23 de novembro, de 2020 | 16:00

Pedreira à vista

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
Os tropeços que teve em casa diante do Guarani e Figueirense não estavam nos planos, mas a vida segue e a saga do Cruzeiro na Série B continua. O time vai enfrentar agora uma sequência difícil, só “pedreiras” fora de casa, equipes adversárias que estão na parte de cima da tabela, a começar hoje pela Chapecoense, líder da competição com 47 pontos ganhos, que só perdeu uma vez até agora e está invicta há 17 rodadas.

Fica sempre a esperança de que o Cruzeiro possa conseguir um bom resultado, pela sua tradição, a camisa pesada e a presença do técnico Felipão no banco de reservas, mesmo que o futebol apresentado nas últimas partidas não recomende esse otimismo.

Pelo lado cheio do copo metade vazio, os números do Cruzeiro jogando fora de casa não são ruins: quatro vitórias, três empates e três derrotas, 50% de aproveitamento, diante dos 44% obtidos até agora dentro do Mineirão. Vá entender!

Defesa péssima
Nas circunstâncias atuais, o empate de 2 x 2 com o Ceará não foi um resultado ruim para o Atlético. No entanto, para o conjunto da obra, que visa conquistar o título que não vê há 49 anos, acabou sendo péssimo.

O time entrou em campo desfalcado de Sampaoli e toda a comissão técnica, além de cinco titulares, por conta do surto da Covid-19, e ainda esteve com um jogador menos, devido à expulsão do jovem Dylan Borrero. E mesmo assim teve forças para buscar o empate e poderia até ter vencido, conseguindo manter-se na liderança da competição com o ponto conquistado.

O que não pode passar batido são os inúmeros problemas que afetam o clube nos bastidores e dentro de campo. A festa dos argentinos, por exemplo, que teria sido o pivô do surto da Covid-19, que tirou de cena ao menos 26 pessoas entre jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes alvinegros, ainda carece de uma explicação transparente, sobretudo por parte do técnico Jorge Sampaoli, chefe do grupo que teria causado toda essa confusão.

Dentro de campo, entra jogo sai jogo, o problema da zaga continua. Esse Igor Rabelo só pode comer tijolo, de tão lento que é, e conseguiu contaminar com suas más atuações até quem vinha jogando bem, como o lateral Arana e o paraguaio Alonso.

E vem aí, amanhã, o Botafogo, 19º colocado na tabela, um dos muitos times que só estão lutando para tentar escapar do rebaixamento, mas que conseguiram derrotar o Galo no primeiro turno.

Com uma defesa caridosa, que não consegue cortar nenhum contra-ataque dos times adversários, periga o Galo ressuscitar mais um da turma de baixo da tabela classificatória, confirmando a versão de ser o “cavalo paraguaio” deste Brasileirão, como costumam dizer seus rivais.

FIM DE PAPO
• Concordo que a arbitragem de campo ou do VAR seja péssima e tenha outra vez prejudicado o Atlético. O juiz expulsou Borrero e nem sequer analisou um lance semelhante do zagueiro Tiago, do Ceará, em cima de Keno, no 1º tempo. Mas a arbitragem não é vilã sozinha, pois na derrota bisonha diante do Atlético-PR, e no empate do último domingo, no Castelão, as falhas da defesa foram as principais responsáveis pelos fracassos. Como bem disse o decano dos repórteres de campo do rádio mineiro, Roberto Abras, na transmissão da “Super FM/91,7”, a defesa do Galo é “uma teta”.

• O vacilo do Conselho Gestor que dirigiu o Cruzeiro após a renúncia do ex-presidente Wagner Pires de Sá, ao não pagar à Fifa a dívida de R$ 5 milhões com Al Wahda, que resultou na perda de seis pontos e prejudicou a sua campanha, começa a ser notado com mais intensidade agora. O técnico Felipão, irritado após o empate com o Figueirense, lembrou que, se não tivesse perdido esses pontos, o Cruzeiro estaria hoje em um outro patamar, em condições de sonhar com algo muito melhor do que apenas lutar contra o rebaixamento à Série C.

• Vale lembrar que, no começo da competição, sob o comando do técnico Enderson Moreira, o Cruzeiro obteve duas boas vitórias e a diretoria comemorou “a dívida paga”, como se os seis pontos não fosse fazer nenhuma falta, pois entendia que subiria à Série A com o pé nas costas. Ledo engano. Os resultados não vieram, Enderson Moreira e seu sucessor, Ney Franco, foram demitidos, e agora Felipão tenta dar um novo rumo à situação, coisa que é muito complicada.

• O América, vice-líder da Série B, com 40 pontos ganhos, classificado para a semifinal da Copa do Brasil, recebe hoje o Juventude-RS, 4º colocado, com 37 pontos e invicto fora de casa desde a 11ªrodada. Na gíria do futebol, o Juventude é um time “encardido” para se enfrentar, mas o Coelho é o favorito, pois além de ter um time mais qualificado e bem dirigido pelo técnico Lisca, atravessa uma fase impressionante, no qual o seu pão com manteiga só tem caído virado pra cima. Até quando joga mal o Coelhão costuma sair com um bom resultado, como foi na última rodada, quando derrotou o Operário por 1 x 0, em Ponta Grossa-PR. (Fecha o pano!)
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