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26 de setembro, de 2020 | 09:11

Os 20 anos da arte aldravista

Movimento artístico-literário foi criado na histórica Mariana, cidade primaz de Minas

Em outubro de 2000, na cidade de Mariana (MG), surgiu o Movimento de Arte Aldravista, para a produção e promoção das artes literárias, plásticas e musicais.

Em novembro do mesmo ano circulou a primeira edição do Jornal Aldrava Cultural, distribuída pelas ruas da cidade, em dimensões factíveis com o fôlego financeiro dos editores.

Isso foi resultado do amadurecimento de outros projetos e uma aposta na força da ação conjunta dos poetas que somaram experiências desde a edição do PoeZine, em 1994.

Os fundadores da Entidade Cultural Aldrava Letras e Artes, constantes na ata oficial de 14 de outubro de 2000, em reunião presidida por Gabriel Bicalho, foram Arley Camilo, Hebe Rôla, J.B. Donadon-Leal, J.S. Ferreira, Lázaro Francisco da Silva, Elias Layon, Geraldo Magela Reis e Luiz Tyller Pirolla.

Divulgação/ACS ALA
Os criadores da Aldravia: J. B. Donadon-Leal, J.S. Ferreira, Andreia Donadon Leal e Gabriel BicalhoOs criadores da Aldravia: J. B. Donadon-Leal, J.S. Ferreira, Andreia Donadon Leal e Gabriel Bicalho
Saindo do isolamento
O editor, Gabriel Bicalho, não buscava a unidade no grupo, mas manter a heterogeneidade característica e estilo de cada um. De início, tratou de publicar a poesia que representava esses poetas, uma forma de apresentar os que formariam, quem sabe, uma unidade produtiva.

Essa foi a forma encontrada por esses poetas para saírem do isolamento imposto pelo fato de morarem em uma pequena cidade do interior, sem visibilidade por estar fora da rota de circulação editorial concentrada nas grandes capitais.

Lázaro Francisco da Silva responsabilizou-se por estabelecer os conectores entre as características e estilos individuais, sem debitar perdas a cada um em nome da construção de um estilo coletivo. Assim nasceu a ‘família’ aldravista, tornando visível um conjunto de estilos individuais que se agremiava em torno de uma ideia que os assemelhava.

Lázaro e J.B. Donadon construíram a base filosófica e semiótica da nova proposta, justificando a produção literária como uma porção de algo maior. A síntese do aldravismo como “a literatura do sujeito” foi elaborada por Lázaro Francisco da Silva.

Os aldravistas assumiram a tese do trabalho conjunto, com autonomia de expressão, uma vez que o conceito defendido os conduzia para a percepção de sujeito como aquele que pode ser condutor do seu próprio destino, embora deixe transparecer vozes das instituições com as quais manteve ou mantém algum vínculo.

Poesia e artes plásticas
Lázaro Francisco da Silva morreu em 2003. Em seguida o grupo cooptou os artistas plásticos Camaleão e Andreia Donadon Leal, que levaram o conceito aldravista às artes visuais.

Divulgação/ACS ALA
Capas dos novos livros que serão lançados ainda em 2020 pelos poetas aldravistas marianensesCapas dos novos livros que serão lançados ainda em 2020 pelos poetas aldravistas marianenses
Em 17 de setembro de 2010, os poetas Andreia Donadon Leal, Gabriel Bicalho, J.S. Ferreira e J.B. Donadon Leal criaram a aldravia, considerada a primeira forma de poesia brasileira, cujo nome foi gerado pela escritora e educadora Andreia Donadon Leal.

A aldravia é uma forma poética que coroa o esforço criativo e criador dos aldravistas. É um poema sintético, de seis versos univocabulares, propondo uma proposição poética sem as fórmulas complexas da poesia tradicional.

É composta por seis palavras dispostas em seis versos, formando metonímias poéticas de visões de mundo. O Aldravismo é um movimento propositivo, não de importação de modelos, mas de coroação de uma trajetória em busca do original, tornando-se referência e parâmetro.

Em 2020, os poetas do Movimento de Arte Aldravista farão o lançamento virtual de duas obras literárias: O Livro 8 das Aldravias (Libertas Loquendi) e o Livro 1 das Quintas, com participação de 65 escritores brasileiros e estrangeiros.

Atualmente, o grupo Aldrava Letras e Artes é composto por Gabriel Bicalho, José Sebastião Ferreira, Hebe Rôla, José Benedito Donadon Leal e Andrea Donadon.
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