13 de fevereiro, de 2021 | 09:02
Futuro dos eventos é o híbrido
Shows, exposições e celebrações terão a união do presencial e virtual
A pandemia obrigou os eventos culturais e corporativos a se reinventar. O modelo online substituiu o presencial de maneira praticamente instantânea.A experiência digital, no entanto, veio para ficar e deve permanecer no pós-pandemia. A tendência é que os eventos sejam híbridos, unindo o presencial e o virtual.
As vantagens do formato são democratizar o acesso, encurtar distâncias físicas e permitir que o público escolha a experiência que pretende realizar. O futuro do entretenimento foi tema de debate no webinar Arena de Ideias, transmitido pela In Press Oficina, na manhã da última quinta-feira (11).
Diante do novo cenário previsto para os eventos culturais e corporativos, a diretora de Estratégia Integrada da In Press, Anapaula Cunha, ressalta que a comunicação é fundamental, e que é preciso engajar o público e fazer a curadoria dos conteúdos a serem oferecidos, presenciais ou virtuais.
Divulgação
'O formato online veio para ficar e não perderá espaço no pós-pandemia', diz Sueli Voltarelli
"A gente precisa olhar para esse futuro, pensando que nada será como antes. Passamos a democratizar a cultura, trazendo formatos híbridos e com a chance de oferecer um pouco mais das artes a pessoas distantes. Entendo que temos uma fórmula a ser seguida, com o apoio de uma boa comunicação, que precisa ser usada para potencializar os resultados", afirma Anapaula.
Para ficar
Para a gerente geral do CCBB-RJ, Sueli Voltarelli, o formato online veio para ficar e não perderá espaço no pós-pandemia.
"Mesmo quando estivermos a todo o vapor presencialmente, não deixaremos de fazer o virtual. Nos projetos de cinema ou teatro sempre teremos algo virtual, seja oficina, palestra ou curso sobre o tema. E isso vai ao encontro de um dos pilares do CCBB, que é promover acesso à arte e cultura. Com a tecnologia podemos ampliar muito esse acesso", destaca.
Por outro lado, embora acredite na adoção do modelo híbrido, o empresário cultural e CEO da Live Experience 4You, Rafael Godoy, afirma que o desafio é a criação de formas de monetizar eventos e celebrações que não sejam exclusivamente presenciais.
"Os conteúdos híbridos vão surgir, mas desde que sejam colocados ao mercado de forma exclusiva. Haverá a ideia de comprar um ingresso para assistir ao show dentro da arena ou consumir seu conteúdo virtualmente. Acredito que vamos ter valores diferentes. E quem pode se beneficiar são os canais de streaming", ressalta Rafael.
Sensorização
A reinvenção do modelo de entretenimento inclui a sensorização do digital. A tendência é que as experiências virtuais sejam cada dia mais interativas e intuitivas.
"Nós vínhamos nesse processo desde 2011. Começamos com as exposições e eventos com um toque interativo, imersivo, o consumo da arte não só contemplativo, mas com participação do visitante. Esta era uma tendência e acho que é uma coisa que no virtual ou presencial será trabalhada e procurada pelo público", reforça Sueli.
Para Godoy, a tecnologia pode ampliar os sentidos do público, tendência que se vê em outros países. "Formas de expressão imersivas e sensoriais, na verdade, não são recentes. A Europa tem feito isso, é uma tendência da modernização da tecnologia e digitalização, transfigurar as obras de arte e dar esse caráter sensorial e interativo ao público", conclui Godoy.
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