
14 de outubro, de 2020 | 09:00
Preço de hortifrúti deve subir, afirma dirigente
Calor e medo da covid-19 podem fazer subir os preços de frutas, legumes e verduras
Divulgação
Ir às compras não tem sido tarefa das mais fáceis para o consumidor, quando o assunto é o preço

Comprar itens de hortaliças, legumes e frutas, pode ficar mais caro. O preço de legumes, frutas e verduras, que tradicionalmente não custa pouco aos consumidores, pode subir mais em razão de fatores como o calor e a pandemia da covid-19. É o que explica o presidente da Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros das Ceasas do Estado de Minas Gerais (Aphcemg), Ladislau de Melo.
Segundo o dirigente, apesar de não conseguir estimar um percentual de aumento no preço, ele credita a mudança não somente ao calor, que atingiu boa parte do estado nos últimos dias, mas também à pandemia. O clima interferiu sim, mas o que causou elevação nos preços foi a pandemia. As pessoas deixaram de plantar, faltou semente também e isso causou alta nos preços. Eles (trabalhadores, produtores) ainda estão com medo de trabalhar, em razão da covid-19. Mas, pelo cenário que estamos vivendo, ainda não está ruim (o valor). A situação deve piorar em 2021, acredito que os itens de hortifrúti devem subir em pelo menos 30% no ano que vem. Um reflexo do cenário atual, em que produtores ainda temem a doença”, avalia.
Ladislau acrescenta que os Ceasas de Minas Gerais têm seu estoque abastecido por produtores do estado, mas que os supermercados e sacolões recebem produtos de outros estados. Isso tudo interfere no preço, porque entra na conta o clima de onde é produzido, dentre outros pontos”, pondera.
Em Ipatinga, é possível perceber variação entre os estabelecimentos. Numa pesquisa rápida, realizada pelo Diário do Aço, itens como maçã fuji (R$ 7,89 média) e mamão havaí (R$ 5,89 média) apresentavam diferença de até R$ 2/Kg, na tarde desta terça-feira (13). Entre os alimentos que tiveram aumento nos preços estão banana caturra, de R$ 2,84 para R$ 3,45, também o tomate comum, que custava em média R$ 2,92 e subiu para R$ 5,34. Numa comparação realizada na lista de compras dos meses de setembro e outubro deste ano, foi possível perceber que a lista inclui ainda quiabo, cenoura, batata inglesa e cebola branca, que tiveram ligeiro aumento e que, conforme estimativa do presidente da Aphcemg, podem subir ainda mais no ano que vem, caso a produção não seja restabelecida.
Alimentação, a vilã do orçamento
O ano de 2020 tem sido desafiador para o consumidor. No mês de setembro, o preço do arroz disparou. Um dos alimentos mais consumidos pelo brasileiro foi o alvo da reclamação de muitos, que preferiram substituir o cereal. Outros não abriram mão, mesmo com o pacote de cinco quilos, que antes era vendido pelo preço médio de R$ 15, ser comercializado a mais de R$ 25. Segundo o presidente das Indústrias de Arroz no Estado de Minas Gerais, filiado à Federação das Indústrias (Fiemg), Jorge Tadeu Araújo Meireles, a alta deve perdurar até o ano que vem. Numa rápida pesquisa em supermercados da Região Metropolitana do Vale do Aço, a reportagem constatou que o cereal varia de R$ 19 até R$ 29,90.
A carne tem sido um dos itens mais caros no orçamento, assim como o ovo, que chegou a custar R$ 18 o pente com duas dúzias e meia, em alguns supermercados. Além do gás de cozinha, que sofreu o sexto reajuste consecutivo desde o mês de maio. Conforme divulgado pelo Diário do Aço, também no mês de setembro, o óleo de soja chamou a atenção ao alcançar quase 80% de aumento no preço, que antes era de aproximadamente R$ 3,50. São alguns dos exemplos de elevação em itens comuns na mesa do brasileiro e que têm mantido preço salgado, tornando a alimentação uma das vilãs na hora de fechar as contas do mês.
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