30 de outubro, de 2020 | 15:00

Número de candidatos pardos predomina na região

Pretos são minoria em todas as quatro cidades da Região Metropolitana

Arquivo DA
Entre os nomes disponíveis nas urnas, pardos e brancos permanecem em maior quantidade Entre os nomes disponíveis nas urnas, pardos e brancos permanecem em maior quantidade

Apesar dos esforços da Justiça Eleitoral para inclusão nas eleições municipais e gerais, a quantidade de candidatos pretos será a minoria nas cidades que integram a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA). Situação que não acompanha os dados nacionais, divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Num levantamento realizado pelo Diário do Aço na tarde desta quinta-feira (29), foi possível perceber que na região os autodeclarados pardos e brancos ainda são a maioria e que irão concorrer aos cargos de vice-prefeito, prefeito e vereador no pleito de 15 de novembro.

Das candidaturas aptas, Coronel Fabriciano tem 74 brancos, 67 pardos, 30 pretos, sete sem informação a respeito e um indígena. Já em Timóteo os pardos são 104, 80 brancos, 52 pretos e um indígena. Em Santana do Paraíso os pardos também são maioria: 123. Brancos somam 51, pretos contabilizam 37 candidatos e amarelos são quatro. No município de Ipatinga, por sua vez, os pardos somam 210; brancos são 112; pretos 48; 23 não informados e três amarelos. Essas cores de pele citadas estão em acordo com as normas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2016, ano das últimas eleições municipais, Fabriciano teve 121 candidaturas de brancos, 103 pardos e 36 pretos. Timóteo teve mais pardos: 130, em segundo lugar foram 124 brancos e 56 pretos. Paraíso contabilizou 130 pardos, 124 brancos e 56 pretos. Naquele ano, das candidaturas consideradas aptas pela Justiça Eleitoral, Ipatinga somou 130 pardos, 124 brancos e 56 pretos.

Brasil

Dados divulgados pelo TSE apontam que a proporção do número de candidatos pardos e pretos nas eleições municipais de 2020 já alcança um índice de 49,9%, superando os 48,1% dos candidatos que se autodeclararam brancos nos pedidos de registro de candidaturas entregues à Justiça Eleitoral até o dia 26 de setembro. Nas eleições municipais de 2016, 51,45% dos candidatos se declararam brancos e 47,76% pardos ou pretos. Os dados podem ser consultados nas estatísticas eleitorais do pleito de novembro próximo.

Os dados de registros de candidatos, que ainda estão em fase de consolidação para as eleições deste ano, informam que, no quesito cor/raça, cerca de 267 mil candidatos (48,1%) se disseram brancos, 219 mil (39,4%) se declararam pardos e 58 mil (10,5%) afirmaram ser pretos em 2020.

Já nas eleições de 2016, houve 255.689 candidatos brancos (51,45%), 194.402 pardos (39,12%) e 42.916 (8,64%) candidatos pretos. O TSE passou a coletar dados do quesito cor/raça (branca, parda, preta) dos candidatos a partir das Eleições Gerais de 2014.

Recursos do Fundo Especial

O aumento no número de candidatos pardos e pretos nas eleições de 2020 vai ao encontro da decisão tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral no dia 25 de agosto deste ano em favor da valorização das candidaturas de negros.

Na sessão administrativa daquele dia, o TSE decidiu que a distribuição dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), também chamado de Fundo Eleitoral, e do tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão deve ser proporcional ao total de candidatos negros (pretos e pardos) que o partido apresentar para a disputa eleitoral.

A decisão do TSE foi tomada na análise de uma consulta apresentada pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). Ela perguntou ao Tribunal se uma parcela dos incentivos às candidaturas femininas que estão previstos na legislação poderia ser reservada especificamente para candidatas da raça negra. Indagou se 50% das vagas e da parcela do FEFC poderiam ser direcionadas para candidatas negras.
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