17 de fevereiro, de 2021 | 06:59

Justiça decide hoje sobre valadarense preso nos EUA acusado de terrorismo

O valadarense Douglas Gonçalves, de 30 anos, será julgado nesta quarta-feira (17), nos Estados Unidos. Preso pelo FBI em sua casa, em Natick, Massachusetts, no dia 5 de fevereiro, após ser acusado de planejar um ataque terrorista na rede de supermercados Wegmans, o mineiro é acusado de um crime considerado muito grave nos Estados Unidos: terrorismo. Douglas é acusado de fazer ameaças de ataque, por e-mail, de entrar no supermercado e atirar contra os funcionários, depois que ele foi demitido.

Douglas está recolhido ao presídio de segurança máxima em Billerica. A prisão do pastor ocorreu em seu apartamento. Douglas trabalhava na Instacart, um serviço on-line pelo qual as pessoas podem fazer pedidos de mantimentos de uma loja e depois mandar entregá-los em suas casas. O Instacart atendia o supermercado Wegmans.

De acordo com a Polícia de Medford, o Instacart havia demitido Douglas. Portanto a polícia acredita que Douglas atribuiu a demissão a vários funcionários da loja Wegmans naquela cidade e fez ameaças por e-mail de que iria “atear fogo no local e atirar neles”.

As ameaças foram relatadas no início da semana passada e a polícia de Medford iniciou uma investigação. Douglas foi indiciado por fazer ameaças terroristas, fraude de identidade e posse de documentos fraudulentos do Departamento de Registro de Veículos Automotores (RMV, sigla em inglês).

O jornal Brazilian Times divulgou que a promotoria não apresentou provas de ameaças dentro da loja. Também faltava checar a origem da mensagem de email, com a suposta ameaça. A única “prova” apresentada mostra o brasileiro fazendo compras para um aplicativo para o qual ele trabalha, conhecido por Instacart.

Douglas é pastor auxiliar na Philadelphia Evangelical Church, em Framingham, casado há 7 anos com a missionária brasileira Daiane Alves e pai de um menino de cinco anos de idade. Daiane e Douglas se conheceram no município de Alpercata, no Vale do Rio Doce e decidiram morar nos Estados Unidos há um ano e sete meses.

A prisão de Douglas chegou justamente em um momento de expectativa para a família. Sua esposa, Daiane, está grávida. Daiane gravou um vídeo em que comenta a indignação e ausência de provas da Justiça contra o marido.

"Estamos sofrendo injustiça, estamos sofrendo preconceito, retaliação de uma coisa que nós não fizemos. Então, você que está assistindo esse vídeo, sou mãe de um filho, estou grávida, meu marido é um servo de Deus, queria dizer que nós temos provas da nossa inocência, e eles não têm prova concreta contra nós. Meu marido é inocente. Você que pode, ore, compartilhe; você que pode, doe, faça uma doação, pois também estamos carecendo de doações. Eu fui expulsa do nosso apartamento, tive que ir para a casa da prima do meu marido", desabafou.

No Brasil, familiares fazem uma campanha para tender ajudar Douglas. Nas mídias sociais subiram a hashtag #Pastordouglasinocente. (Com informações de Brazilian Times e Diário do Rio Doce).