17 de janeiro, de 2021 | 09:00

Infectologista ressalta importância do uso da vacina contra a covid-19

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Carmelinda Lobato destacou que não há outra forma de controlar a pandemia da covid-19 se não for pela vacinação Carmelinda Lobato destacou que não há outra forma de controlar a pandemia da covid-19 se não for pela vacinação


Tiago Araújo - Repórter do Diário do Aço

Com o aumento do número de casos de covid-19 no país, a disponibilidade da vacina contra a doença se torna cada vez mais desejada. Nos últimos dias, após a divulgação dos índices de eficácia geral da CoronaVac, de 50,38% (pouco acima do mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde – OMS, que é de 50%), tem sido bastante discutido se vale a pena receber as doses dessa vacina ou não. Em entrevista ao Diário do Aço, a infectologista de Ipatinga, Carmelinda Lobato, avaliou os índices de eficácia do imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a biofarmacêutica Sinovac Biotech, sediada em Pequim, e destacou a importância da vacinação na luta contra uma pandemia.

Para a médica, essa é uma vacina que apresenta características de eficácia que são importantes nesse momento de pandemia. “Há uma eficácia em torno de 100% para evitar a evolução dos casos da forma mais grave da doença e apresenta uma eficácia de 78% para evitar a evolução para casos moderados, o que poderia contribuir para desafogar os hospitais. Mesmo com essa vacina, podemos ter muitos pacientes contaminados pelo novo coronavírus, mas eles terão mais chance de evoluir apenas para os quadros mais leves. Isso significa que de 78% a 100% das vezes não terá o risco de se tornar um caso grave, que é o que impacta os leitos hospitalares e causa um colapso no sistema de saúde”, explicou.

Conforme Carmelinda, a eficácia da CoronaVac é bastante semelhante a de outras vacinas que já são utilizadas e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e que fazem diferença no controle de outras doenças. “Por exemplo, a vacina contra o rotavírus também tem uma eficácia global em torno de 50%, de proteger contra os quadros leves da doença. No entanto, tem cerca de 80% de evitar a evolução para aqueles quadros graves. É por isso que foi possível fazer um controle de casos de rotavírus. As crianças não estão mais morrendo por causa desse vírus, e é isso que nós precisamos no momento. Precisamos de uma vacina boa, como a vacina do Instituto Butantan, que justamente tem uma eficácia mais elevada contra proteção de casos mais graves”.

Reprodução


Importância da vacinação
Na avaliação da infectologista, não há outra forma de controlar a pandemia da covid-19 se não for pela vacinação, o que faz com que essa seja considerada a maior esperança para evitar que os pacientes tenham uma piora drástica. “Estamos buscando a imunidade por rebanho para que a população fique protegida ao máximo possível contra a evolução para um caso mais grave. O grande problema do coronavírus é que se transmite de uma maneira muito eficaz e rápida. As formas graves, embora atinjam a minoria dos casos, acabam representando um número bem significativo de pessoas que vão precisar de leito hospitalar. Portanto, a vacinação é o que temos de mais promissor”, ressaltou.

Eficazes e seguras
Carmelinda também destaca que todas as vacinas que já estão sendo liberadas para uso emergencial contra a covid-19, no mundo inteiro, são eficazes e seguras. “Nesse momento, é preciso priorizar a vacinação daquelas pessoas que estão mais expostas, como os profissionais da saúde e os grupos de risco, o que provavelmente é o que vai acontecer conforme está previsto no Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19”, afirmou.

Pós-vacinação
Mesmo após a vacinação contra a covid-19, a infectologista destaca que será preciso manter as medidas preventivas por um tempo. “Todos nós vamos ter que continuar com os cuidados por um período, como uso de máscara, distanciamento social, higienização das mãos e obviamente manter o isolamento se for um caso confirmado ou suspeito de covid-19, porque nenhuma dessas vacinas, que já estão em fase mais avançada, conseguiram diminuir a transmissibilidade do vírus. Precisamos ainda observar o perfil da eficácia das vacinas para que seja possível determinar até quando e de que maneira devemos continuar com as medidas preventivas”, concluiu.

Início da imunização no Brasil
Atualmente, a Anvisa avalia o pedido de uso emergencial de dois imunizantes: a CoronaVac e a vacina desenvolvida pela biofarmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido, que tem os estudos conduzidos no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A Anvisa marcou para este domingo (17) reunião da sua diretoria colegiada para decidir sobre as solicitações dos dois centros de pesquisa. Em conversa com prefeitos na semana passada, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a vacinação terá início na próxima quarta-feira (20), em todo o Brasil. Enquanto a eficácia da CoronaVac é de 50,4%; o imunizante Oxford/AstraZeneca tem eficácia que varia de 62% a 90%.

Números
Conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde na noite de sexta-feira (15), o Brasil conta 208.246 vidas perdidas na luta contra a doença. Só de quinta-feira (14) para sexta-feira foram registrados 1.138 óbitos, marcando o quarto dia seguido com mais de mil mortes diárias. Ainda há 2.701 falecimentos em investigação. O total de casos registrados com covid-19 no país é de 8.393.492 e os recuperados são 7.361.379 milhões.

O mundo também registrou uma triste marca nesta sexta-feira, conforme balanço da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, mais de dois milhões de pessoas morreram em decorrência da doença. Os países com mais mortos são EUA (392 mil), Brasil (208 mil), Índia (152 mil) e México (139 mil).

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Comentários

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Paulo Cesar

17 de janeiro, 2021 | 09:43

“Bom dia a todos, que nenhum terraplanista apareça por aqui para tentar desfazer da ciência. Obrigado”

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