31 de agosto, de 2020 | 00:01

Galo campeão

Fernando Rocha

Divulgação
Fernando RochaFernando Rocha
O torcedor atleticano é de comemorar com entusiasmo toda e qualquer conquista, não sendo diferente agora quando o time confirma a sua superioridade técnica sobre todos os demais concorrentes e, depois de dois anos em branco, levanta a taça de Campeão Mineiro pela 45ª vez.

Nada melhor para o atleticano, além do seu time campeão, único clube de Minas Gerais na série A do Brasileiro, ver também a péssima fase do maior rival, Cruzeiro, atolado em uma grave crise dentro e fora de campo.

Os méritos do time alvinegro são incontestáveis, mas só apareceram após a parada pela pandemia do novo coronavírus, quando o time comandado pelo argentino Jorge Sampaoli recebeu inúmeros reforços, com tempo suficiente para se preparar.

Em 15 jogos, sofreu apenas uma derrota, somando dez vitórias e quatro empates, derrotando América e Tombense nas fases semifinal e final, com a autoridade de um legítimo campeão.

Fogo no parquinho
A vitória do América no clássico empurrou o Cruzeiro para a parte de baixo da tabela de classificação, flertando perigosamente com o rebaixamento à Série C.

O fato deflagrou uma grave crise interna, coisa que poderá resultar na demissão do técnico Enderson Moreira e sua comissão técnica, caso o time não reaja imediatamente, após cinco jogos sem vitórias.

Muito chateado com a fraca exibição do time, o mecenas celeste, empresário Pedro Lourenço, botou “fogo no parquinho” ao pedir publicamente a imediata demissão do treinador, o que obrigou o presidente Sérgio Santos Rodrigues a se manifestar para tentar restabelecer a tranquilidade interna e acalmar os ânimos da torcida.

O atual plantel do Cruzeiro não é nenhuma Brastemp, mas também não é um ‘bambala’ ou ‘arimatéia’ qualquer. Tem muitos jogadores experientes, alguns deles famosos e com salários acima do padrão da Série B, daí o grau de cobranças ser maior, além de tratar-se de um clube gigante, com um passado de muitas glórias.

Na prática, a má campanha fez subir no telhado o “gato” do treinador Enderson Moreira, responsável por treinar e escalar o time. Simples assim: a única solução para que a paz volte a reinar no ambiente celeste será o time voltar a vencer.

FIM DE PAPO
• Um dos maiores divertimentos do torcedor atleticano, ultimamente, tem sido tentar adivinhar a escalação inicial do time, que muda a cada jogo conforme o entendimento do técnico Sampaoli. Na decisão do último domingo, as opções do argentino não provocaram críticas, sobretudo por ter deixado sentado no banco de reservas o meia Hyoran, que vinha jogando mal. O primeiro jogo da final com o Tombense, quando venceu apertado por 2 x 1, foi melhor que a segunda decisiva partida, onde também ganhou, desta vez por 1 x 0, gol de Jair, o melhor em campo.

• Merece questionamento, o cartão amarelo desnecessário recebido por Sampaoli, além da expulsão igualmente evitável do volante Allan, que poderia ter complicado a situação do Atlético, caso estivesse diante de um adversário mais qualificado tecnicamente. Também achei injustificáveis os acréscimos exagerados ao tempo normal, aplicados pelos assopradores de apito nas duas partidas da final.

• Agora que cumpriu a “obrigação” de conquistar o título do estadual, o foco do Galo se volta para o Campeonato Brasileiro, onde precisa voltar a vencer para se aproximar novamente do topo da tabela. As duas derrotas seguidas, para Botafogo e Internacional, fizeram o Galo despencar do primeiro para o 5º lugar. Nesta quinta-feira, terá pela frente nada menos que o São Paulo, no Mineirão. E será um prato cheio, para quem gosta de ver um bom futebol, assistir o duelo tático entre Sampaoli e Fernando Diniz, treinadores com ideias e estratégias modernas e bem parecidas.

• O presidente Sérgio Sette Câmara era só alegria, durante a premiação dos atletas pela conquista do título mineiro, o primeiro da sua gestão. Chamado de “pé frio” pelos opositores, Sette Câmara, candidato à reeleição no pleito previsto para dezembro próximo, lavou a alma e prometeu mais reforços “cascudos” para acalmar o técnico Sampaoli e alegrar a torcida. Quanto ao título de Campeão Mineiro não ser tratado com tanta importância, o presidente do Galo pode usar um argumento muito popular aqui nos nossos grotões: “Há sempre um chinelo velho para um pé cansado”. (Fecha o pano!)
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