25 de agosto, de 2020 | 07:08

PCMG indicia mulher que divulgou vídeo fake sobre caixões cheios de pedras

Vídeo foi compartilhado no início da pandemia e gerou grande confusão; mulher vai responder por denunciação caluniosa

Reprodução de vídeo
Valdete, de Campanha, disse que gravou vídeo para a famílias, o caso vazou e ganhou repercussão nacional por causa da pandemia de covid-19Valdete, de Campanha, disse que gravou vídeo para a famílias, o caso vazou e ganhou repercussão nacional por causa da pandemia de covid-19

A divulgação de informações sem procedência e que geram transtornos para a sociedade é crime. Valdete Pereira Zanco, uma comerciária do município de Campanha, no Sul do estado, que ignorou isso acabou denunciada em inquérito aberto pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

No auge da pandemia de covid-19 ela divulgou um vídeo fake dizendo que caixões com pedras e pedaços de madeira estavam sendo enterrados em Belo Horizonte no lugar de vítimas da covid-19. Agora Valdete Zanco vai responder pelo crime de denunciação caluniosa e pela contravenção penal de provocar pânico e tumulto. Ela vai responder em liberdade até a decisão da Justiça. Além de multa, ela pode pegar até 8 anos de prisão.

No mês de abril, circulou pelas redes sociais um vídeo em que a mulher afirmava que encontraram pedras e madeira ao abrir caixões de vítimas do coronavírus em cemitérios municipais de Belo Horizonte. As imagens às quais ela se referia, entretanto, eram relativas a uma investigação de 2017, sobre fraude para receber seguro de vida no estado do Amazonas.

"Mandaram arrancar todos os caixões para poder fazer o exame e ver se é coronavírus mesmo. Sabe o que tem dentro do caixão? Pedra e madeira. Um monte de caixão cheio de pedra e madeira", dizia ela no vídeo. A mensagem era fake, mas foi compartilhada milhares de vezes. Muitas pessoas que já não acreditavam na pandemia, passaram impulsionar o vídeo: “Não falei? Não mata ninguém não seus bobos”, afirmou um usuário de WhatsApp em mensagem enviada a um grupo do qual a reportagem do Diário do Aço faz parte.

"A Polícia Civil, quando tomou conhecimento desse vídeo, compareceu no interior do estado, identificou essa autora e ela foi ouvida. Ela produziu o vídeo, divulgou em família, mas também para outras pessoas. É preciso que saibam que determinados atos em redes sociais trazem efeitos e consequências para a vida real. Quem compartilha também pode ser indiciado. Internet não é terra de ninguém", disse o delegado Wagner Salles, chefe do 1º Departamento de Polícia Civil.

Na época, a Prefeitura de Belo Horizonte esclareceu que as informações do vídeo eram falsas, pois não houve pedidos de exumação de corpos para que fossem feitos exames na cidade. "A pessoa sugere que caixões de vítimas de Covid-19 estão sendo desenterrados nos cemitérios da capital. São informações sem fundamento”.

Nova e vídeo com pedido de perdão

Com a repercussão nacional do caso, a mulher acabou descoberta. No mesmo dia o advogado Alexsander Pereira, que atua na defesa de Valdete, divulgou uma nota, com pedido de desculpas. Ela também gravou um vídeo em que pediu perdão pelos transtornos causados

“Valdete reconhece humildemente o erro e pede perdão ao Município de Belo Horizonte e seu Ilustre Prefeito e a todos quantos foram atingidos negativamente por este equívoco que cometeu”, disse o advogado em nota enviada à imprensa.

De onde Valdete tirou a história? O advogado informou que ela teria visto no Facebook a história dos caixões com pedras e pedaços de pau no lugar das supostas vítimas do novo coronavírus. E que, no mesmo dia, um cliente de sua loja teria comentado sobre o fato.

Por isso, segundo a nota, ela resolveu fazer um vídeo e compartilhar com a família. “Desconhecemos a forma como o vídeo ganhou notoriedade nas redes sociais e nos demais veículos de comunicação”, informou o advogado.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário