27 de fevereiro, de 2021 | 09:00

Fim da linha

Fernando Rocha

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Fernando RochaFernando Rocha
Terminou o mais atípico, maluco e disputado Campeonato Brasileiro da era de pontos corridos, iniciada em 2003, um campeonato que, a meu juízo, nem deveria ter acontecido, se houvesse de fato seriedade no enfrentamento da maior crise sanitária da história da humanidade, a pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 250 mil irmãos brasileiros.

Aos trancos e barrancos, a competição se arrastou do ano passado e terminou agora com o Flamengo, na última rodada, conquistando o título, mesmo dando sopa ao azar, tropeçando e sendo superado pelo Galo, São Paulo e, por último, o Internacional, aos quais, e ao fim, faltou competência para se firmar na liderança e conquistar o título.

Foi muito bem lembrada pelo jornalista Chico Maia, em seu blog pessoal uma das famosas frases de efeito da ex-presidente Dilma Rousseff, para definir o que foi a última rodada: “Quem perdeu, ganhou; quem ganhou, perdeu”.
Chico Maia ainda acrescentou: “... Quem empatou (Internacional), perdeu também”. E foi com o VAR sendo protagonista de novo, decidindo algumas vezes, no mínimo, de forma bastante duvidosa.

Foi dada a largada
Mal terminou a mais importante competição do futebol nacional e já começam os ultrapassados campeonatos estaduais. Ontem tivemos a estreia do novo time do Cruzeiro, no Parque do Sabiá, diante do Uberlândia, além do América, que jogou no Independência contra o Boa Esporte. Hoje será a vez do time do Galo receber a URT, de Patos de Minas, no Mineirão.

Nessa toada de jogos enfadonhos com baixíssima qualidade técnica, agravada ainda mais pela falta de público nos estádios, iremos com o Mineiro até o fim de abril, para só então iniciar o Brasileiro das Séries A e B, onde estarão Atlético, América e Cruzeiro, ainda os principais favoritos ao título estadual.

Nunca fui ou serei a favor da extinção total dos estaduais, por ser uma competição tradicional, além de oferecer, democraticamente, ao torcedor dos distantes grotões do interior, uma oportunidade para ver de perto seus ídolos e os pernas de pau.

O que falta é uma fórmula de disputa mais enxuta, inteligente e justa para os times do interior, a fim de que se mantenham em atividade o ano todo, diminuindo as datas das finais, onde entrariam os três considerados “grandes” da capital.

FIM DE PAPO
• Para o torcedor do Atlético, o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro 2020 teve gosto de decepção, pois o time encantou no começo, mas deslizou contra adversários mais fracos e que só lutavam contra o rebaixamento, deixando escapar o título que persegue há quase 50 anos. Se por um lado foi o melhor mandante, o time comandado por Jorge Sampaoli esteve entre os piores como visitante.

• As derrotas e os nove pontos deixados no caminho para os rebaixados Botafogo, Goiás e Vasco da Gama foram determinantes para o Galo não chegar ao título. O time alvinegro terminou o Brasileiro com 68 pontos, apenas três atrás do campeão, o Flamengo, que somou 71. Na pior das hipóteses, se tivesse vencido um dos rebaixados e empatado com outro, poderia ter conquistado o título.

• O Atlético é o maior favorito para ganhar o Campeonato Mineiro, mas esta é a menor das suas prioridades. O clube deu folga de dez dias para quem vinha jogando o Brasileiro, e hoje, na estreia contra a URT, no Mineirão, deverá escalar em sua maioria atletas do Sub-20. O goleiro e ídolo Victor, cujo contrato termina exatamente neste domingo, pode ser homenageado e aparecer como titular. Pela sua importância na história do clube, Victor merece uma despedida melhor e mais valorizada.

• O torcedor cruzeirense e todos no clube só pensam em subir este ano à Série A, mas no meio do caminho tem o Campeonato Mineiro, onde não pode repetir o papelão do ano passado, quando nem sequer conseguiu se classificar para a fase final. O técnico Felipe Conceição foi uma boa aquisição, e o mesmo se pode dizer dos “reforços” contratados até agora, considerando as dificuldades financeiras do clube.

A pergunta que não quer calar: este grupo do Cruzeiro transmite confiança de que poderá subir este ano de volta à elite nacional? Seria precipitado dizer “não”, pois o trabalho do técnico e a temporada estão só começando. Mas, a chegada de alguns atletas “cascudos” será necessária, e a diretoria sabe que, desta vez, pela escassez de munição, não poderá errar o alvo. (Fecha o pano!)
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