, este não é o momento de abandonar a proteção.

Ela explica que a humanidade poderá caminhar para essa liberalidade, mas somente com o avanço da vacinação. “Alguns locais no mundo já estão propondo isso, mas somente para as pessoas imunizadas e para algumas situações específicas, como atividades ao ar livre e nunca em aglomerações. Porém, é necessário que pelo menos 60 ou 70% da população esteja imunizada, para podermos começar a estabelecer alguma orientação neste sentido; isso seria mais adequado”, alerta.

Mesmo quem já foi vacinado contra a covid-19 deve manter a máscara no rosto. “Até termos mais segurança, por isso aproveito e reforço esta recomendação. As pessoas vacinadas não podem se desleixar. Estamos observando em diversos países onde a vacinação está avançando e que muita gente que já tomou as doses dos imunizantes está deixando de usar a máscara, provavelmente porque se sente totalmente protegida, o que não é verdade. Então, o que se vê nestes locais é aumento dos casos confirmados de contaminação pelo Sars-CoV-2, o que é complicado, já que quanto mais gente se contaminando, favorece o descontrole da pandemia; se isto continuar acontecendo, os casos graves de covid-19 vão aumentar e os hospitais vão colapsar de novo”, aponta Carmelinda.

A especialista acrescenta que somente quando estiver estabelecida a imunidade de rebanho as pessoas poderão visualizar um “tempo melhor”. “Cenário onde as máscaras só serão utilizadas em determinadas situações, como em eventos de grande público e locais fechados”, conclui a infectologista.

Recuo

Depois de comunicar que a máscara poderia deixar de ser exigida, Jair Bolsonaro recuou e disse nesta sexta-feira (11) que caberá ao ministro, governadores e prefeitos dar a palavra final sobre o assunto. "Quem já foi infectado e quem tomou vacina não precisa usar máscara. Quem vai decidir é ele (ministro Queiroga), dar o parecer. Se bem que quem decide na ponta da linha é o governador e o prefeito, eu não apito nada. É ou não é? Segundo o Supremo, quem manda são eles. Nada como você estar em paz com a sua consciência", disse a jornalistas.

A referência que o presidente faz ao STF é em relação à decisão do tribunal, que definiu ano passado, no início da pandemia, que União, estados, Distrito Federal e municípios têm competência concorrente na área da saúde pública para realizar ações de mitigação dos impactos da covid-19.

Na fala do presidente desta sexta-feira, que vem sendo repetida por ele desde a decisão do STF, dá a entender que Bolsonaro não tem responsabilidade sobre as ações de combate à pandemia. O que não é fato, já que o Supremo decidiu que a responsabilidade da adoção de medidas em benefício da população brasileira no que se refere à pandemia é de todos (prefeitos, governadores e presidente da República).
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
MAK SOLUTIONS MAK 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário