05 de setembro, de 2020 | 12:00

Auxílio emergencial sim, aumento de imposto não!

Antonio Tuccílio *

Todos concordamos que a situação do país é crítica em todos os sentidos. Já são mais de 122 mil mortos pela covid-19 e o PIB do 2º trimestre despencou 9,7%, o que, convenhamos, já era esperado. Neste cenário, mais de 65 milhões de brasileiros já receberam o auxílio emergencial mensal de R$ 600. Este “colchão”, nas palavras do ministro da Economia Paulo Guedes, chegará a cinco parcelas, garantindo assim, uma renda indispensável aos mais necessitados e sem fonte de recursos.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acaba de anunciar a extensão do benefício emergencial até o final do ano. Serão mais quatro parcelas de R$ 300 mensais para ajudar na sobrevivência das pessoas sem vínculo empregatício até dezembro. Medida, aliás, que merece ser destacada pois cumpre um papel socioeconômico importante.

Esta é a boa notícia. A má notícia é que o governo federal analisa compartilhar parte expressiva desta conta com quem paga impostos.

O auxílio emergencial não é um empréstimo. Ele é dado à população como ajuda em um momento de calamidade. Por isso, é inaceitável a proposta de desconto no Imposto de Renda. Explica-se: Bolsonaro manteve na lei sobre o tema um artigo que obriga a declaração, em 2021, dos valores recebidos por aqueles que tiveram rendimentos tributáveis acima do teto de isenção do IR. Em outras palavras, os beneficiários que precisam apresentar seus recebíveis à Receita Federal devem incluir, no ato da declaração, os recursos provenientes do auxílio emergencial.

Outro ponto que precisa ser esquecido é tirar verba do abono salarial para quem ganha 2 salários, que está na mira do governo com a justificativa de se enquadrar em “gastos sociais considerados ineficientes”. Ora, que absurdo senhor presidente!

Para contribuir com sua avaliação, fica aqui uma informação importante: Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que 39% dos benefícios são pagos ao terço mais rico da população, enquanto só 16% vão para o terço mais pobre.

Além disso, é sempre presente o risco de ser criado um novo imposto para ajudar o governo a arrecadar mais. Isso não aceitamos. A carga tributária no país chega a 40% em muitos casos. Ela já é abusiva. Mais impostos só contribui para tirar renda das pessoas e passar para o Estado, o qual, diga-se de passagem, historicamente gasta muito mal. Projeto de auxílio emergencial sim, aumento de imposto e principalmente retirar de áreas essenciais, jamais.

* Presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)
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Comentários

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Um João Sem Asa

07 de setembro, 2020 | 20:57

“Se as pessoas continuarem caladas, vão se lascar devolvendo em dobro o auxílio emergencial pago indevido à 1/4 dos solicitantes, sendo que o governo perdoa dívida de igreja de 1 bi, por que não perdoar 50 bi e esquecer isso? Uma vez que quem realmente cometeu estelionato foi o estado contra os pagadores de IR, já que esses já pagaram muito mais o maldito imposto de renda do que a população inteira recebeu de auxílio. Não estou dizendo que muitas pessoas dão sorte de nascer em berço de ouro, mas algumas, embora tenha o brilho dourado de longe, de perto não é bem assim. O problema do Brasil é analisar as situações de forma robótica, e não individual, portanto, nunca, jamais, será justo a devolução dobrada de auxílio, muito menos a devolução comum, não houve nada de estelionato, o dinheiro não é do estado, o dinheiro é de quem deu, por acaso recebeu!!! Ah, e outra, manda a PF ir investigar os verdadeiros estelionatários, são esses infiltrados nessa companhia, de farda e paletó, os grandes empresários que, por sorte, tira oxigênio tratado da boca dos peixes e alimenta seus filhos tubarões, auditor, fiscais, INSS, CNIS, tudo uma porcaria armada desde 2019 para fazer uma parcela da população ser atingida, ninguém percebe que tudo isso é um plano óbvio para atingir uma certa parte de personalidade da população? A parte que realmente pensa!”

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