27 de agosto, de 2020 | 14:27

Espanha enfrenta nova onda de infecções após quarentena rigorosa

Agentes da UME - Fotos Públicas
A Espanha registrou 3.594 novas infecções pelo novo coronavírus somente no dia 26 de agosto e esforça-se para conter a segunda onda de contágioA Espanha registrou 3.594 novas infecções pelo novo coronavírus somente no dia 26 de agosto e esforça-se para conter a segunda onda de contágio

A Espanha teve um dos confinamentos mais rigorosos contra a covid-19 entre os países da Europa. No entanto, apenas dois meses após a reabertura, o vírus está se espalhando mais rápido do que em qualquer nação vizinha. A Espanha registrou 3.594 novas infecções pelo novo coronavírus somente na quarta-feira (26), enquanto esforça-se para conter a segunda onda de contágio, que atingiu um pico de cerca de 8 mil casos.

Quando o estado de emergência terminou, em 21 de junho, a Espanha registrava de 100 a 150 casos por dia. Esse número aumentou para mais de 3 mil.

Atualmente, o país tem o maior crescimento no número de casos na Europa, quando considerados os disgnósticos positivos por 100 mil habitantes.

O número de mortes, entretanto, segue bem menor do que o registrado durante o pico. Chegou a 122 na quinta-feira (13), contra 950 registradas em 2 de abril, o dia com mais mortes per capita na Europa durante a pandemia de coronavírus.

A maior parte da transmissão é agora entre jovens, e cerca de três quartos dos testes positivos são em pacientes que não apresentam sintomas.

O governo da Espanha admite que os números "não são o que queremos ver", mas aponta para diferenças importantes em relação à primavera. Apenas cerca de 3% dos casos atuais requerem tratamento hospitalar, menos de 0,5% necessitam de cuidados intensivos e a taxa de mortalidade atual é de 0,3%.

"A mortalidade é muito baixa, assim como a taxa de hospitalização. Algo mudou muito, embora o aumento ainda seja preocupante", diz Ildefonso Hernández, professor de saúde pública da Universidade Miguel Hernández de Alicante.

"Enquanto os casos estão aumentando, temos que pensar que uma segunda onda está a caminho. Não temos muito tempo para reagir antes do retorno às rotinas em setembro."

A temporada de turismo na Espanha acabou sendo menos movimentada que o esperado. Isso porque a maioria dos países passou a incluir esse destino na lista de contraindicações semanas após a reabertura do país, no fim de junho.

Isso significa que as áreas de praia evitaram, até agora, taxas mais altas de infecção, embora a taxa de infecção da Catalunha esteja um pouco acima da média nacional, com 145 casos por 100 mil habitantes.

Divergências políticas

Enquanto o governo nacional do primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez enfrentou acusações de rivais de mentir sobre as taxas de mortalidade, o governo regional de Madri, dirigido pelo conservador Partido Popular, atraiu críticas igualmente ferozes.

Depois de um colapso chocante do sistema de hospitais públicos de Madri na primavera, e com 50% a mais de mortes do que a região mais populosa da Catalunha, a capital está agora vendo o número de casos dobrar semana após semana.

"Entre os fatores para os altos números de infecção que estamos vendo, a qualidade da democracia espanhola tem sua participação. Se a prestação de contas fosse mais rígida, não seria aceitável que algumas regiões, e não apenas Madri, demorassem tanto para implementar medidas", diz Hernández.
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Comentários

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Marcelo Costa Alves

28 de agosto, 2020 | 06:45

“Essa desgraça veio para ficar para sempre. Muita gente já morreu e muitas outras vão morrer. Acho que nunca antes a seleção natural esteve tão em alta entre os humanos. E já há suspeitas que essa vacina será como a vacina da gripe comum, com efeitos limitadíssimos.”

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