15 de maio, de 2021 | 09:41
Atraso no envio de IFA é problema de liberação, não de contrato, afirma Dimas Covas
Divulgação
O instituto já entregou ao governo federal 47,2 milhões de vacinas contra o novo coronavírus
O instituto já entregou ao governo federal 47,2 milhões de vacinas contra o novo coronavírus
O Instituto Butantan confirmou que interrompeu a produção da Coronavac por falta de insumos importados da China, para a vacina da covid-19. Já a Fiocruz, responsável pelo imunizante Oxford/AstraZeneca, anunciou que vai interromper a produção por "alguns dias" nesta semana, à espera de insumos também vindos da China - a previsão de entrega é no dia 22.
O atraso nos envios de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para a produção de CoronaVac no Butantan não é devido ao contrato com a parceira chinesa Sinovac, mas à falta de liberação burocrática. Foi o que afirmou o presidente do instituto, Dimas Covas, ao acompanhar a entrega ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) de um novo lote contendo 1,1 milhão de doses da vacina do Butantan contra a covid-19, no dia 14.
"O primeiro contrato foi cumprido com 12 dias de atraso. Do ponto de vista contratual, é um atraso absolutamente normal em um volume de 46 milhões de doses", explicou ele.
O segundo contrato, que foi assinado em fevereiro para o fornecimento de 54 milhões de doses, ainda está em andamento. "Não temos nenhum problema na nossa relação contratual com a Sinovac. O problema é com a liberação de IFA, que tem que ser feita o mais rápido possível", destacou.
Se houver novos envios de matéria-prima da China em breve, o Butantan conseguirá manter o cronograma de entregas ao Ministério da Saúde. "Se o IFA chegar muito rapidamente, vamos recuperar o cronograma de maio e cumprir o cronograma de junho", afirmou Dimas. "O Butantan procura atender as necessidades dos brasileiros produzindo vacinas sete dias por semana em quatro turnos. Acreditamos que a nova partida de matéria-prima possa chegar logo para que possamos retomar a produção", assinalou.
O carregamento de sexta encerra o montante produzido a partir dos mil litros de IFA recebidos da China em 19/4. Com isso, o instituto já entregou ao governo federal 47,2 milhões de vacinas contra o novo coronavírus. O novo lote faz parte do segundo contrato firmado entre Butantan e ministério, que prevê o fornecimento de 54 milhões de doses. O primeiro contrato, de 46 milhões de doses, foi integralizado em 12/5.
"Nesse momento, o que se atrasa é a previsão. Nós tínhamos uma previsão de entregar em maio 12 milhões de doses, mas vamos entregar um pouco mais de 5 milhões”, explicou. Os 10 mil litros de IFA que aguardam liberação para serem enviados da China correspondem à matéria-prima que falta para maio e ao que está previsto para junho.
Também acompanharam a saída dos caminhões contendo o novo lote de vacinas o governador de São Paulo, João Doria, o secretário de estado da saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, e a coordenadora geral do Programa Estadual de Imunização, Regiane Cardoso de Paula.
ButanVac
Quanto à produção da ButanVac, a nova vacina contra covid-19 do Butantan, que não depende da importação de insumos e utiliza ovos de galinha em seu processo de fabricação, o presidente do instituto afirmou que 6 milhões de doses já foram produzidas e estão agora no controle de qualidade.
Dimas contou ainda que o Butantan recebeu novos questionamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) referentes ao estudo clínico que vai atestar a eficácia e segurança da nova vacina.
"A ButanVac vai nos trazer independência total no segundo semestre. Nós temos uma grande capacidade de produção e podemos ajudar o país com essa vacina, que não dependerá da importação de matéria-prima", ressaltou.
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