01 de setembro, de 2020 | 11:58

Grupo de funcionários públicos 'Guardiões do Crivella' sofre debandada após reportagem

Reprodução de vídeo
Servidores pagos com dinheiro público ficavam de plantão para coibir entrevista de quem quisesse reclamar contra serviços de saúde, mostra reportagem publicada nessa segunda-feira pela Rede GloboServidores pagos com dinheiro público ficavam de plantão para coibir entrevista de quem quisesse reclamar contra serviços de saúde, mostra reportagem publicada nessa segunda-feira pela Rede Globo

Funcionários, pagos pela prefeitura do Rio de Janeiro, deixam grupos onde organizavam "plantões" em hospitais de toda a cidade para evitar reportagens com críticas ao atendimento. O Ministério Público Estadual anunciou que abriu procedimento para investigar a denúncia, que abrange diversos crimes, se forem comprovadas.

O programa RJ2 divulgou nesta segunda-feira (31) uma investigação sobre um esquema envolvendo funcionários públicos para impedir denúncias na área da Saúde.

A reportagem mostrou que os grupos, organizados no WhatsApp, reúnem funcionários públicos alocados em diversas unidades de saúde do Rio de Janeiro, com escalas diárias, atrapalhando e intimidando cidadãos para que não critiquem o atendimento nos hospitais.

"O prefeito, ele acompanha no grupo os relatórios e tem vezes que ele escreve lá: 'Parabéns! Isso aí!'", contou ao programa um dos participantes dos grupos, nos quais o número do prefeito Crivella faz parte.

Os grupos se organizam de forma que cada unidade de saúde conte com duplas atentas a entrevistas de repórteres, iniciando agressões verbais para interromper entrevistas, assim como constranger os entrevistados.

Um destes, que leva o nome de "Guardiões do Crivella", administrando as ações dos funcionários públicos, passa por uma grande perda de seus membros após a divulgação da reportagem do RJ2.

Segundo a reportagem, o grupo é chefiado por Marcos Paulo de Oliveira Luciano, que conta com diversas fotos com o prefeito da cidade. O funcionário público ocupa a função de assessor especial do gabinete de Crivella.

Uma fonte, citada pelo programa, afirma: "Nós já temos essa missão há mais de oito meses. Antes, já estava funcionando, mas quando entrou a covid-19 em março, ficou todos os dias. Existe plantão nas unidades para poder cercear a imprensa".

Em resposta à divulgação da reportagem, a prefeitura do Rio de Janeiro afirma que "reforçou o atendimento em unidades de saúde municipais no sentido de melhor informar a população e evitar riscos à saúde pública" [...] Uma informação falsa pode levar pessoas necessitadas a não buscarem o tratamento onde ele é oferecido, causando riscos à saúde".

Repúdio

A Associação Brasileira de Rádio e Televisão divulgou nota na qual repudia a atuação de servidores da Prefeitura do Rio de Janeiro que, de forma deliberada, impedia o trabalho de jornalistas na porta de hospitais da cidade. Segue, abaixo, a íntegra da nota:

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