
12 de setembro, de 2020 | 13:00
Dura realidade
Fernando Rocha
A palavra goleiro” foi a mais pronunciada pelos atleticanos na última semana, depois das trapalhadas do titular Rafael e do reserva Victor, que resultaram na derrota de 3 x 1 para o Santos, na Vila Belmiro.Se o técnico Jorge Sampaoli queria achar um motivo para escalar o seu goleiro preferido, Éverson, coincidentemente contratado na última semana, ele achou com sobras.
O grande Jorge Benjor manda muito bem uma máxima do futebol, no clássico samba Eu vou lhe avisar”: ...goleiro não pode falhar/Não pode ficar com fome/Na hora de jogar/Senão, um frango aqui, um frango ali, um frango acolá”.
E a realidade do futebol costuma ser cruel, sobretudo com os goleiros que falham e acabam punidos sem nenhuma complacência. Por isso, a diretoria alvinegra agiu rapidamente e legalizou o goleiro Éverson, que deverá estrear hoje diante do Bragantino, no Mineirão, mesmo estando há seis meses sem jogar uma partida oficial por conta da pandemia da covid-19.
Bom começo
Na estreia do técnico Ney Franco, o Cruzeiro fez um segundo tempo bom o suficiente para derrotar o Vitória/BA por 1 a 0, desfazendo uma sequência de seis jogos sem vencer e ainda se distanciando um pouco da zona de rebaixamento à Série C.
Além disso, devido aos jogos da Copa do Brasil e Libertadores no meio desta semana, Ney Franco terá um tempo extra para passar aos jogadores suas ideias de jogo, uma vez que antes disso só teve tempo de comandar dois treinos antes da estreia contra os baianos.
Sem dúvida, foi um começo de trabalho animador para a comissão técnica comandada pelo vargem-alegrense. Afinal de contas, a vitória não foi sobre um adversário qualquer, mas sim, contra um concorrente direto a uma das quatro vagas na corrida pelo acesso à Série A em 2021.
A jogada que originou o gol celeste merece destaque pela velocidade com que foi feita, desde a saída de bola da defesa até o cruzamento certeiro de Arthur Caike para a cabeçada de Régis para o fundo das redes, ele que havia saído do banco de reservas.
Finalmente os jogadores do Cruzeiro, sobretudo os medalhões, tiveram um comportamento proativo, no estilo próprio da Série B, atuando com garra e determinação, e por isso a vitória foi justa e merecida. Que continue assim!
FIM DE PAPO
O Cruzeiro só voltará a campo no próximo sábado (19), quando irá de novo a Maceió (AL), desta vez para enfrentar o CSA. O América, que faz boa campanha figurando no G-4, fará uma pausa na Série B para se dedicar à Copa do Brasil, onde disputa com a Ponte Preta o direito de seguir em frente na mais cobiçada competição do calendário nacional, pelos milhões que distribui na premiação.
A Globo perdeu para o SBT a disputa pelos direitos de transmissão da Copa Libertadores pela TV aberta. O martelo foi batido pela cavernosa Conmebol e envolve cifras em torno de US$ 60 milhões de dólares, cerca de R$ 300 milhões. O Grupo Globo usou a pandemia como escudo para pechinchar no preço, supondo que não surgiria outro interessado.
E dançou feio, pois o SBT de Sílvio Santos, animado com os números da audiência obtidos com a transmissão da Copa Nordeste e da final do Campeonato Carioca, entrou no circuito. Quando a Globo tentou reagir e voltar às negociações, era tarde demais. Agora, quem dá as cartas na Libertadores é o SBT, que adquiriu um produto de alto valor no mercado publicitário e que reúne até nove times nacionais, a maioria deles entre os mais populares do país.
Continuo defendendo a necessidade do VAR para aumentar a lisura e garantir que cada vez menos vejamos injustiças nos resultados do futebol. O problema é que está havendo um exagero enorme nas intervenções durante as partidas do Campeonato Brasileiro. Simples assim: o árbitro de vídeo é um recurso tecnológico, indispensável, que chegou ao futebol para suprir a incapacidade dos árbitros de apitar, corretamente, com segurança, os lances que o olho humano não tem capacidade para acompanhar.
Mas o VAR tupiniquim demora exageradamente para tomar decisões, além de interferir demais no jogo. E assim, tornou-se irritante a longa espera por uma decisão do VAR. Falta também maior transparência com os que estão assistindo pela TV e com os jogadores. O fato dos comentaristas da TV, quase todos ex-árbitros, anteciparem o que será decidido pelo VAR, também gera polêmicas. O número de vezes em que é acionado, mesmo em lances simples e possíveis de serem resolvidos no campo, faz do VAR brasileiro uma muleta que serve para a maioria incompetente dos nossos assopradores de apito encobrirem os seus erros. (Fecha o pano!)
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