25 de novembro, de 2020 | 07:02

Cinco homens presos e duas empresas autuadas por crime ambiental em Ipatinga

Dois empresários do ramo de oficina automotiva de caminhões e três empregados foram presos essa semana pela Polícia Militar de Meio Ambiente, por causa de um flagrante de crime ambiental. Eles despejavam resíduos tóxicos de oficina em uma área de vegetação nativa e perto de um curso d´água, em uma área rural em Santana do Paraíso, nas proximidades da divisa com Ipatinga.

Os cinco foram autuados em flagrante pela prática de crimes ambientais, mas já estão soltos e respondem pelos seus atos em liberdade.

O caso será agora encaminhado ao Ministério Público de Meio Ambiente e, além de multas, os infratores podem ser condenados a reparação dos danos causados no local onde foram despejados os resíduos.

Tudo começou quando, por volta de 20h de 19 de novembro, em patrulhamento preventivo na estrada da Coruja, que liga Santana do Paraíso à BR-381, uma equipe da Polícia Militar de Meio Ambiente deparou-se com uma caminhonete Chevrolet D20, com placas de Ipatinga, parada à margem da estrada rural, com parte da carroceria dentro do mato.

Os policiais decidiram fazer a abordagem e encontraram dois indivíduos dentro do veículo e um do lado de fora. Um deles afirmou que a caminhonete tinha apresentado defeito mecânico e por isso estava parada naquele local ermo.

Entretanto, ao inspecionarem atrás do veículo policiais perceberam que o trio realizava o descarte de resíduos de oficina mecânica no meio do mato.

Filtros de óleo, tambores de 200 litros com restos de graxa e lama contaminada com solventes, embalagens vazias de óleo de motor, restos de coifas entre outros resíduos compunham o material da descarga apanhada em flagrante.

Conforme a Polícia Militar de Meio Ambiente, a ação contraria a legislação que rege a destinação final de resíduos, como o artigo 33 da Lei 12.305/2010 e a Deliberação Normativa Copam MG Nº 07/1981.

Os três homens detidos no local informaram que apenas obedeciam "ordens do patrão". Diante do fato, a D20 foi apreendida e removida ao pátio credenciado, levando também três tambores de 200 litros que já tinham sido esvaziados no meio da vegetação.

Outros dois tambores de 20 litros permaneceram no local, por causa da dificuldade em removê-los em meio à poluição.

O motorista, L.S., de 40 anos, disse desconhecer a gravidade do crime ambiental que praticava e, ainda que soubesse, não poderia desobedecer a ordem de seus superiores, pois precisa do emprego para tratar de sua família.

Os outros dois envolvidos, um de 19 e outro de 21 anos, foram identificados como ajudantes e disseram que trabalham há pouco tempo na empresa e não têm carteira assinada. Também responderam que cumpriam ordens do patrão.

O empresário F.J.G., de 40 anos, foi localizado pela polícia ambiental, confirmou que sabia da ilegalidade e foi preso e conduzido para a Delegacia de Polícia Civil.

O sócio da empresa, G.A.C., de 52 anos, compareceu espontaneamente à sede da 12ª Companhia da PM Ambiental e assumiu que tinha conhecimento do caso, fato pelo qual também foi preso.

Ambos os empresários são proprietários de duas empresas que trabalham com manutenção de caminhões, no bairro Caravelas, em Ipatinga e assumiram que deram ordens a seus empregados para fazer o descarte dos resíduos em um local ermo, em meio a natureza.

Com isso, os três empregados e dois empresários foram presos por crimes previstos em diversos artigos da Lei de Crimes Ambientais.

Comandante da 12ª Companhia da Polícia Militar de Meio Ambiente, o major PM Átila Porto explica ao Diário do Aço que antes do flagrante o local já era alvo de monitoramento pelas equipes da PM, porque já havia reclamações do despejo irregular de resíduos naquela região.

O oficial lamenta que alguns empreendedores ainda pratiquem ações que degradam e poluem o meio ambiente. "Ocorrências dessa natureza não são isoladas e são registraras pela Polícia Ambiental diuturnamente", enfatiza.

"As estradas vicinais e áreas de preservação ambiental da nossa região são alvo constante desses criminosos, que se aproveitam de locais ermos, às escondidas para fazer uma destinação incorreta de resíduos que deveriam ser tratados em empresas especializadas, nunca descartadas na natureza. O alerta que fazemos é que nem sempre os infratores conseguem ficar impunes", concluiu.