23 de agosto, de 2020 | 16:00

Homem deve cumprir 26 anos por feminicídio

Foto ilustrativa
Vítima foi atraída para matagal ermo, com promessas de empregoVítima foi atraída para matagal ermo, com promessas de emprego
(TJMG)
Nessa quinta-feira (20/8), a Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Contagem condenou Alexandre da Rocha Salgueiro, de 47 anos, pela morte de Marta Soares Fonseca. O juiz Elexander Camagos Diniz arbitrou a pena em 26 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão em regime fechado, acrescidos de 26 dias-multa.

Para a fixação da pena, ele levou em conta a reprovabilidade da conduta do acusado, que se aproveitou da ingenuidade e da simplicidade da vítima e ainda traiu "a confiança das pessoas que lhe deram oportunidades de uma vida nova inserindo-o no Projeto Recomeço, da Igreja Batista da Lagoinha".

Foram considerados também os maus antecedentes — o acusado já havia sido condenado por estupro e porte ilegal de arma — e as consequências do crime — a situação de desamparo em que ficaram as filhas da vítima, que era a provedora da casa.

Os jurados reconheceram a prática dos crimes de homicídio qualificado, por meio cruel, utilizando meio que dificultou a defesa da vítima e feminicídio, com menosprezo pelo fato de se tratar de uma mulher, de armazenar registro audiovisual com cenas de sexo explícito ou pornográficas, envolvendo criança ou adolescente, e de destruição de cadáver.

O juiz negou ao réu o direito de recorrer em liberdade, para a garantia da ordem pública.

O crime

Em 17 de setembro de 2018, a vítima, que vinha do Espírito Santo, foi abordada pelo acusado quando desembarcava na rodoviária de Belo Horizonte. Numa breve conversa, ele descobriu que a mulher passava por dificuldades financeiras e precisava conseguir um emprego.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, o acusado disse à vítima que conhecia uma fazenda onde estavam oferecendo uma vaga de caseira, dispondo-se a acompanhá-la até o suposto local. O homem a levou até um matagal, no Bairro Jardim Laguna, em Contagem.

Nesse momento, ela desconfiou da situação e tentou fugir, mas teve sua boca tampada e foi agarrada pelo pescoço até o seu falecimento. Dias após a data do homicídio, o réu voltou até o local, ateou fogo no cadáver e escondeu os restos do corpo.

Para o Ministério Público, “o denunciado atuou impelido pelo sentimento de desprezo à vida humana, utilizando a vítima como objeto de satisfação de seus desejos sexuais". Quando constatou que a pessoa não lhe serviria em nada mais, ceifou a vida dela.

O homem era abrigado na Casa Recomeço, um projeto social da Igreja Batista da Lagoinha. No quarto dele, foi achado o celular da vítima e uma mochila com as mesmas características da que a mulher estava usando. Em depoimento, ele negou ter praticado ato sexual com ela e afirmou não pretender matá-la, e sim silenciá-la. Por fim, disse que sua intenção inicial era “paquerar e não roubá-la”.
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