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25 de novembro, de 2020 | 16:01

A ética de Aristóteles e as eleições

Fernando Rizzolo * 

Temos visto atualmente um crescente interesse por filosofia. Muitos são os filósofos que surgem a cada dia, uns mais conhecidos e aplaudidos nos programas de televisão, outros menos conhecidos pela população, mas mais discutidos na Academia, como foi e sempre será Aristóteles, que dizia que a “a virtude está no meio”. Mas por que, então, a nossa sociedade brasileira, de uns tempos para cá, se polarizou tanto? Uma explicação seria o desencanto com a política, que trouxe à tona o atual presidente, Jair Bolsonaro, um personagem radical, nada político, com ideias que chocam, e que acima de tudo sempre se espelhou no presidente não reeleito dos Estados Unidos, Donald Trump.

Encantou milhares e desencantou outros milhares de admiradores. Seu jeito “sincerão” se esgotou no seu próprio “script”, pois, com a derrota de seu ídolo Donald Trump, passa a falar sozinho, num discurso que não mais entusiasma seus fervorosos eleitores. Foi na realidade um golpe na social-democracia, tão habitual aos líderes europeus e que mais se aproxima dos ideais democráticos dos Estados Unidos, haja vista as pontuações feitas pelo novo presidente americano, Joe Biden.

Hoje não há mais lugar para extremismos, e a maior democracia do mundo já provou isso com a vitória do democrata Biden, que revisa os valores sociais, elevando-os e promovendo uma respeitosa visão social sob todos os aspectos.
Já no Brasil a social-democracia foi substituída por um discípulo de Trump que agora passa por um revisionismo eleitoral perigoso, pois surge de outro lado o extremo desta feita socialista, o filósofo Boulos. Seu partido, o PSOL, é de esquerda, de matiz trotskista, pelo menos era o que afirmavam no início de sua formação. A receita de bolo de Boulos é mesclar os ganhos democráticos de Joe Biden, suas estruturas na defesa dos pobres, dos negros, com um discurso que imita o do ex-presidente Lula, com toques de articulação filosófica que acabam mitigando um esquerdismo virtuoso aos olhos dos incautos. E cabe aqui um questionamento: Estaríamos prontos para sair de um extremo e migrar para outro?

Portanto, ao lado da minha velha poltrona, e entre um gole e outro do meu café amargo da tarde, recorro aos velhos filósofos, como Aristóteles, que dizia: “a virtude está no meio”. Talvez preferindo redescobrir a social-democracia responsável e experiente a me lançar nas novas antigas ideias dos que fizeram filosofia e que jamais concordaram com a verdade oriunda do centro. Jogando-nos para outro extremo, com palavras doces e com discurso populista, acabamos ficando na mesma ao passar da extrema direita para a extrema esquerda. Antes de mais nada, é melhor pensarmos e refletirmos sobre o que é bom para o Brasil, na esperança de fazer renascer o bom senso.

* Advogado, jornalista, mestre em Direitos Fundamentais
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Comentários

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Tião Aranha

25 de novembro, 2020 | 19:45

“A História se repete: pois o que acontece hoje neste país foi o mesmo que aconteceu na França que deu origem à Revolução Francesa: 10 % da classe burguesa massacrando 90 % da classe trabalhadora. A forma de capitalismo implantada aqui, após 64, simplesmente não deu certo. Os meios de comunicação de massa são inimigos do trabalhador. Mas serão também um elemento da vida e um aliado indispensável, pois sem eles é impensável a democracia das massas em que servem o interesse do capital e o governo (Lei Falcão).”

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