05 de setembro, de 2020 | 16:00

Volta à briga

Fernando Rocha

O Atlético foi o grande vencedor da 7ª rodada do Brasileiro da Série A, disputada no meio da última semana, subindo do 8º para o 3º lugar, um ponto apenas atrás do vice-líder, o São Paulo, e quatro abaixo do líder, o Internacional, mas com um jogo a menos.

O alvinegro fará dois jogos seguidos fora de casa, hoje, às 20h30, contra o Coritiba (15º, 7 pontos); e na quarta-feira, contra o Santos (11º, 8 pontos), time que agora é dirigido por um velho conhecido dos atleticanos, o técnico Cuca.

Alguns jogadores se destacaram na goleada de 3 x 0 sobre o tricolor paulista, como os volantes Jair, autor de um gol, e Alan Franco, autor de dois gols, além do zagueiro Alonso e do goleiro Rafael, mas chamam a atenção o encaixe do time como um todo, se enquadrando às ideias de jogo do técnico argentino.

Depois de uma pausa para decidir o campeonato estadual, que conquistou com todos os méritos, a vitória sobre um concorrente direto, o São Paulo, marcou a volta do Galo à briga pelo título do Campeonato Brasileiro, após sofrer duas derrotas consecutivas.

Semana decisiva
Os dois próximos jogos que a Raposa fará em casa, amanhã, contra o CRB, e na sexta-feira, diante do Vitória, vão definir o futuro do técnico Enderson Moreira e nortear o caminho celeste daí por diante na Série B.
O presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, deu uma sobrevida ao técnico e ignorou as pressões da torcida, conselheiros e corneteiros em geral, que pedem a demissão de Enderson devido aos maus resultados e o péssimo futebol apresentado pela equipe nas últimas partidas.

Pior para a torcida celeste do que olhar a tabela, onde ocupa a 16ª posição, fora da zona de rebaixamento à Série C apenas pelo número de vitórias, tem sido não identificar evolução alguma na equipe, sem um padrão mínimo de organização, além da fraca produção mostrada em campo pela maioria dos jogadores.
Fora de campo, as turbulências que atormentam o clube, agora abalado por outra punição da Fifa, que o impede de registrar novos jogadores, só aumentam a crise, tornando o futuro cada vez mais incerto e preocupante.

FIM DE PAPO
• Entre as justificativas apresentadas para manter no cargo o técnico Enderson Moreira, o presidente Sérgio Santos Rodrigues disse que “o time está evoluindo positivamente”. Faltou dizer quando, onde e em qual setor, pois os números dizem exatamente o contrário. Citam toda hora o fato do clube ter entrado na competição com seis pontos a menos, devido a punição imposta pela Fifa. Como não há possibilidade de reaver esses pontos, torna-se imprópria qualquer análise que leve em conta este aspecto. O passado é imutável, e o futuro será o que se fizer no presente.

• Têm chamado muita atenção, as postagens feitas pelo jornalista carioca Venê Casagrande, do jornal O Dia, antecipando com precisão as escalações do técnico Jorge Sampaoli. Na tarde da última quarta-feira, Casagrande publicou em sua conta no Instagram que Sampaoli tinha “passado para a comissão técnica duas mudanças: as entradas de Igor Rabelo no lugar de Réver e Hyoran na vaga de Savarino”. À noite, suas informações se confirmaram. De duas uma: ou ele tem poderes sobrenaturais de um vidente ou arranjou um X-9 muito bem informado dentro do Galo.

• É impressionante a choradeira da imprensa paulista, por conta do gol mal anulado pelo VAR e que beneficiou o Atlético na vitória sobre o São Paulo. De fato, o VAR errou feio, mas vale lembrar que o bandeirinha já tinha levantado o bastão, portanto, mesmo se não houvesse árbitro de vídeo o gol seria anulado. Pela visão estrábica da imprensa paulista, a derrota do tricolor se deu unicamente por conta dos erros da arbitragem. Eles insistem em não reconhecer os méritos do Atlético, que, após abrir o placar, por volta dos 30 minutos da primeira etapa, dominou inteiramente a partida e mereceu a vitória de 3 x 0.

• Aqui nos nossos grotões nós já estamos acostumamos, desde priscas eras, a sofrer com o “apito amigo”, que, na dúvida, sempre atua em benefício dos times do eixo Rio/SP. Péssimos, outras vezes bastante suspeitos, os assopradores de apito já tiraram até títulos dos nossos clubes e nos impingiram sofrimentos em derrotas, cujas marcas e consequências são lembradas até hoje. Em todos estes momentos, o mesmo conselho vindo do lado de lá devolvemos agora: ‘Vão chorar na cama que é quente!’(Fecha o pano!)