23 de maio, de 2021 | 21:03

Homem trans encontrado morto no Caravelas usava nome falso

Polícia Civil vai investigar os motivos de “Jota” usar os dados da irmã que mora no estado da Paraíba

Além da causa da morte ainda não esclarecida, a Polícia Civil vai investigar também os motivos que levaram um homem trans, conhecido como “Jota”, usar nos seus documentos pessoais o nome da irmã. Encontrado morta em seu apartamento na última sexta-feira (21), Maria do Socorro da Conceição de Sousa, na verdade seria Magna da Conceição de Sousa, de 39 anos, irmã de Maria do Socorro. Magna usava dos documentos da irmã.A descoberta deste imbróglio ocorreu na manhã deste domingo (23).

O Diário do Aço apurou junto ao delegado Marcelo Franco Marino, de plantão na 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, que o uso do documento indevido foi descoberto pela namorada de Jota, que procurou a Polícia Civil. A jovem levou à PC uma cópia de certidão de nascimento que teria o nome verdadeiro do namorado trans.

Os dados de Maria constam na carteira de habilitação que Jota usava. Por este documento, os policiais civis, ao puxarem o nome no sistema de dados da Polícia Civil, descobriram que o homem trans havia sido preso em 2018 por tráfico de drogas ilícitas e ficou cerca de cinco meses recolhido no Ceresp de Ipatinga.

O delegado informou que foi aberto um inquérito para aprofundar as investigações acerca desse caso. A Maria do Socorro, que mora na Paraíba, deverá ser ouvida por carta-precatória para explicar a situação à Polícia Civil. Será uma tentativa de descobrir os motivos pelos quais a irmã (que era transsexual) usava seus dados em Minas Gerais.

Além deste caso de falsidade ideológica, a causa da morte de Jota é também investigada pela Polícia Civil. O homem trans foi encontrado pela namorada, já sem vida, no seu apartamento na rua Chapecó, no bairro Caravelas, na tarde de sexta-feira (21).

Ele estava trancando no quarto, porta que precisou ser aberta por um chaveiro contratado pela mulher de 29 anos, a namorava do trans. A namorada, até então, acreditada que Jota, se chamava Maria do Socorro. A descoberta da identidade real só foi descoberta após a morte.

Os policiais localizaram no apartamento de Jota cerca de um quilo de cocaína em barra e porções menores, além de R$ 500, balança de precisão e outros objetos. O corpo de Jota foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Ipatinga e necropsiado e não tinha sido liberado para sepultamento até esse domingo.

A causa da morte não foi revelada ainda e uma amostra de partes do corpo será encaminhada para o Instituto de Criminalística em Belo Horizonte, onde serão realizados exames mais detalhados para tentar identificar o que causou a morte de Jota. Por causa dos problemas com a identificação, o enterro que estava programado para o fim da manhã deste domingo será nesta segunda-feira (24).

O que é um homem trans?

Magna da Conceição, apesar de nascer mulher, se identificava como homem. Inclusive, com o uso de hormônios masculinos, apresentava-se com o corpo masculinizado. Desde o começo da divulgação desse caso, pelo Diário do Aço, muitas dúvidas têm sido levantadas pelos leitores.

Um homem trans muito conhecido atualmente é o Thammy Gretchen. Mas o que é homem trans? Segundo a definição do site Transcendemos, o termo trans é utilizado para se referir a uma pessoa que não se identifica com o gênero ao qual foi designado em seu nascimento.

Quando nasce, o gênero de um ser humano é determinado pelo sexo. Assim, uma pessoa que nasce com um pênis é considerada como um homem e uma pessoa que nasce com uma vagina, como uma mulher.

Contudo, algumas pessoas percebem que se identificam com outro gênero e passam a viver como assim desejam e se sentem melhor consigo mesmas. A lei brasileira permite, atualmente, que a pessoa adote um nome social, condizente com o gênero em que se enquadra.

Dessa forma, podemos utilizar “mulher trans” ou “pessoa transfeminina” para se referir a alguém que foi designado homem, mas se entende como uma figura feminina.

Já o termo “homem trans” ou “pessoa transmasculina” é indicado para tratar uma pessoa que foi designada mulher, ao nascer, mas se identifica com uma imagem pessoal masculina. Fonte: Transcendemos