01 de fevereiro, de 2021 | 09:18

Pesquisando o Teatro Negro

Coletivo nasce no Vale do Aço e abre chamada para dramaturgias negras

Um Coletivo de Pesquisa em Teatro Negro, intitulado Negrume, estreou nesta segunda-feira (1) na região do Vale do Aço, com o objetivo de explorar a pluralidade das linguagens artísticas negras e suas diásporas contemporâneas.

O Coletivo alia-se à perspectiva afrofuturista, um movimento filosófico e estético que une futuro tecnológico à ancestralidade, que pretende pesquisar o territorialismo interiorano em diálogo com as múltiplas produções fonográficas de artistas negros ao redor do mundo, por meio da performance das estatísticas, teatro, dança e audiovisual.

Em decorrência do isolamento físico imposto pela pandemia da covid-19, as primeiras ações estão acontecendo pela rede social, por meio de um canal que já está disponível para acesso no Instagram e com uma Chamada Aberta para o projeto “Militância Raivosa”.

Divulgação/ACS CPTN
Gustavo Nascimento é um dos membros fundadores do Coletivo de Pesquisa em Teatro NegroGustavo Nascimento é um dos membros fundadores do Coletivo de Pesquisa em Teatro Negro
O que é:
Para Conceição Evaristo, escritora brasileira, a escrita é um processo de experiência da coletividade negra no mundo. Quando um preto escreve, ele deixa de ser objeto da contação para ser veículo pelo qual constrói a própria narrativa. Desse modo, foram convidadas figuras pretas para compor a primeira ação de Negrume.

O “Militância Raivosa” terá curadoria de Mati Lima e produção de Chrika de Oliveira, dois multiartistas do Vale do Aço. O objetivo da ação é conhecer as variadas formas de fabulação e produção dramatúrgica feita por figuras negras em diáspora, que versam sobre as afetações geradas a partir do ser e estar no mundo.

As inscrições estarão abertas aos interessados até o dia 15 de fevereiro. Podem ser inscritos textos de variados gêneros: poemas, fragmentos de peças teatrais e crônicas, entre outros, que tenham até 5.000 caracteres.

Semanalmente, o Negrume publicará de um a dois textos selecionados em sua plataforma no Instagram. A ideia é que mais adiante esses escritos possam vir a se transformar em uma publicação física. O link para obtenção de mais informações e preenchimento do formulário está disponível no perfil do Coletivo - instagram.com/nne.gru.me.

Afrofuturismo
“Em uma busca rápida pelos dicionários e a gente encontra significados pejorativos sobre a escolha do nome. No entanto, Negrume é um manifesto pelo espaço preto, evocado em um filme dirigido por Diego Paulino.

Esta obra é uma reivindicação importantíssima que contribui com a discussão antirracista e elaboração de lugares de pertencimento para pretas e pretos, sobretudo no interior, uma vez que Minas Gerais ainda preserva intensas reminiscências coloniais no cotidiano”, afirma Gustavo Nascimento, membro-fundador do Coletivo.

Quem acessar a página do Coletivo de Pesquisa em Teatro Negro no Instagram também vai encontrar três filmes produzidos durante a pandemia: “Dengo”, dirigido por Elison Silva e Gustavo Nascimento; “Isto não é um Juliet” e “Deixe Deus com seu mundo”, dirigidos por Gustavo Nascimento.

Estas obras exploraram a relação entre corpo e confinamento e que são convites à reflexão sobre o imaginário sócio colonial acerca do corpo negro, seu processo de branqueamento dentro da cultura ocidental, afetos afirmativos e religiosidade.

SERVIÇO:
Coletivo de Pesquisa em Teatro Negro
Chamada para dramaturgias negras
“Militância Raivosa” - Inscrições abertas
Informações e inscrições - instagram.com/nne.gru.me
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