15 de janeiro, de 2021 | 09:06

Índia diz que não há reserva de vacinas para o Brasil

"Parece que o Brasil queimou a largada ao anunciar oficialmente o envio de uma aeronave para transportar dois milhões de doses de vacina", afirma uma reportagem do jornal indiano Hindustan Times.

Divulgação
Anvisa ser pronunciará no domingo (16) sobre a vacina a ser produzida pela Fiocruz Anvisa ser pronunciará no domingo (16) sobre a vacina a ser produzida pela Fiocruz

Autoridades da Índia disseram na quinta-feira (14) que o Brasil se precipitou ao enviar um avião para recolher 2 milhões de doses da vacina contra a covid-19 produzida no país. A informação foi divulgada pelos jornais indianos e pela Deutsche Welle Brasil.

O governo brasileiro enviou um Airbus A330 que decolou do aeroporto de Viracopos, em Campinas, rumo a Mumbai. Até a noite desta quinta-feira, a aeronave ainda estava no Recife, após fazer uma escala, e deveria partir para o país asiático nesta sexta-feira. O governo ainda não confirmou a saída do voo.

Entretanto, um porta-voz do Ministério do Exterior indiano afirmou à imprensa indiana que ainda é "cedo demais" para o envio dos lotes do imunizante, produzido pelo Instituto Serum em parceria com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.

Ao ser indagado se o Brasil teria prioridade no envio das vacinas, o porta-voz disse que essa decisão ainda não havia sido tomada pelas autoridades.

"O processo de vacinação está apenas no começo na Índia. É muito cedo para dar uma resposta específica sobre o fornecimento a outros países, porque ainda avaliamos os prazos de produção e de entrega. Isso pode levar tempo", disse Anurag Srivastava.

Os relatos na imprensa indiana indicam que os cronograma para o envio das vacinas para países estrangeiros, incluindo o Brasil, ainda não está concluído. "Parece que o Brasil queimou a largada ao anunciar oficialmente o envio de uma aeronave para transportar dois milhões de doses de vacina”, afirma uma reportagem do jornal indiano Hindustan Times.

Após a fala do porta-voz, o Ministério da Saúde brasileiro afirmou eu o governo indiano pediu "um dia a mais” para a entrega das vacinas. O motivo, segundo o órgão brasileiro, seria o início da campanha de vacinação na Índia neste sábado (15).

No dia 5 de janeiro, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou a aquisição das doses da vacina de Oxford produzidas na Índia, apesar de o governo indiano ter informado que a exportação do imunizante estava proibida.

O presidente Jair Bolsonaro enviou no dia 8 de janeiro uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo urgência no envio ao Brasil das doses da vacina. "O imunizante [...] deverá integrar de forma imediata a implementação do nosso Programa Nacional de Imunização", informaram, em nota conjunta, a Secretaria de Comunicação da Presidência e o Ministério da Saúde.

Pouco depois, o ministério brasileiro afirmou em nota que o Brasil adquiriu as doses do Instituto Serum e que a embaixada brasileira teria feito os preparativos junto às autoridades indianas após a carta enviada por Bolsonaro a Modi.

A declaração mencionava também os planos para distribuir as vacinas aos estados brasileiros dentro de poucos dias após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e destacava o êxito na aquisição das doses com exemplo das "excelentes relações” entre os dois países.

Decisão da Anvisa é aguarda com expectativa no domingo



O governo indiano dará inicio sábado à sua campanha de vacinação contra o coronavírus. No caso brasileiro, a chegada das duas milhões de doses produzidas na Índia seria fundamental para possibilitar o início da imunização.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira que a vacinação contra a covid-19 teria início na próxima quarta-feira, 20 de janeiro. O plano ainda depende da aprovação do uso emergencial das vacinas pela Anvisa, que tomará uma decisão no próximo domingo.

Em reunião com prefeitos, Pazuello previu que 8 milhões de doses de vacinas estariam disponíveis para a população ainda neste mês. Essas doses se referem às importadas pelo Instituto Butantan, que desenvolve a vacina Coronavac em parceria com a empresa chinesa Sinovac, e pela Fiocruz, que tem acordo com a farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford.

Em dezembro a expectativa do ministro era que o Brasil receberia 24,7 milhões de doses de vacinas ainda em janeiro.
Desse montante, 15 milhões de doses seriam da vacina da AstraZeneca-Oxford, que será fabricada no Brasil pela Fiocruz, outros 9 milhões seriam do imunizante Coronavac, do Butantan, e 500 mil da vacina da Pfizer-Biontech.

No entanto, apesar do ministro falar em 15 milhões de doses da AstraZeneca-Oxford, a Fiocruz informou que só deve entregar o primeiro lote de 1 milhão a partir da segunda semana de fevereiro. Até o momento, o ministério só contava efetivamente com as 2 milhões de doses prontas que deveriam chegar da Índia nesta sexta-feira.
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Comentários

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Paulo

15 de janeiro, 2021 | 19:42

“E pensar que tem médico que defende esse desgoverno. São aqueles de consultório que já estão podres de ricos que você encontra no shopping dia útil 3horas da tarde. Se eu fosse um bolsominio nessa hora fazia igual avestruz enterrava minha cabeça no burraco só saía em 2023. O pior governo do mundo.”

Patriota Sem Partido

15 de janeiro, 2021 | 14:44

“O Dr. Alex Sander nos fornece uma boa receita, mas esqueceu-se do ozônio por insuflação retal. Afinal, pimenta (ou ozônio) no dos outros é refresco.”

Alex Sander Ferreira Gonçalves

15 de janeiro, 2021 | 13:17

“Parabéns ao governo federal pelo enfrentamento dessa doença, quando seria de responsabilidade do STF, governadores de estado e prefeitos. Pessoas morrendo e todos eles evitando o tratamento precoce da população e até entrando na justiça para evitá-lo como foi o caso da ação do partido Psol. Ivermectina, hidroxicloroquina com zinco e nitadoxanida (Annita) viraram palavrão e razão para censura enquanto o povo agoniza.”

15 de janeiro, 2021 | 12:16

“Governo (des-governo) incompetente e irresponsável. Se a Justiça desse país fosse séria, Jair e sua caterva seriam destituídos do Poder com a maior urgência possível. TRISTE.”

Gildázio Garcia Vitor

15 de janeiro, 2021 | 11:16

“Vacinas da Índia e da China, oxigênio hospitalar da Venezuela, aviões de carga dos EUA ... Qual será a próxima necessidade e quem poderá nos ajudar?”

Jaqueline

15 de janeiro, 2021 | 10:18

“Desgoverno!”

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