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24 de outubro, de 2020 | 13:00

Primeiro passo

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
O futebol foi ruim, mas a vitória no finzinho da partida foi mais do que suficiente para dar tranquilidade ao recém-chegado técnico Felipão, no sentido de recolocar o Cruzeiro na disputa da Série B.

Com toda a experiência de quem já viveu situações até mais complicadas em sua longeva carreira, Felipão mostrou humildade após a vitória sobre o Operário no Paraná, distribuiu afagos a membros da comissão técnica e jogadores, mas deu um recado direto aos que ainda teimam em não reconhecer a difícil situação do Cruzeiro, agarrado na zona de rebaixamento, com mínimas chances de retornar este ano à Série A.

Hoje, o desafio de buscar outra vitória será contra o Náutico, em Recife, jogo ainda mais complicado, que vai indicar qual o rumo do Cruzeiro de Felipão na disputa, que tanto pode ser sair do incômodo Z-4 como, também, em caso de derrota, afundar-se mais ainda, interrompendo a sonhada recuperação. O caminho é longo, difícil, mas possível de ser superado, pois se trata de futebol, onde a palavra “impossível” não existe.

Prova de vida
A campanha do Galo no Campeonato Brasileiro é boa, acima até das expectativas do início da temporada, crescendo em otimismo após a chegada do técnico argentino Jorge Sampaoli, turbinada pelo alto investimento feito pelo patrocinador, que já gastou cerca de R$ 200 milhões até agora em reforços para o time.

Porém, alguns maus resultados fora de casa, sobretudo o último, a surpreendente derrota para o fraco time do Bahia, mudou este quadro de otimismo e euforia para desconfiança no futuro.

Agora o Atlético de Sampaoli precisa provar, não só para ele mesmo e à sua fiel e fanática torcida, mas ao país inteiro que o aplaudiu, que não está perdendo fôlego na luta pelo título de Campeão Brasileiro, algo que o alvinegro de Minas persegue há 49 anos. Como diria o amigo jornalista, escritor e embaixador de Caratinga, Flávio Anselmo: “Prefiro guardar a minha boca prá comer a farinha depois”.

FIM DE PAPO
• O Atlético precisa melhorar consideravelmente seus resultados como visitante no Campeonato Brasileiro, sob o risco de bater na trave outra vez, como em 2012 e 2015, temporadas nas quais o Galo fez boa campanha como visitante. Isso não ocorre agora, quando o time tem apenas 37,5% de aproveitamento fora.

Como mandante, sem contar o jogo de ontem com o Sport Recife, o Atlético tem aproveitamento de 87,5%, com sete vitórias e um empate. Foram 22 pontos conquistados no Mineirão. Segundo o site Probabilidades do Futebol, do departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais, 74 pontos dá 99,4% de chances de o time vir a ser o campeão da Série A.

• O “Rei” Pelé completou 80 anos bem vividos na última sexta-feira (23), e vem sendo alvo de merecidas homenagens aqui e no mundo inteiro. Por um desses caprichos do destino, eu não o vi jogar no Mineirão. Em novembro de 1969, levado pelo meu pai, fui assistir Atlético x Santos, com mais de 100 mil pessoas presentes no estádio, gerando muita confusão do lado de fora para entrar. Quando finalmente chegamos à arquibancada, Pelé havia acabado de ser expulso pelo árbitro Amílcar Ferreira, aos 24 minutos do 1º tempo, o que irritou a torcida e até os jogadores do próprio Atlético.

• Por outro lado, tive o privilégio de vê-lo atuar inúmeras vezes pela TV, na conquista do tricampeonato mundial na Copa de 1970, no México, e sua despedida do Santos e da Seleção, enfim, sinto-me um súdito feliz por isso. Aos mais jovens, para melhor exemplificar, eu diria que Pelé tinha a força física de Cristiano Ronaldo e a técnica de Maradona e Messi juntos. Algo fantástico, extraordinário, que dificilmente poderá ser igualado um dia.

• Não tenho uma única frase ou uma palavra para definir quem foi o “Rei” Pelé. Recorro então ao que escreveu o jornalista e mestre Armando Nogueira no seu livro O Homem e a bola: “Se Pelé não tivesse nascido gente, teria nascido bola”. E fico também com o que escreveu o nosso poeta maior, Carlos Drummond de Andrade: “Extraordinário não é fazer 1.000 gols como Pelé, mas fazer um gol como Pelé”. (Fecha o pano!)
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Comentários

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Tião Aranha

25 de outubro, 2020 | 14:25

“Ser imortalizado já em vida é um mérito pra poucos conseguindo que conseguem ultrapassar as quatro linhas principais dum gramado dum campo de futebol. É defeito colocar nas pernas dos jogadores o destino da humanidade, que nem sempre é feito somente de vitórias. Tem gente que consegui até ser herói ou ser um semideus naquilo que faz. O fato é que já politizamos a literatura, faltando agora poetizar o futebol e a política. Esta última, é bem mais difícil ainda.”

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