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28 de novembro, de 2020 | 08:49

Pós-eleição: A imagem de candidato vitorioso deve ser substituída pelo ''governante de todos''

Leandro Rico Moyano *

A partir da vitória na eleição para o cargo majoritário, o que disser e fizer será usado a favor ou contra você. Portanto, não tenha ilusões, assim como na campanha, estratégia e publicidade são indispensáveis no mandato eletivo. São indispensáveis porque, mesmo que você não planeje a sua publicidade, ela estará acontecendo, em razão da estrutura da situação.

Personalidade pública, você será conhecido por sua imagem e não por sua personalidade total, à qual, somente os íntimos têm acesso. Esta imagem será construída, isto é certo. Se você não se empenhar para produzir a imagem desejada, assim mesmo ela será construída pelos outros.

A imagem de candidato (que absorveu em grande medida à pré-existente) é uma imagem de combate, talvez com componentes de agressividade; é uma imagem controvertida, já que seus adversários a contestaram e, consequentemente, houve desgaste. Ainda que tenha obtido sucesso na campanha, a imagem aguerrida e em muitas circunstâncias de confronto, não é a mais adequada para a transição e começo de governo. É um erro grave pensar que, a partir da vitória, os problemas de imagem serão resolvidos para a nova fase que se inicia na transição de governo. É fundamental perceber o quanto antes, para evitar que se cristalize a imagem de candidato. E com isso alienar uma parcela de eleitores que pode e deve ser conquistada, para que você comece a sua gestão governamental com a mais ampla aceitação popular.

A imagem firmada tem dia e hora para emitir a fatura: na reeleição. Haja vista que os derrotados não conseguem identificar onde erraram, por mais que relativize diante de todos os seus aliados a trajetória de seu mandato.
Trabalhar uma imagem para este período não é um mero capricho publicitário: é uma necessidade política que corresponde a uma expectativa da opinião pública.

Ao contrário do conceito de se orientar mediante o que a opinião pública pensa está o encastelamento que o candidato vitorioso se coloca, ou é colocado, no núcleo do seu grupo formado por assessores, apoiadores e entreveros, que tradicionalmente seguem com ex-candidato, agora governante, na busca de capitalizar o seu espaço, se colocando à disposição mediante a uma narrativa política aconselhadora com toda a convicção de como construir um governo de excelência, assentando o mandatário em uma redoma nos mesmos moldes vividos e relatado por Maquiavel.

O que precisa ficar claro ao prefeito eleito é que a sua imagem de gestor eficiente e capaz não se constrói por meio das tradicionais ações de publicidade institucionais em divulgar as suas realizações, visitas e encontros com autoridades na rede social e mídias convencionais. Ela se dá no desenvolvimento de um escopo estratégico pautado na percepção da opinião pública frente ao governo; avaliar os serviços públicos prestados e identificar a real e mutante demanda social de acordo com cada estrato social. A partir dessa ótica é que se edifica um governo com aceitação popular. A comunicação nesse contexto é meramente um instrumento democrático, que promove um governo com veracidade, muito valorizado pela opinião pública.

* Especialista em Administração e Marketing, Gestão Pública e Controle com Foco em Resultados pela Escola de Contas do TCE-MG. Consultor pelo Sebrae para a formação de Consórcios Intermunicipais Multifinalitário e Inteligência da Informação
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