19 de fevereiro, de 2021 | 11:31
Luta para exportar e mudanças em New York
Wagner Penna e as novidades da semana no mundo fashion
MODA EXPORTAÇÃOO sonho de promover a exportação de moda made in Brazil para outros cantos do mundo existe desde que a nossa indústria de confecções ganhou alguma musculatura interna, a partir dos anos 1960.
Embora a criação da Fenit e dos famosos shows da Rhodia para mostrar que já possuíamos moda com um DNA próprio, a coisa não prosseguiu. O ponto frágil da questão sempre foi e continua sendo a total falta de políticas públicas para estimular o assunto.
Os esforços pessoais de alguns estilistas e de outras tantas empresas sempre esbarraram nesse muro oficial. Exportações pontuais e com valores mínimos sempre foram festejadas como um triunfo, mas são como um ponto perdido no volume do comércio fashion mundial. Traduzindo: inexiste.
O esforço para melhorar esse quadro continua nas áreas que apoiam a indústria da moda, caso da Apex-Brasil e do Sebrae, que assinaram um acordo recentemente para ampliar a participação dos pequenos negócios nas exportações brasileiras, beneficiando 300 empresas, algumas delas de moda.
Enquanto isso, a determinação de alguns empreendedores mantém acesa essa chama, caso da grife mineira PatBo, que, mais uma vez, mostrou a sua nova coleção durante a Semana de Moda de Nova York.
Lançada em vídeo e com inspiração no cordel, sua presença na Big Apple contribui para lembrar ao mercado do hemisfério norte que o Brasil ainda faz boa moda. É uma tarefa e tanto, e coisa que merece elogios.
VAIVÉM
* A Modifica, que monitora assuntos ligados à sustentabilidade fashion, divulgou um estudo que mostra que o Brasil produz em torno de 42 peças de roupa por habitante/ano. É muita coisa. Como curiosidade, vale lembrar que nos anos 1950 uma das mulheres mais elegantes e ricas do país, Elizinha Moreira Salles, dizia na revista O Cruzeiro que a mulher de bom senso jamais compra mais do que 12 vestidos ao ano. ***
* Se você ainda não ouviu falar nada sobre a nigeriana Ngoz Okonjo-Iweala, procure saber mais sobre ela. Primeira mulher a ocupar a presidência da Organização Mundial do Comércio (OMC), seu lado fashion se destaca por usar sempre roupas ao estilo africano, com estampas muito alegres e um turbante feito do mesmo tecido. Economista brilhante, ela foi ministra da Economia em seu país. ***
PONTO FINAL - A Semana de Moda de Nova York abre o circuito de lançamentos internacionais das grandes marcas, que, depois, prossegue em Londres, Milão e Paris, quer se tornar mais receptiva para a própria indústria fashion norte-americana. Para isso, seu presidente, o estilista Tom Ford, enviou carta aos seus membros avisando sobre a mudança de nome da fashion week, que, agora, será chamada de Calendário de Coleções Americanas. Uma decisão de bom senso.
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