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26 de agosto, de 2020 | 06:49

Reinfecções pelo novo coronavírus criam dúvidas sobre imunidade

Pacientes europeus foram confirmados com reinfecção; casos já vinham sendo estudados; no Brasil há 20 suspeitas

Divulgação PR
Vacinas terão que ser reavaliadas diante da constatação de reinfecção pelo coronavírusVacinas terão que ser reavaliadas diante da constatação de reinfecção pelo coronavírus

O Brasil tem 20 suspeitas de novas infecções após os pacientes de covid-19 serem considerados recuperados. A informação divulgada essa semana pode mudar o entendimento sobre a doença a partir de agora.

Os casos são investigados pela Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), dos quais, 16 suspeitas são em São Paulo e outras quatro no Rio de Janeiro.

A primeira apuração começou no início de agosto, quando um estudo baseado no caso de uma enfermeira de 24 anos, feito pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, concluiu que, apesar de rara, a reinfecção e adoecimento por covid-19, em mais de uma ocasião numa mesma pessoa é um eventos possível.

Já na Europa, dois pacientes foram confirmados como casos de reinfecção pelo novo coronavírus, criando dúvidas a respeito da imunidade das pessoas enquanto o mundo luta para domar a pandemia.

Os casos surgidos na Bélgica e na Holanda vêm na esteira de um relatório de pesquisadores de Hong Kong nesta semana, a respeito de uma pessoa que foi reinfectada com uma linhagem diferente do vírus, quatro meses e meio depois de ser declarado recuperado – a primeira reinfecção do tipo registrada.

O fato provocou temores a respeito da eficiência de possíveis vacinas contra o novo coronavírus, que já matou milhares de pessoas. Especialistas dizem que seriam necessários muito mais casos de reinfecção para serem justificados.

O virologista belga Marc Van Ranst disse que o caso de seu país foi uma mulher que havia contraído covid-19 pela primeira vez em março, e voltou a ser infectada com uma linhagem diferente do novo coronavírus em junho. Novos casos de reinfecção provavelmente surgirão, afirmou.

Van Ranst disse à Reuters TV que a mulher, de cerca de 50 anos, tinha muito poucos anticorpos após a primeira infecção, embora eles possam ter limitado a doença. Os casos de reinfecção provavelmente são exceções, mas é cedo demais para dizer, e muitos mais devem vir à tona nas próximas semanas, acrescentou.

Segundo Ranst, o novo coronavírus parece mais estável do que o vírus da gripe, mas está mudando. "Vírus passam por mutações, e isso significa que uma vacina em potencial não durará para sempre, durante dez anos provavelmente, nem mesmo cinco anos. Assim como para a gripe, isso terá que ser reprojetado com muita frequência", lembrou.

Van Ranst, que integra alguns comitês belgas de combate à covid-19, disse ainda que os desenvolvedores de vacinas não ficarão surpresos. "Teríamos adorado que o vírus fosse mais estável do que é, mas não se pode forçar a natureza."

O Instituto Nacional de Saúde Pública da Holanda disse que também observou um caso de reinfecção. Segundo citação da emissora holandesa NOS, a virologista Marion Koopmans informou que o paciente é uma pessoa mais velha, com um sistema imunológico enfraquecido.

Ela afirmou que os casos de pessoas que ficaram doentes com o vírus durante um tempo longo e tiveram uma recaída são mais conhecidos. Mas uma verdadeira reinfecção exige testes genéticos na primeira e na segunda infecção para se determinar se as duas formas do vírus diferiram ligeiramente. (Com Agência Brasil)
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Comentários

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Ana Beatriz de Aguilar Reis

26 de novembro, 2020 | 18:11

“Caro Editor,
Primeiramente gostaria de parabenizar a matéria "Reinfecções pelo novo Coronavírus criam dúvidas sobre imunidade" pela excelente qualidade dos detalhes impostos na mesma e o desempenho de como foi formulado. Após uma leitura da notícia posso ver que no momento que lidamos com uma doença nova e que ainda precisamos conhecer, a sociedade deve ter consciência ao uso de máscaras e álcool em gel, principalmente em espaços públicos. Afinal, muitas pessoas que ?foram? curadas desse vírus pensam que estão imunes e passam a deixar de se proteger como antes, mas com esses casos de reinfecções vê-se que não é bem assim, algumas pessoas raramente não desenvolvem imunidade mesmo após a vacinação. O certo seria que as reinfecções fossem tratadas como exceção e não como algo comum já que são muito raros os casos, e também que a sociedade continue se preservando e se cuidando excessivamente para evitar essas situações.
Atenciosamente,
Ana Beatriz”

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