16 de outubro, de 2020 | 20:31

PCMG aponta que vereador pagou R$ 40 mil pela morte de rival

Divulgação PCMG
A equipe do DIHPP detalhou a investigação do assassinato do sindicalista e vereador de Funilândia, Hamilton Dias MouraA equipe do DIHPP detalhou a investigação do assassinato do sindicalista e vereador de Funilândia, Hamilton Dias Moura

Está recolhido ao sistema prisional, o vereador de Belo Horizonte, Ronaldo Batista (PSC). Ele foi alvo de um mandado de prisão no âmbito da investigação do assassinato do sindicalista e vereador de Funilândia, Hamilton Dias Moura (MDB). A conclusão das investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) é que Ronaldo pagou R$ 40 mil pela morte de Hamilton, executado dentro do seu carro com 12 tiros na cabeça e no pescoço no dia 23 de julho deste ano, no bairro Jardinópolis, na capital mineira.

Ronaldo Batista nega participação no assassinato de Hamilton de Moura. A defesa argumenta que as divergências sindicais entre os vereadores não justificariam um homicídio e que, no momento certo, comprovará a inocência de seu cliente.

Em entrevista à imprensa neta sexta-feira, o delegado Domênico Rocha, da Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), informou que o assassinato foi motivado por vingança e disputas sindicais.

Hamilton Dias Moura (MDB) foi assassinado a tiros em 23 de junho, em Belo Horizonte  Hamilton Dias Moura (MDB) foi assassinado a tiros em 23 de junho, em Belo Horizonte
Hamilton era descrito como personalidade respeitada entre sindicalistas do setor de transportes. Ronaldo, por sua vez, é presidente do Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Região, entidade da qual a vítima já fez parte. O vereador Ronaldo também preside a Federação dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Minas Gerais - Fettrominas. Os dois romperam relações em 2010. Hamilton criou um sindicato à parte, que enfraqueceu o sindicato presidido por Ronaldo. ”A arrecadação da primeira instituição foi impactada e Hamilton patrocinava ações juduciais contra o rival, que resultaram em bloqueios de bens no valor aproximado de R$ 6 milhões", esclarece o delegado Domênico Rocha.

Por fim, o delegado informou que Ronaldo foi apontado como mandante do homicídio por um de seus comparsas. O advogado dele procurou os policiais que investigavam o caso, para fechar um acordo de colaboração premiada.

As investigações apontam que o homicídio era planejado há quatro anos e que a última condenação dele, em uma ação patrocinada pelo rival, o fez acelerar o plano para eliminar Hamilton.

Para atrair a vítima ao local do crime, um dos assassinos criou um perfil falso e passou a negociar a compra de um terreno que Hamilton tentava vender. A perícia no telefone revelou, inclusive, que a negociação do terreno mudou para uma conversa íntima. Um encontro foi marcado e o vereador e sindicalista assassinado a tiros por volta do meio dia.

Com a quebra do sigilo telefônico da interlocutora “Vanessa”, a PCMG chegou a três executores do crime: dois ex-policiais penais e um policial militar da ativa. "Vendo que as investigações avançavam, o advogado de outro suspeito nos procurou e fechou o acordo de delação premiada. As informações fornecidas por esse indivíduo, que já estava preso, levaram até Ronaldo Batista", concluiu Domênico Rocha.
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