Expo Usipa 2024 02 - 728x90

25 de setembro, de 2020 | 09:00

Pais e sindicato reprovam retorno presencial às aulas

Sind-UTE chama atenção para decisão liminar que impede a retomada

Divulgação/Foto ilustrativa
Aulas estão suspensas desde o mês de março, quando a pandemia se agravou no BrasilAulas estão suspensas desde o mês de março, quando a pandemia se agravou no Brasil

Após o Governo de Minas Gerais anunciar a data de 5 de outubro para o início do retorno às atividades escolares presenciais, pais, profissionais e sindicalistas reagiram. Esse é o primeiro movimento para a volta gradual às aulas presenciais em todo o estado. Segundo anunciado, as instituições de ensino deverão seguir regras e protocolos sanitários, o que permitiria que escolas públicas e privadas recebam novamente os alunos, apenas nas regiões inseridas na Onda Verde do plano Minas Consciente. A interrupção do ano letivo ocorreu no mês de março, quando a pandemia da covid-19 se agravou no país.

O governo divulgou que o retorno não será obrigatório. Os pais que decidirem não enviar os filhos terão a decisão respeitada. Também municípios terão autonomia em deliberar se escolas públicas (municipais e estaduais) e privadas voltam a receber estudantes ou não.

“Governo lavou as mãos”

A diretora do Sind-UTE subsede Ipatinga, Isaura Azevedo Carvalho, acredita que o anúncio do governador Romeu Zema foi uma “lavagem de mãos”, jogando a decisão e a responsabilidade para os municípios. “Vimos esse pronunciamento do governo como, no mínimo, falta de planejamento, porque não apresenta protocolo, as escolas não têm recurso para adequação para receber esses estudantes e isso causa uma angústia na comunidade, alunos e pais, num momento em que o próprio estado divulga um boletim em que triplicou o número de mortes em 24 horas. O posicionamento do sindicato é contrário ao retorno das atividades presencias”, afirma.

A sindicalista acrescenta que este não é um momento de segurança para os estudantes e para a sociedade. Isaura pondera que as crianças seriam as menos afetadas pela contaminação – como tem sido divulgado desde o início da pandemia -, porque os riscos de agravamento nelas são menores. “Mas retornarão para casa, no trajeto terão contato com outras pessoas e colocarão seus pais e avós em risco, e para eles a situação poderá se agravar, em caso de contaminação”, avalia.

Liminar

Além do sentimento de que esse não é o momento de retornar às salas de aula, Isaura recorda que há uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que está mantida. “Temos uma liminar favorável de suspensão das atividades presenciais e o governo vai contra isso ao permitir esse retorno. A sentença é do dia 15 de abril, impediu o retorno naquela época; essa liminar está ativa e nos resguarda. No Vale do Aço não há nenhuma cidade dentro da Onda Verde, mas se tivesse, possuímos essa decisão e correremos atrás de todas as providências cabíveis. Em relação à decisão do município, esperamos que seja razoável de não forçar esse retorno. Os números têm que ser levados em consideração”, pontua.

Álbum pessoal
Ângela Maria da Silva Santos é mãe de aluno da rede estadual de ensinoÂngela Maria da Silva Santos é mãe de aluno da rede estadual de ensino
Insegurança

Mãe de aluno, Ângela Maria da Silva Santos, 44 anos, teme pelo futuro de sua família. “Sou contra essa retomada das aulas presenciais, porque quem me garante que meu filho irá à aula e não pegará a doença? No caso de contrair o vírus e ficar assintomático, como vou saber? Ele pode trazer para dentro de casa. Meu marido tem 50 anos, mas sofre de pressão alta. Não temos garantia de nada nesse momento. O Marco Antônio, meu filho de 17 anos, estuda na Betinho (Escola Estadual Herbert José de Souza, bairro Cidade Nova, Santana do Paraíso), está no 3º ano do Ensino Médio e não está com vontade de retornar agora. Nós não temos saído muito de casa, mas pelas mídias sociais temos percebido o mesmo sentimento nas pessoas que conhecemos: insegurança”, relata.

Necessidade x medo

Joana D’Arc, que tem uma filha de nove anos, está em dúvida sobre o que fazer, apesar de não concordar com o retorno. “Tenho me empenhado para conseguir ficar em casa com a Letícia, que estuda numa escola particular do bairro Cidade Nobre, em Ipatinga. O fato de não ter com quem deixá-la me atrapalha bastante, porque tenho que me virar para trabalhar. No caso de as aulas serem retomadas, eu teria essa tranquilidade, mas como teria certeza de que minha menina ficaria bem e não se tornaria o vetor da doença? Apesar de todo o contorcionismo que tenho feito, vou optar por não enviá-la à escola, pelo menos por enquanto”, frisa.

Superior

Como anunciando, o ensino superior, pré-vestibulares e demais cursinhos preparatórios poderão voltar às aulas presenciais nas regiões contempladas na Onda Amarela do plano, sendo que faculdades poderão retornar às atividades presenciais já na próxima semana.

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, explicou que as definições foram baseadas em estudos técnicos e epidemiológicos do Comitê Extraordinário Covid-19, levando em conta a controlada taxa de ocupação dos leitos, índices estáveis de transmissão e contágio, além do controle de surtos e a tendência geral de queda de casos e óbitos diários da covid-19.

Rede privada afirma: “estamos prontos para o retorno”

O presidente da Associação das Escolas Particulares do Vale do Aço, Maurício Mayrink Vieira, recorda que as instituições estão fechadas desde o dia 18 de março e trabalhando remotamente com aulas on-line desde aquele mês, cumprindo o que determinam os decretos e legislação vigente. De lá pra cá, as escolas têm se organizado para uma possível volta às atividades presenciais.

“O que nos foi dado agora pelo governador, dentro de critérios muito bem estabelecidos. As escolas têm passado por muitas dificuldades, principalmente as do ensino infantil, onde as famílias optaram por não mantê-las na escola. Estamos nessa ansiedade de pode voltar, claro que isso depende da melhora dos números de Ipatinga e das cidades da região, por isso que a sociedade precisa contribuir, para que os números baixem e os alunos possam voltar com segurança, assim como os professores e funcionários. Todos estão sofrendo”, relatou.

Sobre adaptações na estrutura física das salas de aula, Maurício adianta que dependerá do protocolo de retorno que está sendo feito pela prefeitura e demais responsáveis, mas que certamente deverão ocorrer várias mudanças em relação à higienização, segurança, número reduzido de alunos nas salas de aula e etc.

Mensagem

Para os pais, alunos e funcionários, Maurício Mayrink deixa uma mensagem de otimismo. “Gostaria de dizer que todas as escolas estão se preparando para receber os alunos, com toda segurança que precisam, para que possam terminar o ano letivo bem, que a perda pedagógica seja a menor possível e consigam estar na escola com saúde”, concluiu.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Helena Alves Nogueira

27 de setembro, 2020 | 20:00

“GRANDE HIPOCRISIA !
PODEM FREQUENTAR TODOS OS LUGARES, BRINCAM NA RUA, PASSEIAM , VIAJAM DE ÔNIBUS MAS VOLTAR à ESCOLA NÃO ? CHEGA DE AULAS REMOTAS, ESTÁ ESTRESSANTE PARA TODOS.CRIANÇAS CANSADAS, PAIS E PROFESSORES CANSADOS.
NA EPIDEMIA DA H1N1 O BRASIL NEM FICOU SABENDO DO NÚMEROS DE MORTES (esconderam o máximo) E MANTIVERAM AS AULAS NORMAIS COM REGRAS DE HIGIENE .
SINDICATO PREOCUPADO COM EDUCAÇÃO OU IDEOLOGIA POLITICA ?”

Cleber F Salvaterra

26 de setembro, 2020 | 20:47

“Uns idiotas dizem que "COMCERTEZA SÃO AS MESMAS PESSOAS QUE ENCHEM O PARQUE IPANEMA..." como ele pode ter essa certeza?
Melhor perder um ano de aula, que perder a vida. Um ano de aula pode ser recuperado com o tempo. E uma vida perdida pode ser recuperada de alguma forma?
Faça me o favor!!!!”

Raquel Silva Vila Nova

26 de setembro, 2020 | 14:23

“Bem, é necessário sabedoria e prudencia e isso nunca é fácil porque somos demasiadamente ansiosos e imediatistas. Sou mãe de duas crianças em idade escolar 4º e 8º ano. Sei e todos sabem que mesmo que retorne não tem tempo hábil para reforçar, introduzir, fixar e avaliar conteúdos. Por isso não vou colocar em risco a vida dos meus bens mais valiosos em risco. Espero que todos possam pensar bem para não chorar ou culpar alguem depois. Para o momento, o estudo remoto é suficiente!”

Cris

25 de setembro, 2020 | 20:43

“Estudar ñ pode mais pode barzinhos,viagens,praias,salão de beleza,festas ,pizzarias e assim vai .
Vamos deixar de hipocrisia e de demagogia barata! Pôr isso o país está esse caus oh povo acomodado. Já q ñ pode estudar vamos fechar tbm os postos de gasolina,padaria,lanchonete as praias e etc aí veremos até onde vai essa hipocrisia.”

Braian

25 de setembro, 2020 | 17:54

“Virou bagunça, quero o retorno das creches municipais, afinal; todos os comércios e parques foram liberados em Ipatinga, ou o vírus nao ataca mercado e bar?”

Pedro

25 de setembro, 2020 | 16:29

“Esta turminha de sindicato estão em outro pais,vai morar em cuba.
Quem não quiser mandar os filhos deixem eles em casa o que não pode e submeter toda a sociedade com este discurso que ir a aula vai trazer o virus para dentro de casa.
Vai na ruas,shoping, clubes e etc para ver como o povo estar.
NA MINHA CADA A TURMA VAI PARA AS AULAS SIM,COM OS DEVIDOS CUIDADOS QUE TEMOS QUE TER.”

Gildázio Garcia Vitor

25 de setembro, 2020 | 13:54

“Não concordo com a posição do Sind-UTE e do Sinpro-MG, nos quais sou filiado e contribuinte mensal, mesmo após a reforma trabalhista do Presidente Temer. Acredito que é possível retornar com as atividades presenciais seguindo rígidos protocolos de segurança. O problema é que o poder público, em todos os níveis, demorou demais para tomar iniciativas nesse sentido, mas no caso de Ipatinga, isso já vem ocorrendo, com participação da SME e representantes das escolas particulares. Os sindicatos que representam os profissionais da Educação, que não são só os professores, deveriam estar participando ativamente dessas discussões e elaboração dos protocolos de segurança. Para encerrar, e plagiando Bertolt Brecht, digo para as esquerdas, o que sempre tenho que dizer para as direitas quando me mandam para Venezuela, Cuba etc. : "Eu sou comunista, não idiota".”

Dina

25 de setembro, 2020 | 13:23

“Queria ver se o pessoal das federais, estaduais e municipais escolheria ficar em casa se o executivo ameaçasse cortar seus salários. Ninguém viu movimento dos caixas de supermercados e nem dos funcionários de farmácias para não trabalharem. Esses sim são os verdadeiros trabalhadores.”

Eduardo

25 de setembro, 2020 | 12:26

“Sobre o retorno às aulas o Sindicato diz q nenhuma cidade do Vale do aço está na onda Verde,pela matéria publicada neste jornal eu entendi q o STF, encerrou o assunto dando autoridade ao município sobre decisões ao enfrentamento da pandemia, ou entendi errado ou o Sindicato não tem conhecimento sobre essa decisão
Obs: eu não mandaria meus filhos pra escola nesse momento.”

Edimar Silva

25 de setembro, 2020 | 11:52

“É MUITO ENGRAÇADO AS PESSOAS FALAREM QUE SÃO CONTRA O RETORNO AS AULAS PORQUE OS FILHOS VÃO TRAZER O VIRUS PARA DENTRO DE CASA ONDE EXISTEM PESSOAS DA CLASSE DE RISCOS (DIABETICOS, PRESSÃO ALTA, CARDIACOS, ETC).
COM CERTEZA SÃO AS MESMAS PESSOAS QUE ENCHEM O PARQUE IPANEMA NOS FINAIS DE SEMANAS (PAIS, FILHOS, e PRINCIPALMENTE AVOS) REUNIDOS ,FAZENDO LANCHES E PIQUE NIQUES RODEADOS POR IMENSIDÃO DE GENTE.
ASSIM É FACIL; TRABALHAR NO SETOR PUBLICO E FICAR QUIETINHO RECEBENDO SEM TRABALHAR E OU RECEBENDO BOLSA FAMILIA E OU AUXILIO EMERGENCIAL UM DINHEIRINHO QUE CAIU DO CEU.

BRASIL MOSTRA SUA CARA!”

Vacina

25 de setembro, 2020 | 11:17

“Acho razoável que a sra.Isaura impeça também de toda a comunidade escolar pública tenham deslocamentos ao parque ipanema ,shopping, campinho futebol, igreja , clube, etc.
Também que as aulas fiquem suspensas pelo menos 5 anos .prazo este sustentado pela comunidade científica como prazo para uma vacina segura.”

Envie seu Comentário