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25 de janeiro, de 2021 | 18:00

PF indicia 26 pessoas e constata 409 crimes ao fim da Operação Cai-cai 3

Imagem ilustrativa
As investigações foram centralizadas na delegacia da Polícia Federal de Governador ValadaresAs investigações foram centralizadas na delegacia da Polícia Federal de Governador Valadares

A Polícia Federal de Governador Valadares concluiu as investigações relativas à Operação “Cai-cai 3”, que visa combater promoção de migração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos da América. A PF indiciou 26 pessoas que integravam quatro associações criminosas diferentes.

Segundo nota da PF, foram apurados 409 crimes, sendo: quatro crimes de associação criminosa (Art. 288 do Código Penal); 272 crimes de promoção de migração ilegal (Art. 232-A do Código Penal); e 133 crimes de envio ilegal de criança ou adolescente para o exterior (Art. 239 da Lei nº 8.069/1990).

Após representar por mandados judiciais, a PF deflagrou, na sexta-feira (22), um adendo da fase 3 da Operação “Cai-cai”, denominada fase 3.2, para o cumprimento de três mandados de busca e apreensão (um em Virginópolis e dois em Tarumirim), um mandado de prisão preventiva (em Virginópolis) e um mandado de monitoração eletrônica, cumulada com suspensão do exercício de advocacia e proibição de contato com investigados, vítimas e testemunhas (em Tarumirim).

Operação Cai-cai fase 3 começou em dezembro de 2020

Como já foi divulgado pelo Diário do Aço, a fase 3 da Operação começou no dia 3 de dezembro passado, com o apoio da Adidância da Polícia de Imigração e Alfândega - Homeland Security Investigations (HSI), na Embaixada dos EUA em Brasília. As investigações, que fazem parte de ação de cooperação policial internacional contra o tráfico de pessoas, com início em outubro de 2019.

Os policiais federais receberam três notícias de crimes diferentes, enviadas por três unidades distintas da PF, localizadas em três estados díspares, tendo em comum os mesmos suspeitos de promover a emigração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos, demonstrando a amplitude da atuação dos envolvidos.

Apurou-se que os investigados se dedicam intensamente à prática dos crimes de promoção de migração ilegal, associação criminosa e envio ilegal de criança ou adolescente para o exterior, cobrando até 22 mil dólares por interessado.

Os viajantes, sob sérios riscos, enfrentavam condições desumanas, eram forçados a corromper autoridades da imigração mexicana e ficavam submetidos aos guias denominados coiotes – criminosos, majoritariamente armados, responsáveis pela definição das rotas arriscadas de travessia de fronteira.

Dentre os investigados, há políticos da região de Governador Valadares (a PF não divulga nomes dos investigados). Se condenados, podem cumprir até 16 anos de reclusão; sujeitos a aumento de pena, condicionado à quantidade de crimes imputados a cada um deles. Na primeira fase da Operação, um dos réus foi condenado a 127 anos, tendo sido identificados 270 crimes.

Esquema cai-cai e o endurecimento contra os imigrantes ilegais



"Cai-cai" era um esquema para a imigração ilegal adotado há alguns anos por latino-americanos que queriam ir para os Estados Unidos. A prática era atravessar ilegalmente a fronteira entre México e Estados Unidos levando filhos ainda crianças bem novas e entregar-se à imigração, com o pedido de asilo.

Pelo fato de estarem em companhia de filhos, alguns ainda bebês, o governo permitia que as pessoas nessa condição aguardassem o julgamento em liberdade.

Enquanto isso, arrumavam um emprego em solo estadunidense. Entretanto, a partir da eleição de Donald Trump, em 2016, novas medidas contra a imigração ilegal foram adotadas e as pessoas apanhadas no esquema cai-cai passaram a ser enviadas para prisões, com os filhos, para aguardar a deportação.
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