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20 de fevereiro, de 2021 | 13:00

Nada boa

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
A boataria em torno da permanência ou não de Jorge Sampaoli no Galo não para de crescer, e a cada hora surge uma notícia ou novidade diferente. Por último, há quem diga que o treinador do Galo já teria até devolvido à imobiliária o imóvel onde reside em Lagoa Santa.

Evidentemente, esta situação não é nada boa para o time, que ainda tem dois jogos importantes pelo Campeonato Brasileiro 2020, a começar hoje contra o Sport, em Recife, onde só a vitória interessa para se garantir na fase de grupos da Libertadores.

Se por um lado esta indefinição mexe com a cabeça dos jogadores, que ficam sem saber se o técnico argentino seguirá ou não no comando da equipe para a próxima temporada, por outro lado afeta o planejamento da diretoria, que, além de trazer reforços, precisa resolver a situação de contratos a vencer, como os de Diego Tardelli e do goleiro Victor, dois ídolos da torcida, casos que dependem do aval do treinador.

Não importa se o caso é de saída ou permanência, mas a situação do técnico argentino deveria ter sido resolvida tão logo vazou o interesse dos franceses do Olympique de Marselha na sua contratação.

Maior desafio
O assunto predominante no Cruzeiro continua sendo as dívidas a pagar, que estão acumuladas e são o maior desafio a ser resolvido pela diretoria celeste atual.

Com a venda de Jadsom Silva ao Red Bull Bragantino, e também de Cacá ao Tokushima Vortis, do Japão, o Cruzeiro irá receber cerca de R$ 10 milhões, um dinheiro muito bem-vindo para o atual momento do clube e que deverá ser integralmente revertido para o pagamento de necessidades mais urgentes, que não são poucas.

Na fila, a meu juízo, em primeiro lugar, estão os salários atrasados dos jogadores, o que demandaria algo em torno de R$ 15 milhões, considerando quatro meses de atraso e o período de férias do elenco, além do 13º salário, que não foram pagos.

Cada folha da Raposa, levando em consideração os valores repassados da última temporada, está na casa de R$ 3,5 milhões. A solução paliativa da diretoria será pagar parte dessa dívida com os atletas, usando o dinheiro das vendas de Jadsom e Cacá, até porque quem trabalha tem que receber no fim do mês.

A solução definitiva só irá acontecer caso venha ocorra venda do lateral colombiano Orejuela por uma boa grana e se houver a entrada de outras receitas de patrocínio, cuja expectativa existe em menor proporção, devido à permanência este ano na Série B nacional.

FIM DE PAPO
• Outra urgência/emergência na vida do Cruzeiro é pagar a dívida com o PSTC, do Paraná, que tem direito a receber R$ 1,3 milhão referente a 20% da venda do zagueiro Bruno Viana ao Olympiacos, da Grécia, ainda em 2017. A dívida foi parar na Câmara Nacional de Resolução e Disputas (CNRD) e gerou uma nova punição ao Cruzeiro, que está impedido novamente de registrar atletas. Sem quitar este “papagaio”, os reforços recém-contratados não poderão estar em campo no sábado (27), no Parque do Sabiá, diante do Uberlândia, quando o time comandado por Felipe Conceição vai estrear no Campeonato Mineiro. No Cruzeiro de hoje, tudo é prá ontem.

• Até que ponto essa boataria envolvendo a saída do técnico Sampaoli poderá influenciar negativamente no rendimento do time, neste jogo decisivo hoje, em Recife, contra o Sport? Este jogo poderá significar, caso o Galo vença, a confirmação da vaga na fase de grupos da Copa Libertadores. O retrospecto contra times da prateleira de baixo, como é o caso do Sport, não é bom na atual competição, e os pontos deixados no caminho significaram a perda do título perseguido há 50 anos.

• Continua vivo na memória dos atleticanos o episódio envolvendo o então treinador do Galo, Cuca, em 2013, no Marrocos, cuja saída para o futebol chinês vazou na mídia às vésperas da estreia no Mundial de Clubes. O ambiente ficou péssimo entre o técnico e a diretoria, que só ficou sabendo da negociação com os chineses por meio da imprensa e considerou a atitude de Cuca uma ‘trairagem’. Na época, a situação rachou o grupo de jogadores e foi determinante para o vexame da eliminação precoce para o time do Raja Casablanca.

• O rádio esportivo mineiro, em especial do Vale do Aço, está de luto pelo falecimento, na última semana, do narrador José Marcelo Ângelo Filho, o nosso eterno “Garotinho”, que vinha lutando contra um câncer na garganta. Com passagens marcantes pelas três principais emissoras da região – rádios Educadora, Vanguarda e Itatiaia -, foi durante décadas referência nas transmissões de futebol pelo rádio, sobretudo em alguns jogos épicos do Social de Coronel Fabriciano.

Convivi pouco tempo com José Marcelo, em sua curta passagem pela Rádio Vanguarda, mas o suficiente para admirá-lo como sendo uma pessoa do bem e um profissional exemplar, que fará muita falta em nosso meio. Que Deus o receba no andar de cima, com a certeza de que uma hora dessas a gente volta a se encontrar. “As pessoas não morrem, ficam encantadas… a gente morre é para provar que viveu.” João Guimarães Rosa. (Fecha o pano!)
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