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10 de junho, de 2021 | 14:28

Prejudicar o aposentado também é prioridade da reforma administrativa

Antonio Tuccilio *

“A Reforma Administrativa não prejudica somente os 11,7 milhões de funcionários públicos do país”

É um equívoco achar que a PEC 32, mais conhecida como Reforma Administrativa, prejudicará somente os futuros servidores e que aposentados e servidores atuais não precisarão se preocupar, certo? Errado. E eu explico o porquê.

Que a reforma prevê o fim de concursos públicos não é surpresa. Mas já parou para pensar os problemas advindos dessa decisão? Sem os concursos, alguns cargos serão extintos. Simples assim. Sem concursados, os sistemas próprios de previdência se rompem e os governos terão caminho livre para aumentar ainda mais os descontos previdenciários, conforme autorizado na última Reforma da Previdência. Isso prejudica tanto os atuais como os futuros servidores. Resumo: a Reforma Administrativa não poupará nenhum servidor.

Como essa proposta, a reforma fará com que tudo passe para o chamado regime geral, o que atinge diretamente a remuneração dos aposentados, já impactada por descontos adicionais, como os definidos no Estado de São Paulo.

O ministro da economia, Paulo Guedes, declara que não há riscos para a estabilidade do servidor e que 90% da categoria têm estabilidade, ao contrário de outros países, nos quais o índice não chega a 5%. Ouso dizer que o ministro está enganado (não seria a primeira vez). A aprovação da PEC Emergencial uns meses atrás, que promoveu o congelamento de salários de milhares de funcionários públicos, ajuda a provar que estabilidade para os servidores não é exatamente a especialidade do atual governo.

A Reforma Administrativa deixou de ser apenas uma possibilidade, pairando no ar há muito tempo. O que encaramos agora é uma espécie de caminhão desgovernado lançado a toda velocidade para cima do serviço público. E sua única intenção é incapacitá-lo o máximo possível. Não entendo e não sei como essa raiva direcionada aos servidores públicos surgiu, mas sei que há muito tempo os políticos se empenham como nunca para encontrar maneiras de prejudicar nossa classe.

Eles se esquecem de que somos fundamentais para o país. Somos médicos e médicas, enfermeiros e enfermeiras, professores e professoras, também policiais e representantes de dezenas de outras carreiras essenciais. Servidores públicos, ao contrário do que muitos acreditam, não são faraós ou dormem todas as noites em uma mina de ouro. Com a aprovação da reforma, muitos aposentados serão prejudicados. São servidores que trabalharam por anos pelo bem do país. Além deles, ainda existem os atuais servidores, que todos os dias fazem o seu melhorar para ajudar no desenvolvimento do país, seja em uma sala de aula, nos hospitais, nas ruas ou em uma repartição.

É bom falar agora para evitar o pior: a Reforma Administrativa não prejudica somente os 11,7 milhões de funcionários públicos do país. Precarizando o serviço público, prejudica 218 milhões de pessoas. Pelo Brasil e nosso futuro, NÃO à Reforma Administrativa.

* Presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)
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Comentários

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Cidadao Comun

11 de junho, 2021 | 18:18

“Caro Paulo Cesar!
Quando diz que o brasileiro não tem o hábito de leitura, entendo que se inclua nesta situação, pois não consegue ver ou perceber o que o atual governo, mesmo não sendo perfeito, cometendo alguns erros, como todo ser humano, fez mais pelo pais que os últimos 4 ex presidente. Para citar só alguns acertos:
1- Diminuição da corrupção no governo federal com nunca vimos antes;
2 - Diminuição dos gastos públicos, gastando menos que o governo antecessor, pela primeira vez, desde os governos militares;
3 - Empresas publicas apresentando lucros recordes, como no caso da CEF, mesmo cobrando os menores juros dos correntistas;
4 - Gastos com pessoal caindo após 20 anos de crescimento;
5 - Somos o 4º pais no mundo em vacinação em números absolutos
6 - Recorde de inaugurações de obras inacabadas de governos anteriores, sem nenhum caso de super faturamento ou corrupção
7 - PIB do Brasil crescendo mais, pós pandemia, que grandes potencias, como EUA, Japão, Italia, Bélgica dentre outros
8 - Redução no numero de Homicídios a números de 20 anos atrás
9 - Apreensões recordes de drogas
10 - Bolsa de Valores batendo recordes constantes;
11 - Balança comercial batendo recordes;
12- Primeira vez na historia que o nordeste produz soja, com produção recorde, após a transposição do rio São Francisco;
Poderia ficar aqui citando diversos outros casos de sucesso, deste governo, que mesmo não sendo perfeito, fez mais que seus últimos antecessores juntos.”

Paulo Cesar

11 de junho, 2021 | 13:20

“Provavelmente somente eu irei comentar aqui pois como disse em outros assuntos o brasileiro não tem hábito de leitura o golpe do OLX esta aí pra provar. Sobre o assunto da reportagem acima eu pergunto. Qual foi a ação deste governo atual que traz algum benefício a população?”

Cidadão Comum

11 de junho, 2021 | 07:41

“Um país em que um Juiz tem 60 dias de férias por ano, (fora o recesso de final de ano), que chegam a receber 500.000,00 por mês, entre salários, bonificações e penduricalhos, conforme informação da transparência do TJMG, que demais servidores do judiciário, que trabalham meio período, com salários de 10 a 15mil por mês, sem falar no péssimo serviço prestado na maioria dos órgãos e autarquias públicas, por funcionários públicos que gozam de, além dos salários extremamente altos frente aos da iniciativa privada, tem estabilidade, que mesmo não produzindo como deveriam, por simples inércia, ficam ainda, apresentando atestados médicos falsos, ficando grande parte da carreira afastados e recebendo seu salário sem qualquer desconto. Do outro lado, temos os funcionários da iniciativa privada, comerciantes, pequenos empresários, autônomos, profissionais liberais, que como são a maioria da população, não preciso nem de descrever a atual situação, basta que cada um reflita diante de sua situação, para que conclua que uma reforma é muito mais que justa, mas necessária para acabar com as injustiças e absurdos neste país.”

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