20 de setembro, de 2020 | 11:00

Filho de comerciante assassinado em Jaguaraçu espera por Justiça

Jovem afirma que vive como se estivesse em um pesadelo; e diz não acreditar na inocência da mãe e da irmã em trama que resultou em homicídio após descoberta de traição conjugal

Alex Ferreira
Henrique Junior pede Justiça e espera ver no Tribunal os responsáveis pela morte de seu pai Henrique Junior pede Justiça e espera ver no Tribunal os responsáveis pela morte de seu pai

Aos 19 anos, Henrique Junior Pereira Franca tem um desafio: reconstruir a vida em meio a uma tragédia familiar e ver os assassinos do seu pai no banco dos réus, respondendo pelo crime que cometeram. Joaquim Henrique, de 53 anos, foi assassinado com 17 facadas em um suposto assalto a sua residência, na rua Governador Valadares, no Centro de Jaguaraçu, na madrugada de 6 de agosto de 2019.

Henrique Júnior esteve na redação do Diário do Aço e afirmou que não acredita na alegada inocência de sua mãe, e de sua irmã, ambas indiciadas por envolvimento no crime.

Outros dois homens foram indiciados nesse caso, como os executores do assassinato. Entre eles está um jovem de 18 anos, com quem a mulher da vítima e mãe de Henrique Júnior tem um caso, conforme provado no inquérito policial. A mulher conseguiu, na Justiça, o direito de responder às acusações em liberdade. Já a adolescente chegou a ser internada em um Centro Socioeducativo em Belo Horizonte, mas já foi liberada e está na casa de familiares.

Um ano, um mês e 15 dias depois do crime, Henrique Júnior disse que espera Justiça. “Meu pai trabalhava o dia inteiro, não mexia com ninguém e não merecia o que fizeram com ele. Foi traído pela minha mãe e brutalmente assassinado, já se passou um ano e ainda não vi Justiça nesse caso. Isso dói muito”, enfatizou o jovem.

Para Henrique há uma série de contradições nas versões apresentadas e, para ele, não há dúvida que os denunciados no caso se uniram para tirar a vida do seu pai.

Entre os vários pontos, Henrique cita que houve uma primeira alegação que os assassinos entraram em sua casa para roubar, escalando a parte da frente da casa, versão que foi derrubada com imagens das câmeras que mostram os criminosos entrando pela porta da frente, deixada destrancada. “Entraram sem nada nas mãos e pegaram a faca lá dentro para matar o meu pai. A câmera de segurança lá de casa foi desligada naquele dia e a única pessoa que sabia como desligá-la era minha mãe. Pelo que sei, a investigação encontrou outra câmera, na rua, que registrou o momento em que entraram pela porta da frente”.

O jovem também assegura que o pai sempre tratou bem a família. “Meu pai nos amava e amava minha mãe. Dias antes ele teve a confirmação que estava sendo traído, mas se recusava a acreditar nisso. Ele procurou provas por muito tempo e chegou a usar um gravador de voz, quando conseguiu flagrar a traição. Ele chegou a comentar comigo a descoberta e disse que pensava em terminar com minha mãe, mas não o fez e continuou a morar com ela. Pagou com a vida por ter insistido nesse relacionamento. Todas as provas estão com a polícia, assim como um telefone que minha mãe e minha irmã tentaram esconder no dia crime, quando a polícia chegou. Esse telefone apreendido é da minha irmã e o conteúdo das mensagens não nos foi revelado ainda”, detalhou.

Reprodução
Joaquim foi morto em 6 de agosto de 2019Joaquim foi morto em 6 de agosto de 2019
No dia em que Joaquim Henrique foi assassinado, o filho não estava em casa. O jovem conta que tinha passado a morar com a avó materna, porque fazia um curso técnico no Senai em Ipatinga.

“Fazer Justiça para mim nesse momento seria ver as pessoas acusadas nessa trama toda irem a julgamento e serem sentenciadas pelo que fizeram. As pessoas precisam entender que não podem se unir dessa forma para tramar a morte de outra e ficar por isso mesmo, sem punição alguma. Depois disso tudo minha mãe já teve um filho com o namorado dela e queria vender alguns dos bens do meu pai. Ela não mora mais em Jaguaraçu. Está na casa que meu pai deixou, em Timóteo. Eu cheguei a pensar em ir embora do país, recomeçar a vida no exterior, mas decidi ficar aqui e lutar por Justiça”, afirmou.

Como num pesadelo

Perguntado pela reportagem do Diário do Aço sobre como tem reconstruído sua vida, Henrique disse que vive como se estivesse em um pesadelo: “Vivo um dia após outro, como num pesadelo. A família toda sumiu, lá em casa fico sozinho, assumi o comércio que era do meu pai e vivo o dia a dia dessa forma, na incerteza. Há noites que consigo dormir, há noites que o sono não vem. E quando durmo, tenho pesadelos e acordo novamente”, resumiu.

Por fim, Henrique Júnior disse não acreditar na inocência da mãe e da irmã na trama que resultou no assassinato do comerciante Joaquim Henrique, em agosto do ano passado. “Eram três pessoas dentro de casa e os criminosos só mataram o meu pai. Levaram cordão de ouro da minha mãe, levaram o que estava no pescoço de minha irmã, tiveram acesso facilitado para entrar na casa, o sistema de câmeras tinha sido desligado às 23h30, horas antes dos criminosos chegarem. Mantiveram o meu pai dentro do quarto e ao mesmo tempo as outras duas. Um homem só jamais daria conta de segurar o meu pai, a não ser que ele estivesse dopado. Eles sabiam que meu pai tinha um revólver dentro de um cofre, coisa que nem eu sabia. O obrigaram a abrir esse cofre para pegar a arma. Meu pai entregou a chave errada da loja. Houve um momento em que mandaram minha mãe subir novamente para buscar a chave certa. Ela teve tempo de pedir socorro, de acionar a polícia. Então são muitos fatos que me levam a acreditar que meu pai teve a vida tirada em uma trama dentro de sua própria casa”, concluiu.

Homicídio qualificado

O inquérito foi concluído e remetido ao Ministério Público e Poder Judiciário. Quatro pessoas foram indiciadas por homicídio qualificado, mas tiveram o pedido de prisão preventiva indeferido pela Justiça. Por isso os indiciados aguardam em liberdade o andamento do processo.
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Comentários

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André Henrique

28 de setembro, 2020 | 14:04

“Morei em Jaguaraçu 2 anos e conhecia muito o Joaquim, homem que vivia para o trabalho, não merecia isso, espero que haja justiça severa para os safados que fizeram isso”

Serto e o Serto

22 de setembro, 2020 | 08:33

“Essa cidade vive a mercê do serto e o errado moro aqui desde criança e hoje com 53 anos de idade vejo aqui nessa cidade muitas coisas acontecerem e nenhuma providenica serem tomadas cidade que era tranquila hoje com o título de cidade suja a policia militar faz o trabalho dela que é prender e a maldita justiça soltar e assim soltos vão vivendo os assacinos e essa mae filha e amante e quem acobertou este crime bárbaro tem que pagar não pode ficar assim nao cambada de vagabundos aula invés de trabalhar pra ter seus bens não querem mais pra tirar a vida de uma pessoa pra ficar com erança aí querem cadeia nesses fila da puta”

Santa Cruz

22 de setembro, 2020 | 08:07

“Esse jovem tinha que abandonar essa família escrota não o ajudou em nada e ainda vem em jornal fazer comentários negativos que só aumentam a dor desse rapaz. Eu moro aqui no Santa Cruz conheço o garoto desde novo. Essa família dele que mora aqui não me engana. Nem a própria vó materna. Isso aí ninguém sabe né, tias e tios. Que Deus faça a justiça porque esse garoto tá sozinho no mundo e não vejo ninguém da família dele do lado dele. Pouca vergonha.”

Verdade

21 de setembro, 2020 | 08:23

“Jovem, procure a justiça sim. Mas faça isso com verdade e sabedoria. Há muitas inverdades em seu depoimento. Você viveu muitos anos com seus avós. Porque será? Outra coisa: Quem vendeu praticamente tudo que tinha dentro de casa foi você. A família que você disse que sumiu foi a mesma que te acolheu há alguns dias atrás nas ruas de Fabriciano porque altas horas você foi abandonado nelas de "cara cheia".”

Marco Antônio

20 de setembro, 2020 | 15:17

“Boa tarde este garoto deu esse depoimento com toda sinceridade que um jovem que está sofrendo com a perda do pai tão brutal o pai dele que foi assassinado nem sequer tirava uma férias para então descansar só queria oferecer conforto para família o pai dele não tem nenhuma desavença na cidade onde ele construiu seu patrimônio é tanto que a cidade parou no tempo só uma pergunta Quem fez isso com o senhor Joaquim não merecia a cidade ficou em choque Obrigado diário do aço”

Zoio de Zoiar

20 de setembro, 2020 | 14:59

“A mulher sábia edifica o lar, mas a insensata o destrói com as próprias mãos. Infidelidade, ganância e covardia destruíram uma família.”

Elismar

20 de setembro, 2020 | 13:24

“Queremos justisa . Pra esses covardes sagrados!!”

Dorly Carvalho

20 de setembro, 2020 | 13:24

“MT triste pra esse jovem e realmente um pesadelo”

Boa Noite

20 de setembro, 2020 | 13:21

“AS VEZES DÁ IMPRESSÃO QUE A JUSTIÇA SÓ AGE EM INTERESSES PRÓPRIOS
NOS CASOS DE ALGUÉM DO SISTEMA OU QUANDO TEM.MUITA REPERCUSSÃO AGEM COM UMA VELOCIDADE ABSURDA.
MAS EM CASOS SIMPLES AGEM COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO”

Bom

20 de setembro, 2020 | 12:33

“EI JOVEM QUE DEUS ILUMINE SEU CAMINHO SEMPRE E TE GUARDE.
NÃO DESISTA , CORRA ATRÁS DOS SEUS DIREITOS E TOME CUIDADO
PORQUE ESSES SÃO OS PIORES BANDIDOS QUE EXISTEM
SÃO OS COVARDES A PIOR ESPÉCIE DE BANDIDO QUE EXISTE.”

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